Na última quarta-feira (24), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 80,04 bbl (+0,62%) e a referência norte-americana a USD 75,09 bbl (0,97%).
A alta da última sessão reverte o resultado negativo da terça-feira (23), conforme o anúncio de medidas do Banco Central Chinês para estimular a economia do país foi bem recebido pelo mercado. Além disso, uma queda maior do que antecipada das reservas de petróleo nos Estados Unidos, com destaque também para a retração da produção das refinarias no país, também ofereceu suporte para as cotações da commodity. Hoje pela manhã, o Brent segue registrando alta apoiado nesses fatores, também encontrando suporte com o a falta de resolução no Mar Vermelho conforme mais navios comerciais são atacados na região.
Acidentes em refinarias russas Um acidente em uma refinaria da Rosneft no Mar Negro interrompeu parte das operações, dando sequência a série de acidentes registrados nas últimas semanas. De acordo com fontes na região, o incêndio já foi controlado, e o refino de quase 180 kbpd deve ser afetado no curto prazo, com essa unidade específica operando no Mar Negro voltada para a exportação de derivados. Os ataques e acidentes registrados em refinarias e outros complexos energéticos no país podem impactar as exportações russas dessas commodities, estratégicas para o financiamento russo, além de trazer problemas de abastecimento em algumas regiões específicas, apesar de ainda não representar uma ameaça para a oferta total do país.
DOE registra queda dos estoques A atualização do relatório semanal do DOE indicou uma forte queda de 9,23 milhões de barris dos estoques comerciais de petróleo na última semana, valor maior do que as estimativas do mercado (-1,4 milhão de barris). Com esse movimento, as reservas se aproximaram das mínimas semanais, influenciadas por uma queda mais acentuada da produção (de 13,3 mbpd para 12,3 mbpd) e das importações. O indicador de consumo doméstico também registrou queda, refletindo a desaceleração do fator de utilização das refinarias para 86%. A forte queda da produção e da demanda doméstica reflete a passagem de ondas frias na semana passada em algumas regiões do país, principalmente Dakota do Norte e Texas, impossibilitando a continuidade das operações de campos de petróleo e refinarias.
No caso dos derivados, foi observada uma queda semanal dos estoques de diesel pela primeira vez desde novembro, contrariando as estimativas do API e do mercado, mesmo em meio a mais uma retração do consumo doméstico. A gasolina, por sua vez, não conseguiu romper a tendência do último mês e voltou a registrar alta das reservas, mesmo em meio a queda de quase 1 mbpd da produção, com a redução da demanda interna e das exportações contrabalanceando essa baixa na ofera. Em geral, entende-se que o relatório serviu de suporte para os preços do petróleo, especialmente pela forte contração dos estoques da commodity.
Ataques no Mar Vermelho seguem De acordo com o Centro de Operações da Marinha do Reino Unido, novas explosões foram registradas próximo a navios de bandeiras americanas que circulavam pelo Estreito de Bal el-Mandeb, perto de Al-Mukha, no sul do Iêmen. Após os ataques, a empresa Maersk confirmou que evitará a rota do Mar Vermelho até que a situação na região se normalize, em meio às dificuldades das forças americanas de reduzir as ofensivas promovidas pelo grupo Houthi. De acordo com os dados do PortWatch, do FMI, na média móvel de sete dias, cerca de 35 navios transitaram pelo estreito por dia, queda de 53% frente ao mesmo período do ano anterior. Tal situação segue influenciando positivamente as cotações do petróleo, conforme a reorientação dos navios por outras rotas permite o encarecimento dos fretes, como também o atraso das entregas de petróleo e derivados ao redor do globo.
Média móvel de sete dias de navios que circulam pelo Estreito de Bab el-Mandeb
Fonte: FMI, Universidade de Oxford. Elaboração: StoneX.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (24), a sessão abriu em alta, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 80,64 bbl (+1,27%) até as 09h10. Trata-se do melhor resultado do petróleo em quase um mês, encontrando apoio nas melhores perspectivas para a economia chinesa e dos dados do DOE.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,641/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 0,62% na sessão passado, alcançando USD 9,524/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 8,78%, alcançando USD 2,873 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,94%, próximos a USD 9,614 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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