Na última quarta-feira (10), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 76,8 bbl (-1,02%) e a referência norte-americana a USD 71,37 bbl (-1,2%).
Dando sequência ao movimento de gangorra que se estabeleceu nas últimas sessões, os futuros do petróleo reverteram parte dos ganhos da terça-feira (09) diante do aumento não antecipado das reservas de petróleo e derivados nos Estados Unidos, de acordo com a atualização do relatório DOE. Hoje pela manhã, no entanto, os futuros voltam a se recuperar em meio novas tensões no Oriente Médio envolvendo um tanker sancionado pelos Estados Unidos no Omã, apesar das preocupações com a demanda global limitarem maiores aumentos dos preços.
DOE registra alta dos estoques de petróleo De acordo com os dados divulgados pelo DOE, seguindo caminho contrário ao apontado pelo API e pelas estimativas de mercado, as reservas de petróleo nos EUA registraram expansão semanal de 1,34 milhão de barris. A alta do indicador é explicada principalmente por uma produção que segue operando em patamares históricos (13,2 mbpd), com as importações em linha com o observado no mesmo período do ano passado (6,42 mbpd). Em contrapartida, uma demanda interna e exportações acima da média histórica dos últimos cinco anos para o período limitam maiores altas dos estoques comerciais da commodity, conforme as refinarias seguem com o FUT próximo das máximas históricas para o início de janeiro, em 92,9%.
Esse forte consumo de óleo bruto pelos centros de processamento permitiu que a produção de diesel e gasolina se mantivessem em patamares altos. Em relação ao diesel, o fraco desempenho das atividades industriais nos EUA seguem permitindo uma demanda fragilizada do derivado, que opera próxima às mínimas dos últimos cinco anos, enquanto a oferta se mantém levemente acima da média histórica para o período. Para a gasolina, apesar do consumo seguir em linha com o observado para a média dos últimos cinco anos, a produção doméstica do produto opera acima das máximas históricas para o período. Tal cenário permitiu que ambos os combustíveis registrassem forte ampliação dos estoques na semana passada, contribuindo para pressionar ainda mais as cotações do petróleo.
Demanda asiática enfraquecida Após a Arábia Saudita anunciar cortes dos preços para a Ásia, refinarias do continente parecem manter o volume contratado, pouco reagindo as mudanças do Arab Light. Fontes do mercado apontam que refinarias chinesas e de outros países asiáticos já haviam realizado suas compras para fevereiro e programado a taxa de utilização, o que deixou pouco espaço para o petróleo saudita de forma que foram contratados volumes similares ao de janeiro. Assim, mesmo as refinarias na Índia, que haviam interesse em adquirir 1 milhão de barris, retiraram suas intenções nos últimos dias. Em geral, esse movimento mostra que o mercado físico asiático se encontra pouco aquecido e se voltando para alternativas mais baratas mesmo com os preços do Arab Light estarem em patamares menores.
Tensões no Oriente Médio Um tanker que já havia sido sancionado pelos Estados Unidos por carregar petróleo iraniano foi abordado por pessoas em trajes militares na costa do Omã. O navio estava indo em direção ao Irã após a abordagem em uma aparente mudança de rota de acordo com autoridades de segurança marítima do Reino Unido, considerando que anteriormente ele carregava petróleo iraquiano em direção a Turquia. O navio aparece incomunicável e se tornou centro do mercado de petróleo nessa manhã, conforme aparece como mais um elemento de tensão no Oriente Médio. A região contou com diversos episódios nas últimas semanas que agravaram os riscos geopolíticos, incluindo os impactos sobre a navegação pelo Mar Vermelho, ataques no Irã e protestos na Líbia que levaram a paralização de alguns campos de petróleo.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (11), a sessão abriu em alta, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 78,24 bbl (+1,90%) até as 09h10. A elevação das tensões no Oriente Médio interrompe as quedas geradas pelo relatório semanal do DOE. Paralelo a isso, o mercado aguarda a divulgação dos dados de inflação nos EUA (CPI) nessa manhã para compreender possíveis direcionamentos da política monetária aplicada pelo FED.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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