Diário de Petróleo

Fatores macroeconômicos devem seguir influenciando futuros do petróleo
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 2,45%, negociadas a USD 79,62 bbl na última sexta-feira (07), enquanto o WTI registrou um recuo semanal de 1,92%, negociado em USD 75,53 bbl.

O petróleo estendeu a tendência de queda da semana anterior, conforme investidores precificaram a decisão da OPEP+ em retomar gradualmente a produção do grupo a partir de out/24, revertendo os cortes voluntários assumidos desde o início do ano. Além desse fator, o aumento das reservas de petróleo nos EUA também influenciou a queda na semana, bem como a divulgação de indicadores de emprego do país. Ademais, em uma semana com divulgação de importantes indicadores econômicos, os futuros do petróleo devem ficar mais sensíveis a esses fatores macroeconômicos.

Hoje pela manhã (10), o contrato do Brent para vencimento em agosto/24 é negociado em torno de USD 80,14 bbl (+0,7%) até as 09h0. Para além de indicadores importantes que devem ser divulgados, como o CPI nos Estados Unidos, investidores também aguardam a publicação dos relatórios mensais da OPEP+ e da IEA nessa semana, que podem trazer mais clareza sobre as perspectivas desses dois agentes sobre o balanço global em 2024.  


Mercado de trabalho americano resiliente Na ultima sexta-feira (07), a divulgação do payroll dos Estados Unidos em maio indicou que o mercado de trabalho no país segue aquecido, impactando as perspectivas sobre a política monetária do Fed. De acordo com o Departamento de Estatísticas Trabalhistas (BLS), o saldo de empregos gerados nos EUA foi de 272 mil, acima do saldo de abril, de 165 mil, e acima da estimativa mediana de 182 mil. Conforme exposto na Abertura de Câmbio do dia, o relatório “sugere que o desempenho econômico continua vigoroso e que a renda dos americanos deve se manter em elevação. Isto, por sua vez, eleva temores de investidores de que o país está excessivamente aquecido para permitir uma estabilização dos preços, diminuindo as apostas para cortes de juros pelo Federal Reserve e reforçando a percepção de que os juros se manterão mais altos por mais tempo”. Dessa forma, os futuros de petróleo reverteram os ganhos que acumulavam na sexta-feira, encerrando o dia em queda em meio a maior aversão ao risco dos investidores. 

Medida para reabastecer SPR O Departamento de Energia (DOE) dos Estados Unidos deve adquirir quase 6 milhões de barris para recompor as reservas estratégicas do país após a recente queda dos preços da commodity. Entre as solicitações, cerca de 1,5 milhão de barris devem ser entregues até setembro e os 4,5 milhões restantes entre outubro e dezembro. Com isso, o DOE deve adquirir mais de 15 milhões de barris ao longo do segundo semestre de 2024 - aproveitando os momentos em que os contratos estão abaixo de USD 79 bbl -, um esforço para reabastecer as reservas estratégicas após a queda em 2022, quando o governo vendeu cerca de 180 milhões de barris a fim de limitar a escalada de preços no período. De acordo com o último reporte do DOE, a SPR contava com 320 milhões de barris, valor bem abaixo dos 593 milhões registrados no início de 2022.

Resolução para exportações iraquianas Após mais de um ano com operações interrompidas, o ministro de petróleo do Iraque afirmou que um acordo com a Turquia deve permitir a retomada das exportações pelo porto de Ceyhan, no Curdistão nos próximos dias. Com os impasses, a exportação de quase 450 kbpd foi interrompida pela região, devendo ser redirecionados por outras rotas desde março/23. 

Gás Natural
  • Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,918/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -0,31% na sessão passado, alcançando USD 9,47478/MMBTU.
  • Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 2,88%, alcançando USD 3,002 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,18%, próximos a USD 9,491 MMBTU.
TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

Tags relacionadas: Energia

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