Na última quinta-feira (02), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram a sessão em estabilidade, com o primeiro sendo cotado a USD 83,67 bbl (+0,28%) e a referência norte-americana a USD78,95 bbl (-0,06%).
O petróleo se manteve instável em meio as incertezas sobre a demanda global por petróleo em importantes economias centrais que seguem em desaceleração, como EUA e União Europeia. Paralelo a isso, o mercado segue atento a atualizações sobre as discussões em relação ao acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas.
Hoje pela manhã (03), o contrato do Brent para vencimento em julho/24 é negociado em torno de USD 84,02 bbl (+0,41%) até as 09h00. Apesar da leve expansão nesse início de sessão, as cotações do petróleo devem registrar a maior queda semanal em quase três meses, influenciada pela perspectiva menos otimista sobre a política monetária aplicada pelo Fed e a construção de estoques nos EUA.
Importações asiáticas se mostram menos aquecidas De acordo com dados de rastreadoras marítimas, a Ásia, principal região importadora de petróleo do mundo, registrou uma redução de 1,6% das compras externas de óleo bruto, totalizando 26,89 mbpd. A redução ocorreu mesmo em um cenário de ampliação das compras chinesas, evidenciando que a queda ocorreu por outros países que internalizam um volume considerável da commodity, como Índia, Coréia do Sul e Japão. Tal situação evidencia que a demanda asiática pode se mostrar menor do que o esperado pelo mercado no primeiro semestre do ano, fator que auxilia na pressão às cotações do petróleo, conforme as projeções do DOE, da IEA e da OPEP apontam que a Ásia deve se apresentar como o motor para o crescimento do consumo da commodity ao longo de 2024 e 2025.
Estoques estratégicos crescem menos do que o esperado nos EUA O Departamento de Energia dos EUA vem enfrentando dificuldades em garantir as metas estipuladas pela Secretaria de Energia de ampliar as reservas estratégicas de petróleo (SPR, sigla em inglês) para os níveis observados no início de 2022, antes da venda de 180 milhões de barris promovida em meio aos altos preços do óleo bruto no mercado internacional com a chegada dos conflitos no Oriente Médio. Tais dificuldades ocorrem em meio ao fato de que as cotações da commodity no período atual seguem excedendo o teto definido pelo departamento para a compra dos barris, de USD 79. Ao longo dos últimos meses, a Administração Biden vem sendo pressionada pelo congresso americano para a ampliação das compras, conforme os níveis atuais da SPR representam 64% do observado no período prévio às vendas de 2022, alimentando receios de que a segurança energética dos EUA possa ser afetada eventualmente pelos estoques estratégicos mais debilitados.
OPEP pode decidir extensão dos cortes De acordo com fontes internas da OPEP+, o grupo deve decidir na reunião de junho por uma extensão do período de cortes produtivos determinados pelo grupo. A decisão, caso materializada, ocorre em meio a uma demanda global menor do que o esperado, fator que alimenta os receios do grupo sobre uma possível deterioração dos preços do petróleo no mercado internacional. Atualmente, o grupo opera com um diferencial entre capacidade produtiva e oferta realizada próxima a 5,9 mbpd, em meio aos 3,7 mbpd limitados pelas cotas e 2,2 mbpd de cortes voluntários iniciados no final de 2023. As perspectivas, portanto, apontam que o grupo possa decidir por prolongar os cortes voluntários até o final de 2024, influenciando em um aperto mais significativo do balanço global, em meio a elevação sazonal do consumo da commodity no segundo semestre do ano.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,035/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 0,28% na sessão passado, alcançando USD 9,95673/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -0,74%, alcançando USD 2,02 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,33%, próximos a USD 9,990 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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