Diário de Petróleo

Petróleo inicia ano em queda
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última terça-feira (02), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 75,89 bbl (-1,49%) e a referência norte-americana a USD 70,38 bbl (-1,77%).

Os futuros do petróleo iniciaram 2024 em queda em meio ao sentimento de menor risco envolvendo a situação no Mar Vermelho, apesar de companhias de transporte marítimo seguirem evitando a região. A mudança dos ânimos dos investidores ocorreu mesmo com a divulgação das novas cotas de importação de petróleo na China, com o mercado também precificando a perspectiva de aumento da oferta global da commodity ao longo desse ano.


Fluxos do Mar Vermelho Apesar do sentimento mais otimista em relação à situação no Mar Vermelho, o mercado segue observando uma redução dos fluxos de navios na região. Nos últimos dias, cerca de 40 navios transitavam pelo Mar Vermelho, ao passo que, no início de dezembro, o volume era próximo a 80 navios. A reorientação dos transportadores por outras vias marítimas acaba influenciando em um aumento dos atrasos e dos custos de fretes, conforme a principal rota de desvio se dá na passagem pelo Cabo da Boa Esperança. É importante destacar, também, que ao longo do primeiro semestre de 2023, cerca de 8,8 mbpd de petróleo passaram pelo estreito de Bab em-Mandeb, evidenciando a dependência que o mercado petrolífero possui com essa rota, de modo que a evolução do da situação no Mar Vermelho acaba garantindo fortes impactos às cotações da commodity.

China amplia cotas de importação Ontem, o governo chinês liberou cotas de importação que totalizam 1,3 bilhão de barris para 2024, divididas entre 33 refinarias. O volume representa cerca de 97,4% do total de permissões disponíveis para o ano – conforme o cálculo de cotas ocorre através da capacidade total de refino registrada e algumas outras condições, totalizando 1,33 bilhão de cotas permitidas em 2024. Os outros 2,6% (300 milhões de barris) foram liberados em meados de dezembro/23, em meio aos pedidos feitos por algumas refinarias independentes do país. A liberação do total anual permitido logo no começo do ano surpreendeu o mercado, visto que, nos últimos anos, a China promoveu a liberação das cotas de maneira gradual, dividindo-as em três grandes lotes, o que garantia maior controle ao governo central em relação ao momento e o montante liberado paras as refinarias em determinado período, além do controle sobre as emissões de CO2 pelos centros de processamento, como parte das metas governamentais. Em janeiro/23, por exemplo, o primeiro lote de cotas havia sido de 797 milhões de barris, com o volume adicional, de 561 milhões, sendo distribuído em outros dois lotes ao longo do ano. Vale ressaltar, também, que o volume total de cotas disponíveis para 2024 caiu cerca de 2,04% em relação aos de 2023, fator que pode sofrer alterações caso a China entenda a necessidade de expansão dos fluxos de petróleo no país.

Arábia Saudita altera preços para Ásia Fontes do mercado apontam que a Arábia Saudita deve diminuir os preços do Arab Light com entrega em fevereiro para compradores asiáticos, podendo atingir o menor valor do último ano mesmo em meio as turbulências no Mar Vermelho e aos cortes produtivos que o país se comprometeu na última reunião da OPEP+. Os fluxos no mercado físico asiático diminuíram fortemente no último mês, conforme China e Índia reduziram suas importações, o que pode influenciar a Saudi Aramco a diminuir os preços a fim de defender sua parcela de mercado. Além disso, os preços de petróleo similar ao Arab Light estão quase USD 2 bbl mais baratos que a referência saudita, pressionando por essa alteração dos preços.   

Petróleo amanhece em estabilidade Hoje pela manhã (03), as cotações operam em estabilidade, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 75,90 bbl (+0,01%) até as 09h00. O mercado segue aguardando novas atualizações sobre a situação no Mar Vermelho a os possíveis impactos de um eventual conflitos sobre importantes produtores árabes que se localizam na região.

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

 
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