Diário de Petróleo

Alta dos estoques nos EUA contribui para queda do petróleo
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última quarta-feira (22), as cotações de futuros do Brent e WTI encerraram a sessão em queda, com o primeiro sendo cotado a USD 81,90 bbl (-1,18%) e a referência norte-americana a USD 77,57 bbl (-2,13%).

A alta dos estoques de petróleo nos EUA elevou a deterioração as cotações ao longo da sessão de ontem, que já vinham sofrendo em meio a continuidade das falas de representantes do Fed indicando que a política monetária contracionista aplicada pelo banco central norte-americano deve continuar vigorando por um período maior que o esperado anteriormente.

Hoje pela manhã (23), o contrato do Brent para vencimento em julho/24 é negociado em torno de USD 82,45 bbl (+0,66%) até as 08h40. O petróleo recupera parte das perdas em meio ao anúncio de compensação produtiva por Moscou e as perspectivas de um balanço global da commodity mais apertado.


Estoques americanos de petróleo em alta Seguindo caminho contrário às expectativas do mercado, o DOE apontou um crescimento dos estoques de petróleo nos EUA, em 1,82 milhão de barris. A expansão não respeitou os movimentos sazonais do indicador para o período do ano, mesmo em um cenário de demanda doméstica aquecida – com o fator de utilização das refinarias operando próximo de 92%, em linha com as máximas históricas para o período – e avanço das exportações da commodity, que operam em patamares elevados. Dessa forma, entende-se que a produção interna e as importações de petróleo dos EUA acabaram compensando essa expansão do consumo ao longo da semana – fator que serviu de pressão aos preços do energético ao longo da sessão.

Os estoques de diesel também cresceram, apresentando variação semanal positiva de 379 mil barris, em meio ao avanço da produção doméstica, que se aproxima das médias históricas para o período. O consumo interno também expandiu, mas segue em patamares baixos, evidenciando a fragilidade do setor industrial americano. As reservas de gasolina, por outro lado, operaram em queda pela segunda semana seguida, em meio a um forte crescimento da demanda doméstica – garantido pela proximidade da driving season no país –, que superou os avanços da produção e das importações. Vale destacar que a relação estoque/uso da gasolina se encontra no menor patamar do ano, evidenciando que a demanda cresce de maneira mais acelerada frente a oferta existente.

Rússia comenta sobre cortes voluntários De acordo com o Ministério de Petróleo da Rússia, o país irá enviar um plano de compensação produtiva para a OPEP+ após apresentar uma oferta de petróleo maior do que os cortes voluntários confirmados para abril. De acordo com os dados divulgados pela OPEP+, a Rússia registrou a maior queda produtiva do grupo no mês, em 154 kbpd, apesar do volume ser significativamente menor em relação ao corte de 350 kbpd que o governo havia se comprometido para o período. O anúncio auxilia nas altas observadas no início da sessão de hoje, em meio aos receios de que Moscou possa reduzir os fluxos de petróleo a níveis ainda mais significativos frente ao observado atualmente.

Gás Natural
  • Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,842/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -1,18% na sessão passado, alcançando USD 9,7461/MMBTU.
  • Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com baixa de -1,09%, alcançando USD 2,811 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,65%, próximos a USD 9,809 MMBTU.
TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

Tags relacionadas: Energia

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