Diário de Petróleo

Petróleo encerra semana em leve alta
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 0,47%, negociadas a USD 78,76 bbl na última sexta-feira (05) enquanto o WTI também registrou uma recuperação semanal mais expressiva de 2,84%, negociado em USD 73,81 bbl.

A primeira semana do ano foi marcada pelas tensões no Oriente Médio, com episódios envolvendo o Mar Vermelho, o Irã e a Líbia oferecendo suporte para as cotações do óleo bruto. Apesar dos riscos geopolíticos na região, os agentes também avaliaram a possível desaceleração do consumo global, o que limitou maiores ganhos dos futuros. Ademais, os contratos do Brent iniciam essa segunda-feira (08) em queda, conforme a revisão dos preços de contratos da Saudi Aramco indicam um cenário menos positivo do consumo asiático.


Tensões no Oriente Médio O petróleo conseguiu superar o movimento baixista do início da semana passada com o acirramento de tensões no Oriente Médio. Em geral, a falta de resolução no Mar Vermelho, com a sequência dos ataques a navios comerciais, oferecia suporte para os preços. Em seguida, foi realizado um ataque no Irã que matou 100 pessoas e aumentou os riscos de escalada dos conflitos, especialmente enquanto não se tinha a autoria do atentado o que levou até a um anúncio de viagem do Secretário de Estado dos EUA para a região. Por fim, protestos políticos na Líbia forçaram a paralização de campos do país com capacidade de até 365 kbpd, afetando diretamente a oferta de petróleo no curto prazo. Todos esses episódios garantiram a volatilidade do mercado ao longo da semana, e evitaram a queda dos futuros mesmo em meio perspectivas menos otimistas sobre a demanda de petróleo em 2024.

Saudi Aramco corta preços para Ásia Seguindo comportamento esperado pelo mercado, a Saudi Aramco anunciou um corte de USD 0,50 bbl nos preços oficiais de venda do Arab Light a compradores asiáticos a partir de fevereiro, ficando USD 1,50 bbl acima da referência de Omã/Dubai – menor valor desde novembro/21. A forte redução dos preços promovido pela empresa reflete a perda de competitividade que a companhia vinha sentindo frente a outros concorrentes, principalmente a Rússia, que operam com preços mais atrativos, fazendo com que a Arábia Saudita cedesse na precificação. Além disso, a menor demanda pelas refinarias asiáticas nesse início de ano também favoreceu a decisão promovida pela petrolífera saudita, conforme alguns centros de processamento começam a se preparar para iniciar as manutenções programadas, que deve reduzir o consumo de óleo bruto em algumas regiões do país.

Demanda por combustíveis na Índia O consumo de combustíveis na Índia cresceu de maneira acelerada em dezembro de acordo com o Ministério de Petróleo do país. O órgão oficial indiano apontou que a demanda cresceu cerca de 6,2% no comparativo com novembro, atingindo 20,05 milhões de toneladas – volume também 2,6% acima do resultado de dez/22. O movimento refletiu o aumento das vendas de diesel, nafta e outros derivados do petróleo, com a gasolina sendo o único combustível com vendas retraídas em relação ao mês anterior. Em geral, o resultado de dezembro estende a tendência que se observou ao longo de 2023, de forma que a Índia registra um crescimento de quase 4,1% no consumo de petróleo de acordo com estimativas da IEA. Espera-se que a demanda no país siga expandindo em ritmo acelerado nos próximos anos, apesar de 2024 poder apresentar um crescimento menor – de apenas 2,5% também de acordo com estimativas do IEA.

Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (08), as cotações operam em queda, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 76,64 bbl (-2,70%) até as 09h10. O maior corte mensal de preços promovido pela Arábia Saudita nos últimos treze meses para a Ásia reflete as perspectivas menos otimistas sobe o consumo na região, com foco no mercado chinês, que deve registrar uma demanda por combustíveis mais lenta ao longo do primeiro trimestre do ano. 

TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

 
Tags relacionadas: Energia

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