Na última segunda-feira (15), as cotações de futuros do Brent encerraram as negociações em queda, sendo cotado a USD 78,15 bbl (-0,18%). Devido ao feriado nos Estados Unidos, não houve negociações do WTI ontem.
Os futuros do petróleo iniciaram a semana em leve queda, conforme os riscos geopolíticos envolvendo o Mar Vermelho não ganharam tração dos investidores ontem. Além disso, fatores macroeconômicos menos positivos também limitaram a recuperações dos contratos, especialmente após falas de representantes do BCE no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Hoje pela manhã, no entanto, mercado se volta novamente para a situação no Mar Vermelho, conforme os Houthis se comprometeram em realizar mais ataques na região após a ofensiva norte-americana na semana passada.
EUA alertam navios sobre o Mar Vermelho Os Houthis comunicaram que devem realizar mais ataques a navios comerciais em resposta aos ataques dos Estados Unidos e Inglaterra na última semana, atingindo na segunda-feira (15) um navio americano que atravessava o Golfo Árabe. A partir disso, o governo americano emitiu um comunicado orientando navios do país para evitar a região, reforçando o movimento de reorientação das rotas comerciais marítimas. No entanto, o mercado ainda entende que essas disrupções são temporárias e devem afetar o mercado da commodity apenas no curto prazo, o que impede maiores aumentos dos preços.
Refinarias chinesas aproveitam queda dos preços Nas últimas semanas, as refinarias chinesas vem ampliando as compras de petróleo com entrega entre março e abril, se aproveitando dos preços mais baixos da commodity no mercado internacional e já se preparando para o aumento da demanda por combustíveis que deve ocorrer a partir do segundo semestre do ano. A forte queda dos preços do óleo bruto saudita anunciada pela Saudi Aramco foi um ponto vital para esse início prévio das importações, conforme os centros de processamento conseguem ampliar as compras de produtos vendidos tanto pela Rússia quanto pela Arábia Saudita, que são, atualmente, os principais fornecedores para a China e Ásia. Atualmente, a China conta com estoques que somam entre 930 e 950 milhões de barris, valor abaixo do observado em meados do ano passado, quando o indicador operava acima de 1 bilhão de barris. A redução ocorreu em meio ao crescimento do consumo de petróleo no país, principalmente no segundo semestre, fator que deve se repetir ao longo desse ano.
Declarações do BCE O membro do Banco Central Europeu, Robert Holzmann, defendeu que a ameaça da inflação segue presente na Europa, o que deve limitar uma queda das taxas de juros nos próximos meses – contrariando a expectativa do mercado de uma alteração a partir de junho, e contribuindo para a percepção de que o bloco poderá atravessar uma recessão. De acordo com Holzmann, as ameaças geopolíticas envolvendo o Mar Vermelho tem impacto sobre o Canal de Suez influenciando, por sua vez, os preços na Europa, além de defender que a definição de uma data para o corte de juros pode desencadear movimentos fora do controle do Banco Central em um momento que a inflação segue acima da meta oficial de 2% a.a.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (16), a sessão abriu em alta, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 78,62 bbl (+0,6%) até as 09h10. O conflito na região do Mar Vermelho suporta as cotações do óleo bruto nessa manhã, mas alta pode ser revertida conforme mercado considera as projeções de consumo no curto prazo.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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