Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 7,44%, negociadas a USD 77,33 bbl na última sexta-feira (02) enquanto o WTI também registrou uma queda semanal de 7,35%, negociado em USD 72,28 bbl.
A semana passada foi marcada por uma série de fundamentos baixistas que influenciaram as cotações do petróleo, fazendo com que os futuros revertessem quase todos os ganhos de janeiro em apenas três sessões. Entre os fatores, destaca-se rumores de um cessar-fogo em Gaza, além do aumento não antecipado dos estoques de petróleo nos EUA e dados macroeconômicos menos positivos da economia chinesa. No início dessa semana, os futuros do Brent seguem operando em queda, apesar das ofensivas americanas no Oriente Médio ao longo do final de semana.
Decisão do Fed nos Estados Unidos Outro fator de pressão para o petróleo na sexta-feira (02) foi a divulgação dos dados de payroll nos Estados Unidos pelo Departamento do Trabalho. O número veio muito acima do antecipado, com a criação de 353 mil vagas em janeiro contra expectativa de 180 mil vagas. Dessa forma, o relatório mostra uma economia bastante resiliente, que pode impactar a decisão do Fed nos próximos meses ao forçar o adiamento do ciclo de corte de juros. Representantes do BC americano já haviam se pronunciado na quarta-feira sobre o assunto, admitindo que seria necessário maior confiança sobre a trajetória de inflação do país antes de realizar o corte de juros, impactando a perspectiva dos investidores. Em geral, apesar de uma economia aquecida ser positiva para a demanda por petróleo, o prolongamento dos juros elevados tem impactos significativos sobre a atividade econômica, além de diminuir o apetite por risco do mercado – o que tende a impactar as cotações da commodity.
Refinarias russas seguem sendo atacadas No último sábado, de acordo com fontes do governo russo, novos ataques por drones ucranianos foram confirmados na região de Volvogrado, ao sudoeste do país, em meio as tentativas de atingir uma refinaria da Lukoil, que fornece uma quantidade ampla de derivados de petróleo para o exército e as cidades que rodeiam o centro de processamento. Ainda assim, apesar das ofensivas, a empresa negou hoje qualquer impacto às operações do local, que conta hoje com uma capacidade total de refino próxima a 314 kbpd. A confirmação de que a refinaria funciona normalmente acabou por reduzir os receios do mercado de novas disrupções produtivas causadas pela elevação das tensões no Leste Europeu, contribuindo para a queda das cotações nesse início de sessão.
Refinarias independentes chinesas reduzem compras De acordo com fontes comerciais, as importações de petróleo pelas refinarias independentes da China alcançaram o menor valor dos últimos 16 meses em janeiro, alcançando 3,08 mbpd. Tal situação reflete as perspectivas menos otimistas das empresas em relação à demanda por derivados nos próximos meses, em meio uma um crescimento econômico frágil e margens de refino mais apertadas. Paralelo a isso, o mês de fevereiro é marcado por uma redução sazonal do consumo na China – principalmente de diesel –, em meio às comemorações do Ano Novo Lunar, entre os dias 10 e 17, garantindo uma diminuição das atividades industriais. A fragilidade sobre as compras de petróleo pelo setor privado acaba sendo outro fator de pressão às cotações da commodity.
Petróleo amanhece em queda Hoje pela manhã (05), a sessão abriu em queda, com o contrato do Brent para vencimento em abril/24 operando em USD 76,97 bbl (-0,75%) até as 09h20. Apesar do aumento das tensões no Oriente Médio e no Leste Europeu, os receios macroeconômicos nos Estados Unidos e China pressionam os contratos para os menores valores em três semanas.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,079/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -1,74% na sessão passado, alcançando USD 9,20227/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 0,91%, alcançando USD 2,098 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -0,34%, próximos a USD 9,171 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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