Na última quarta-feira (31), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram as negociações em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 81,71 bbl (-1,4%) e a referência norte-americana a USD 75,85 bbl (-2,53%).
O petróleo reverteu parte dos ganhos da semana na última sessão, influenciado por um aumento não antecipado dos estoques comerciais nos Estados Unidos. A atualização do DOE contribuiu para pressionar ainda mais os preços, que já reagiam negativamente ao dado do PMI industrial na China. Por fim, o posicionamento mais cauteloso do Fed sobre a possibilidade de corte da taxa básica de juros também limitou a recuperação do petróleo. Hoje pela manhã, o reposicionamento dos investidores contribui para uma leve alta das referências.
Falas cautelosas do Fed O Federal Reserve decidiu manter sua taxa de juros inalterada entre 5,25-5,5% pela quarta reunião seguida, decisão em linha com as expectativas do mercado, mas comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) alerta sobre necessidade de maior confiança sobre a estabilização dos preços antes de iniciar os cortes de juros. As falas sinalizam que é pouco provável que o Banco Central inicie o corte de juros em março, como era esperado por parte do mercado no início desse ano, com Jerome Powell afirmando que seria necessário mais tempo para avaliar se a taxa de inflação dos Estados Unidos estaria convergindo com a meta do BC de 2% a.a. A postura mais cautelosa do Fed levou a uma revisão das expectativas da política monetária do país e acabou oferecendo pouco suporte para os preços do petróleo diante menor apetite por riscos do mercado.
Estoques de petróleo crescem nos EUA Após a forte queda dos estoques de petróleo nos EUA motivadas pela interrupção da produção e importação da commodity em algumas regiões – causada pela baixa expressiva das temperaturas no país – as reservas voltam a operar em alta. De acordo com os dados divulgados pelo DOE, foi registrado uma ampliação semanal do indicador em 1,23 milhão de barris, com a produção doméstica avançando 0,7 mbpd (+5,6%), totalizando 13 mbpd, ao passo que a demanda doméstica seguiu caindo, se posicionando próximo às mínimas históricas dos últimos 5 anos, com o fator de utilização das refinarias passando a operar próximo a 82,9% da capacidade total. Nesse sentido, apesar da recuperação quase plena da oferta, o consumo da commodity segue em baixa, refletindo o balanço superavitário na semana. Na frente dos combustíveis, foi observado uma alta das reservas de gasolina, em meio a recuperação da produção e uma demanda doméstica fragilizada. Em contrapartida, os estoques de diesel operaram em baixa, em meio à queda da oferta doméstica e uma ampliação do consumo interno – apesar deste ainda se manter abaixo das mínimas históricas dos últimos cinco anos para o período.
Vendas combustíveis de dezembro A última atualização do relatório de vendas de combustíveis da ANP consolidou a tendência de crescimento da demanda por diesel e gasolina verificada em 2023. De acordo com o relatório, as vendas de diesel B chegaram a 5,34 milhões de m³ em dezembro, valor 6% acima no comparativo com dez/22, levando o acumulado do ano para 65,51 milhões de m³ (+3,6%) - um recorde para a série histórica. Entende-se que esse resultado positivo reflete o crescimento das safras agrícolas ao longo de 2023, bem como o melhor desempenho da economia brasileira. Para a gasolina, o cenário de dezembro se mostrou menos positivo, conforme as vendas ficaram em 4,11 milhões de m³ - uma retração de 7,1% em relação a dez/22, apesar do resultado ainda se manter próximo às máximas sazonais. Esse declínio da gasolina pode ser explicado pela recuperação da demanda por etanol em meio a uma paridade favorável para o biocombustível nas principais praças consumidoras do Ciclo Otto. Ademais, apesar do resultado desfavorável de dezembro, as vendas anuais da gasolina atingiram um novo recorde para a série, ficando em 46,03 milhões de m³ (+6,9%).
Petróleo amanhece em alta Hoje pela manhã (01), a sessão abriu em alta, com o contrato do Brent para vencimento em abril/24 operando em USD 81,36 bbl (+1,03%) até as 09h10. A divulgação do PMI industrial da China pela Caixin acima do 50 pontos trouxe certo alívio ao mercado, em meio as expectativas de uma estabilidade da economia chinesa, que segue como um dos fatores principais para a variação dos preços do petróleo ao longo das últimas semanas.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,1/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -1,40% na sessão passado, alcançando USD 9,72349/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 2,38%, alcançando USD 2,15 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -0,37%, próximos a USD 9,688 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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