Na última quarta-feira (01), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram a sessão em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 83,44 bbl (-3,35%) e a referência norte-americana a USD 79 bbl (-3,58%).
Os preços do óleo bruto alcançam o menor valor em sete semanas, em meio ao discurso menos otimista do presidente do Fed sobre a evolução da taxa de juros norte-americana para os próximos meses – contribuindo para uma perspectiva negativa em relação à demanda pela commodity no país – e a forte alta dos estoques de petróleo nos EUA.
Hoje pela manhã (02), o contrato do Brent para vencimento em julho/24 é negociado em torno de USD 84,28 bbl (+1,01%) até as 09h00. O petróleo recupera parte das perdas observadas na sessão anterior em meio ao entendimento de que a situação no Oriente Médio segue tensionada, alimentando os receios em relação a possibilidade de ofensivas terrestres em Gaza.
Estoques de petróleo crescem nos EUA Confirmando as informações divulgadas pelo API no dia anterior, o DOE registrou uma ampliação dos estoques de petróleo nos EUA, em 7,26 milhões de barris. A expansão reflete o aumento das importações da commodity – que romperam as máximas históricas dos últimos cinco anos para o período – e a redução sazonal das exportações. A leve queda da demanda doméstica também influenciou no crescimento das reservas do óleo bruto, que passou a operar em níveis maiores do que o observado no mesmo período de 2023 – apesar de seguir abaixo da média histórica dos últimos cinco anos.
As reservas de gasolina seguiram o mesmo caminho. Apesar da recuperação da demanda doméstica e das exportações do combustível, foi registrado o maior volume semanal importado desde agosto/23, conforme os EUA começam a se preparar para o período da driving season, quando há o aumento sazonal do consumo do derivado em meio ao início das viagens de verão no país. O diesel, por outro lado, registrou queda dos estoques em meio a manutenção da produção e das importações em patamares baixos. Apesar da leve recuperação do consumo, o combustível ainda sofre com a política monetária contracionista aplicada pelo Fed, que reduz os níveis de atividades industriais no país e compromete parte das vendas do derivado.
Conversas sobre cessar-fogo continuam Desde o início da semana, o mercado vem precificando uma redução dos riscos relacionados a elevação das tensões no Oriente Médio em meio a evolução das conversas sobre um cessar-fogo na região de Gaza. De acordo com o Ministro de Relações Exteriores da França, o governo israelense vem considerando interromper os planos sobre uma invasão terrestre em Rafah, em meio ao entendimento de que o possível acordo de interrupção das ofensivas entrem ambas as partes pode se materializar nos próximos dias. Tal cenário garantiu uma redução dos receios sobre a entrada de outros países no conflito ou a possibilidade de novos problemas logísticos no Mar Vermelho. No entanto, o mercado entende que a invasão a Rafah ainda é uma possibilidade, de modo que a não consolidação do acordo alimenta os temores em relação a um aumento das tensões na região, garantindo a sustentação das cotações do óleo bruto no início da sessão de hoje.
Exportações venezuelanas de petróleo caem De acordo com rastreadoras marítimas, foi observado uma queda mensal das exportações de petróleo pela Venezuela em 38% em abril, com a redução ocorrendo principalmente por compradores asiáticos. A deterioração das vendas externas reflete a retomada das sanções americanas aos produtos energéticos comercializados pelo país, em meio ao entendimento do governo dos EUA de que a Venezuela descumpriu os acordos relacionados à garantia de um maior monitoramento internacional sobre as eleições presidenciais que ocorrerão nesse ano. Ao longo dos últimos meses, o mercado vem observando uma redução das exportações por alguns países da América Latina, como Venezuela e o México, ao passo que o Brasil apresenta uma movimentação contrária, ampliando as suas vendas ao exterior em meio ao maior excedente exportável de óleo bruto garantido pelo avanço da produção.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 1,932/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -3,35% na sessão passado, alcançando USD 9,92936/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 1,86%, alcançando USD 1,968 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,52%, próximos a USD 9,981 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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