Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 2,69%, negociadas a USD 77,04 bbl na última sexta-feira (29) enquanto o WTI também registrou uma queda semanal de 3,03%, negociado em USD 71,65 bbl.
A última semana do ano foi marcada por poucas movimentações no mercado de petróleo, com os preços influenciados pela situação no Mar Vermelho e a queda não antecipada das reservas de óleo bruto nos Estados Unidos. Esses fatores, por sua vez, pressionaram os preços da commodity, levando o Brent a terminar 2023 abaixo da marca de USD 80 bbl, acumulando também uma queda de 10,32% desde o início do ano. Na primeira sessão do ano, os futuros do petróleo operam em alta, apoiados pela escalada de tensões no Mar Vermelho com ações do Irã.
Petróleo termina 2023 em queda Ao longo de 2023, os preços do petróleo sofreram bastante volatilidade – com o Brent negociado acima de USD 94 bbl na máxima do ano e abaixo de USD 72 bbl na mínima - mas não conseguiram evitar uma queda de 10% no período. Em geral, preocupações com a demanda global em meio a política de contração monetária de bancos centrais, além da desaceleração do consumo chinês impactaram a recuperação dos preços. Assim, mesmo os cortes de oferta de países da OPEP+, conflitos geopolíticos e disrupções dos fluxos globais não foram suficientes para reverter a tendência de queda dos contratos. Vale destacar a influência de outros agentes no mercado de petróleo, como os EUA, Brasil e Guiana sobre os preços, conforme o aumento da produção e exportações desses países garantiram um crescimento da oferta global em 2023.
China registra crescimento das atividades industriais De acordo com dados divulgados pela Caixin hoje, o PMI industrial da China se manteve acima dos 50 pontos, registrando um crescimento mensal de 0,1 p.p., totalizando 50,8 pontos. O movimento se mostrou contrário ao estimado pelo mercado, que apontava queda em 0,3 p.p., trazendo perspectivas mais otimistas em relação a indústria chinesa, com o indicador operando acima dos 50 pontos pelo segundo mês seguido, evidenciando um aumento das atividades no setor. Tal cenário auxilia no crescimento das cotações do petróleo no início da sessão de hoje, conforme os possíveis impactos positivos à demanda da commodity gerada por uma economia asiática mais aquecida.
Ações dos EUA no Mar Vermelho No último dia do ano, os Estados Unidos abateram navios Houthis que ameaçavam a navegação pelo Mar Vermelho, com a ofensiva apoiando a recuperação dos preços do petróleo na sessão de hoje (02). Empresas de transporte marítimo seguem redirecionando seus navios a fim de evitar a região, o que implica em um aumento do tempo de viagem e dos preços de fretes. Algumas companhias aguardam a evolução dos conflitos na região para avaliar a retomada das viagens pelo Mar Vermelho, mas o envio de um navio de guerra iraniano pode elevar ainda mais as tensões no Oriente Médio e prolongar os impasses logísticos, que já ocorrem desde 08 de dezembro.
Vendas de diesel em novembro Os dados consolidados de vendas da ANP divulgados na última sexta-feira (29) evidenciaram mais um mês de demanda por diesel aquecida no Brasil. De acordo com as informações, as vendas de diesel B totalizaram 5,51 milhões de m³ em novembro/23, marcando aumento de 5,52% em relação ao mesmo período do ano passado – além de ser o maior valor em novembro desde o início da série histórica. No acumulado de 2023, o consumo pelo combustível soma 60,16 milhões de m³, expansão de 3,4% no comparativo com o observado em 2022, refletindo os indicadores econômicos positivos e a expansão produtiva da soja e do milho ao longo da safra 2022/23.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (02), as cotações operam em alta, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 78,7 bbl (+2,15%) até as 09h20. A escalada de tensões no Mar Vermelho seguem apoiando as cotações. Além disso, a divulgação das cotas de importação de petróleo na China surpreendeu, com o governo definindo 3,6 mbpd na primeira atualização do ano – 60% acima do volume praticado em no mesmo período de 2023, indicando uma perspectiva de crescimento do consumo da commodity pelo governo central nesse início de ano.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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