Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 6,35%, negociadas a USD 83,55 bbl na última sexta-feira (26) enquanto o WTI também registrou uma alta semanal de 6,27%, negociado em USD 78,01 bbl.
Os futuros do Brent atingiram o maior valor em oito semanas no último período, consolidando uma tendência de alta dos preços após os contratos operarem praticamente lateralizados pela maior parte de janeiro. Diversos fatores contribuíram para esse resultado, do lado macroeconômico se teve notícias mais positivas dos Estados Unidos e China, enquanto o estresse no Mar Vermelho e ataques a refinarias russas também influenciaram a alta dos futuros. Hoje pela manhã, os contratos seguem em alta em meio as tensões geopolíticas no Oriente Médio, envolvendo um ataque a tropas americanas e a um tanker russo.
Perspectivas macroeconômicas Um fator de atenção no mercado deve ser a reunião do Fed nessa semana, dado que o encontro pode sinalizar se o Banco Central americano deve iniciar o corte de juros no país a partir de março, acompanhando a expectativa dos investidores. Nas últimas semanas, dados sobre a economia norte-americana surpreenderam positivamente, com o PIB do país no quarto trimestre de 2023 mais forte que o antecipado (+3,3% contra expectativa de +2%) e uma inflação menor do que o esperado, além da expectativa de uma desaceleração da geração de empregos no país em janeiro. Em geral, esses dados sinalizam que o “soft landing” defendido pelos formuladores de política monetária pode estar em curso nos Estados Unidos, alimentando a expectativa dos cortes de juros ainda em 2024, apesar do consenso de que o Fed deverá manter o atual nível de juros na reunião essa semana. A depender da leitura do BC, o petróleo pode encontrar novo ponto de suporte ao longo da semana, estendendo o resultado das últimas sessões.
Tensões no Oriente Médio seguem elevadas Nesse fim de semana, novos ataques promovidos pelo grupo Houthi foram observados na região do Mar Vermelho, atingindo uma embarcação da Trafigura que carregava nafta russa com preços alinhados ao “price cap” definido pelo G7. Somado a isso, foi confirmado pelo exército dos EUA um ataque em território da Jordânia por milícias apoiadas pelo Irã que causou a morte de três norte-americanos, elevando ainda mais as tensões entre o governo iraniano e estadunidense. Hoje (29), o Ministro de Energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, disse que o país sempre se mostrou apto a garantir a segurança energética global, mas que os importadores de petróleo têm que “fazer sua parte” em períodos de crises militares, evidenciando a insatisfação dos sauditas com a continuidade das ofensivas promovidas pelos houthis e outras milícias no Oriente Médio. Todo esse cenário acaba trazendo receios ao mercado sobre a possibilidade dos conflitos se estenderem a países árabes que produzem petróleo, fator que mantém as cotações suportadas no início da semana.
Ataques em refinarias russas Nessa segunda-feira, o governo russo anunciou um ataque em sua refinaria na cidade de Yaroslavl, causando um incidente que que não chegou afetar as operações da unidade. Na semana passada, observou-se diversos ataques de drones ucranianos contra unidades de processamento de petróleo e gás natural na Rússia, com alguns desses bem-sucedidos, apesar de não causarem danos expressivos na estrutura produtiva russa. Trata-se da nova estratégia ucraniana na guerra que já se estende por quase dois anos, buscando afetar pontos de refino e de exportação de energéticos na Rússia, um dos pilares para o financiamento das operações do país. Apesar do menor impacto sobre o mercado físico, esses ataques mostram a vulnerabilidade dos fluxos do petróleo em meio também aos impactos no Mar Vermelho.
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (29), a sessão abriu estável, com o contrato do Brent para vencimento em março/24 operando em USD 83,64 bbl (+0,11%) até as 09h10. Apesar do aumento das tensões no Oriente Médio e no Leste Europeu, os receios macroeconômicos gerados por dificuldades apresentadas no mercado imobiliário chinês reduzem os ganhos do petróleo no início da semana.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,712/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 1,36% na sessão passado, alcançando USD 9,94245/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -5,90%, alcançando USD 2,552 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,23%, próximos a USD 9,965 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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