Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 0,47%, negociadas a USD 78,76 bbl na última sexta-feira (05) enquanto o WTI também registrou uma recuperação semanal mais expressiva de 2,84%, negociado em USD 73,81 bbl.
A primeira semana do ano foi marcada pelas tensões no Oriente Médio, com episódios envolvendo o Mar Vermelho, o Irã e a Líbia oferecendo suporte para as cotações do óleo bruto. Apesar dos riscos geopolíticos na região, os agentes também avaliaram a possível desaceleração do consumo global, o que limitou maiores ganhos dos futuros. Ademais, os contratos do Brent iniciam essa segunda-feira (08) em queda, conforme a revisão dos preços de contratos da Saudi Aramco indicam um cenário menos positivo do consumo asiático.
Tensões no Oriente Médio O petróleo conseguiu superar o movimento baixista do início da semana passada com o acirramento de tensões no Oriente Médio. Em geral, a falta de resolução no Mar Vermelho, com a sequência dos ataques a navios comerciais, oferecia suporte para os preços. Em seguida, foi realizado um ataque no Irã que matou 100 pessoas e aumentou os riscos de escalada dos conflitos, especialmente enquanto não se tinha a autoria do atentado o que levou até a um anúncio de viagem do Secretário de Estado dos EUA para a região. Por fim, protestos políticos na Líbia forçaram a paralização de campos do país com capacidade de até 365 kbpd, afetando diretamente a oferta de petróleo no curto prazo. Todos esses episódios garantiram a volatilidade do mercado ao longo da semana, e evitaram a queda dos futuros mesmo em meio perspectivas menos otimistas sobre a demanda de petróleo em 2024.
Saudi Aramco corta preços para Ásia Seguindo comportamento esperado pelo mercado, a Saudi Aramco anunciou um corte de USD 0,50 bbl nos preços oficiais de venda do Arab Light a compradores asiáticos a partir de fevereiro, ficando USD 1,50 bbl acima da referência de Omã/Dubai – menor valor desde novembro/21. A forte redução dos preços promovido pela empresa reflete a perda de competitividade que a companhia vinha sentindo frente a outros concorrentes, principalmente a Rússia, que operam com preços mais atrativos, fazendo com que a Arábia Saudita cedesse na precificação. Além disso, a menor demanda pelas refinarias asiáticas nesse início de ano também favoreceu a decisão promovida pela petrolífera saudita, conforme alguns centros de processamento começam a se preparar para iniciar as manutenções programadas, que deve reduzir o consumo de óleo bruto em algumas regiões do país.
Demanda por combustíveis na Índia O consumo de combustíveis na Índia cresceu de maneira acelerada em dezembro de acordo com o Ministério de Petróleo do país. O órgão oficial indiano apontou que a demanda cresceu cerca de 6,2% no comparativo com novembro, atingindo 20,05 milhões de toneladas – volume também 2,6% acima do resultado de dez/22. O movimento refletiu o aumento das vendas de diesel, nafta e outros derivados do petróleo, com a gasolina sendo o único combustível com vendas retraídas em relação ao mês anterior. Em geral, o resultado de dezembro estende a tendência que se observou ao longo de 2023, de forma que a Índia registra um crescimento de quase 4,1% no consumo de petróleo de acordo com estimativas da IEA. Espera-se que a demanda no país siga expandindo em ritmo acelerado nos próximos anos, apesar de 2024 poder apresentar um crescimento menor – de apenas 2,5% também de acordo com estimativas do IEA.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (08), as cotações operam em queda, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 76,64 bbl (-2,70%) até as 09h10. O maior corte mensal de preços promovido pela Arábia Saudita nos últimos treze meses para a Ásia reflete as perspectivas menos otimistas sobe o consumo na região, com foco no mercado chinês, que deve registrar uma demanda por combustíveis mais lenta ao longo do primeiro trimestre do ano.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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