Na última segunda-feira (18), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram a sessão em alta, com o primeiro sendo cotado a USD 86,89 bbl (+1,82%) e a referência norte-americana a USD 82,72 bbl (+2,07%).
Conforme citado no Diário de Petróleo de ontem, o mercado se manteve sustentado pela divulgação de indicadores econômicos positivos na China e a continuidade dos ataques ucranianos a refinarias russas, trazendo receios em relação aos riscos de oferta de combustíveis na região. Outros fatores de suporte, como a redução das exportações sauditas, o anúncio de diminuição das vendas iraquianas e novos anúncios sobre o processo de reestocagem das SPR nos EUA contribuíram para a escalada dos preços.
Hoje pela manhã (18), a sessão abriu em estabilidade, com o contrato do Brent para vencimento em maio/24 operando em USD 86,76 bbl (-0,1%) até as 08h30. Após alcançar o maior valor em quatro meses, os preços do petróleo cedem parte dos ganhos enquanto os investidores aguardam novos fundamentos que tragam uma melhor direção do balanço de O&D global para os próximos meses, com as perspectivas se mantendo, por enquanto, de um balanço apertado em meio ao avanço da demanda asiática e a redução de oferta por países da OPEP+.
Iraque anuncia redução voluntária das exportações de petróleo De acordo com o Ministro de Petróleo do Iraque, o país irá reduzir as exportações de petróleo nos próximos meses para compensar a produção acima das cotas produtivas da OPEP+ observada em feveriro. Conforme confirmado, os cortes sobre as vendas ao exterior podem alcançar até 130 kbpd, considerando o diferencial entre a produção efetiva e os limites determinados pelo grupo. Dos 4,2 mbpd produzidos pelo país, cerca de 78% (3,3 mbpd) são destinados à exportação, evidenciando a importância do Iraque como fornecedor global da commodity. No mesmo dia, os dados do JODI apontaram para uma pequena queda das exportações de óleo bruto pela Arábia Saudita entre janeiro e fevereiro, em 0,2%, totalizando 6,3 mbpd, mesmo em um cenário de aumento da produção ao longo do período. O comprometimento dos países da OPEP+ em reduzir os fluxos de petróleo destinados ao exterior acabou inflando os receios relacionados ao risco de ofrta nos próximos meses, entregando suporte aos preços.
DOE espera acelerar reestocagem das SPR Outro fator que chamou a atenção do mercado se deu na confirmação da Secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, de que até o final do ano os estoques estratégicos americanos (SPR, sigla em inglês) serão iguais ou maiores do que o observado no período pré-vendas para contenção dos preços, em março/22. Atualmente, os SPR totalizam 362 milhões de barris, o que representa 57% do observado no período prévio às vendas. A recuperação dos estoques se dará tanto no cancelamento do processo de liberação de lotes que somam cerca de 140 milhões de unidades, como também o fim da manutenção em um dos locais de estocagem da federação, permitindo a retomada das compras pelo DOE. Além disso, Granholm confirmou que o departamento segue monitorando a variação dos preços no mercado internacional, conforme o cenário atual das referências (USD 85/bbl) impossibilita novas aquisições por parte do DOE, que definiu um teto para as compras de novos barris em USD 79/bbl.
Rússia anuncia aumento das exportações De acordo com fontes do governo russo, o país decidiu por ampliar as exportações de petróleo pelos seus portos ocidentais em cerca de 10% (0,2 mbpd) ao longo do mês de março, alcançando cerca de 2,35 mbpd. A decisão ocorre como uma contrapartida aos ataques de drones ucranianos a instalações de processamento de petróleo da Rússia, incluindo unidades próximas a Moscou, que acabaram danificando parte da capacidade de produção e logística do complexo petrolífero russo. Nas próximas semanas, o mercado deve seguir monitorando as próximas decisões da Administração Putin em relação às ofensivas promovidas pela Ucrânia, com os receios sobre uma escalada das tensões na região se mantendo no horizonte dos investidores.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,703/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 1,82% na sessão passado, alcançando USD 10,339/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 1,17%, alcançando USD 1,723 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -0,24%, próximos a USD 10,315 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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