Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam queda de 2,82%, negociadas a USD 82,63 bbl na última sexta-feira (19), enquanto o WTI registrou um recuo semanal de 2,53%, negociado em USD 80,13 bbl.
O petróleo encerrou em queda pela segunda semana consecutiva, com o resultado da última sessão influenciado especialmente pela fala do secretário de estado dos EUA, Antony Blinken indicar que Isral e Hamas estariam próximos de um acordo de cessar-fogo em Gaza. Além disso, preocupações com a demanda global – principalmente na China - também apoiaram a queda dos futuros, levando os contratos do Brent para o menor nível em quase cinco semanas.
Hoje pela manhã (22), o contrato do Brent para vencimento em setembro/24 é negociado em torno de USD 81,11 bbl (-0,55%) até as 09h20. O mercado reflete menor apetite por risco dos investidores apesar de fatores altistas na China e os ataques entre Israel e Houthis no final de semana, estendendo a deterioração dos contratos nesse início de semana. No Brasil, a ANP divulgou os dados de vendas parciais de combustíveis em junho.
Banco Central chinês reduz taxa de juros Em um movimento não antecipado pelo mercado, o Banco Central chinês reduziu em 0,1 p.p a taxa referencial de juros na segunda-feira (22), movimento visto como uma tentativa de estímulo para a economia do país. Em geral, o governo evitou movimentos maiores de política monetária a fim de preservar o yuan, conforme uma revisão da taxa de juros antes dos Estados Unidos tenderia a pressionar ainda mais a taxa de câmbio chinesa, por isso a decisão do BC surpreendeu os agentes ao ocorrer antes do previsto. Apesar da medida ser lida como positiva para a economia, teve pouco efeito sobre as cotações do petróleo até o momento, contribuindo em evitar maiores quedas dos contratos nessa segunda-feira.
Ataques contra infraestrutura energética no final de semana O final de semana foi marcado por ataques contra a infraestrutura energética na Rússia e no Oriente Médio, o que contribuiu para suportar os preços do petróleo no início da sessão. No Yemen, o porto de Hodeidah foi atingido por bombardeios israelenses, afetando especialmente terminais de importação de petróleo e derivados e hubs de armazenamento desses produtos, além de terminais de exportação de GNL. O episódio foi uma retaliação ao ataque dos Houthis em Tel-Aviv na última sexta-feira (19), com Israel defendendo a ofensiva ao afirmar que o porto também funcionava como um ponto de entrada de armas e de apoio iraniano para os Houthis. Em geral, o fato aumenta as tensões na região e serviram como um contraponto às falas do secretário de estado dos EUA, o qual afirmou que Israel e Hamas estariam próximos de um acordo de cessar-fogo em Gaza.
No Leste Europeu, a Ucrânia realizou um ataque com drones contra a refinaria de Tuapse, uma das maiores unidades de processamento da Rosneft com capacidade de 240 kbpd, na manhã dessa segunda-feira. Trata-se da maior ofensiva contra uma refinaria de grande porte russa desde meados de maio, em um momento que o parque de processamento do país voltava a elevar a taxa de utilização. Ainda não se tem maiores detalhes sobre os danos causados nessa última ofensiva, mas ainda se espera um aumento do refino no país nos próximos meses que deve limitar as exportações de petróleo russo.
Vendas de combustíveis no Brasil A última atualização da ANP indicou uma recuperação das vendas de diesel ao longo de junho, com o volume do mês ficando em 5,66 milhões de m³ - um aumento de 3,77% no comparativo com o ano passado. A demanda por gasolina seguiu em queda, atingindo 3,51 milhões m³ em junho, recuo de 8,61% em relação a jun/23, enquanto o etanol continuou em alta, dado que as vendas do biocombustível ficaram em 1,6 milhão de m³ no período (+40,29% a.a) levando a um aumento do share do hidratado sobre o Ciclo Otto (quase 25% no resultado nacional e 30% no Centro-Sul). Considerando o primeiro semestre, as vendas de diesel B acumulam 4,15% de alta em relação ao 1S23 (32,5 milhões m³), enquanto a dinâmica de competitividade do Ciclo Otto promoveu um aumento de 53,5% da demanda de etanol e queda de 7,43% do combustível fóssil no período.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,128/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -2,91% na sessão passado, alcançando USD 9,83297/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 2,91%, alcançando USD 2,19 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em baixa de -0,47%, próximos a USD 9,787 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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