Na última quinta-feira (06), as cotações de futuros do petróleo encerraram a sessão em alta, com os contratos do Brent sendo cotados a USD 79,87 bbl (+1,86%), enquanto o WTI era negociado a USD 75,55 bbl (+2%).
O avanço dos preços na última sessão reverteu a queda registrada no início da semana - a qual levou os contratos para os menores valores em quatro meses -, com fundamentos técnicos e falas do ministro de energia saudita sobre a política produtiva da OPEP+ apoiando a recuperação das cotações.
Dessa forma, hoje pela manhã (07), o contrato do Brent para vencimento em agosto/24 é negociado em torno de USD 80,33 bbl (+0,41%) até as 08h50. Assim, mesmo a queda das importações de petróleo pela China teve impacto menor sobre a trajetória dos preços até o momento. No Brasil, a atualização da balnaça comercial de maio registrou uma desaceleração das importações de combustíveis no mês, com as exportações de derivados registrando avanços maiores.
China diminui importações de petróleo De acordo com o GAC, as importações de petróleo chinesas recuaram 8,7% a.a. em maio, ficando em 11,1 mbpd, refletindo o período de manutenções de refinarias e menores margens de refino. Estimativas da S&P Global apontam que a taxa de utilização das refinarias estatais atingiu o menor nível em 12 meses, em 78,7% em maio. Com o resultado do mês, o acumulado das importações de jan-mai recuou 1,1% em relação o mesmo período no ano passado, atingindo 11,04 mbpd. O resultado do mês parece não refletir um cenário pior de consumo de petróleo e derivados no mercado chinês, o que afeta menos os preços dos contratos. A expectativa de curto-prazo é de que as importações voltem a se recuperar nos próximos meses, apoiado pela retomada das refinarias e do maior consumo das unidades de processamento independentes.
Arábia Saudita movimenta mercado O ministro de energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, afirmou que a OPEP e seus aliados devem seguir influenciando o mercado de petróleo e que o grupo pode ajustar suas políticas produtivas de acordo com a “necessidade do mercado”. O país vem liderando os cortes de produção da OPEP+ a fim de garantir preços mais elevados do petróleo no mercado internacional. Assim, a fala do ministro deu fôlego para as cotações ao reforçar a possibilidade da OPEP+ reverter a retomada gradual da produção a partir de out/24, anunciada no último domingo (02) e que foi a causa da queda dos preços no início da semana.
Atualização balança comercial brasileira A nova atualização do MDIC apontou uma queda das importações de diesel em maio, que atingiram 1 milhão de m³ no mês – recuo de 21% em relação ao mesmo período no ano anterior. No acumulado entre jan-mai, o volume atingiu 5,4 milhões de m³, aprofundando a queda no comparativo com 2023 que se observa desde março. A Rússia seguiu a maior fornecedora de diesel para o Brasil em maio, representando 98% do volume no período, seguida dos Estados Unidos (+1%) - com isso, maio se tornou o mês com maior market-share de diesel russo na série. Vale destacar também que, apesar de importações menos aquecidas, a exportação de diesel seguiu elevada em maio, ficando em 80 mil m³ - valor bem acima dos 5 mil m³ registrados em mai/23. Com isso, o acumulado das exportações atingiu 415 mil m³, com o volume destinado principalmente para países da América Latina (Panamá e Argentina) e Estados Unidos.
As importações de gasolina também registraram queda em maio, ficando em 309 mil m³, volume quase 49% menor do que mai/23. No acumulado entre jan-mai, o indicador está em 1,3 milhão de m³, operando em 33,6% de queda no comparativo com 2023. Entende-se que a menor demanda doméstica pelo derivado (frente o avanço do consumo do hidratado) e forte produção do parque de refino interno limitam a necessidade de importação, favorecendo inclusive as exportações da gasolina. De acordo com o MDIC, as exportações do combustível atingiram 136,6 mil m³ no mês – apesar do recuo em relação abr/24 (191 mil m³), ainda se trata de um avanço expressivo em relação ao mesmo período no ano passado (+139%). Assim, com o valor atualizado, as exportações acumuladas de gasolina atingiram 723 mil m³, volume quase onze vezes maior do que o período jan-mai/23, destinado principalmente para o mercado americano e asiático (Singapura e China).
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Importações mensais de diesel (esq.) e gasolina (dir.) - milhões m³
Fonte: MDIC. Elaboração: StoneX.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,821/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 1,86% na sessão passado, alcançando USD 9,50453/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 0,89%, alcançando USD 2,846 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,33%, próximos a USD 9,535 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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