Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 0,34%, negociadas a USD 78,56 bbl na última sexta-feira (19) enquanto o WTI também registrou uma alta semanal mais expressiva de 1,93%, negociado em USD 73,41 bbl.
Apesar de ter encerrado a sexta-feira (19) em queda, os futuros do petróleo encontraram apoio em alguns fundamentos ao longo da semana. Entre eles, destaca-se a escalada de tensões no Oriente Médio que pode envolver mais agentes em conflitos armados, além de uma queda não antecipada dos estoques de petróleo nos Estados Unidos. No entanto, preocupações com demanda global e menor apetite por riscos limitam recuperação do Brent. Assim, cotações seguem praticamente lateralizadas em meio a dificuldade do mercado em sustentar uma tendência de preços.
Readequação de expectativas Na semana do Fórum Econômico Mundial, falas de representantes do BCE contribuíram para limitar o apetite por risco de investidores e impactos reverberaram no mercado de petróleo. Em resumo, esses representantes apontaram que uma redução da taxa de juros é pouco provável de ocorrer nos próximos meses devido a ameaça de fatores inflacionários, especialmente envolvendo a situação no Mar Vermelho, comentários que contrariaram as expectativas do mercado e provocaram uma mudança na perspectiva de quando o Fed realizaria seu ajuste de juros. As apostas, de acordo com o Fed Watch, seguem apontando para março, mas em um nível de confiança menor do que no início da semana passada. Assim, o menor apetite por risco e perspectivas menos otimistas impactaram a precificação do óleo bruto.
Líbia retoma produção total De acordo com a Companhia Nacional de Petróleo da Líbia, o campo de Sharara – maior região de extração de petróleo do país – retomou as operações após o anúncio do fim dos protestos populares contrários ao governo. Desde início de janeiro, a oferta da commodity pela Líbia havia reduzido em quase 300 kbpd em meio ao fechamento de Sharara, cenário que ultimamente vem ocorrendo de forma mais intensa em meio ao aumento dos protestos populares que usam como contrapartida a interrupção da produção de petróleo para gerar impactos de curto prazo sobre a economia. O reinício dos fluxos pela região somado as perspectivas menos otimistas sobre a demanda global impedem maiores ganhos das cotações nessa manhã.
Fundamentos nos Estados Unidos Apesar das incertezas envolvendo o Fed, o mercado americano ofereceu suporte maior para as cotações do petróleo, mediante os problemas produtivos em algumas regiões e a consequente queda dos estoques no país. Devido a tempestades de inverno e temperaturas baixas, quase 30% dos campos da Dakota do Norte seguem paralisados, situação que chegou a reduzir a oferta do estado em quase 650 kbpd na semana passada, além de forçar a redução das operações de refinarias no Texas. Além disso, de acordo com o DOE, as reservas comerciais de petróleo seguiram operando em queda pela quarta semana seguida, alcançando 429,9 milhões de barris, valor levemente abaixo das médias históricas dos últimos cinco anos para o período e uma redução maior do que antecipada pelo mercado.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (22), a sessão abriu estável, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 78,85 bbl (+0,37%) até as 09h10. Apesar das perspectivas menos otimistas em relação a demanda global por petróleo, os receios ligados aos conflitos no Mar Vermelho e os impactos logísticos com os ataques na região seguem influenciando positivamente as cotações do óleo bruto.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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