Diário de Petróleo

Petróleo se recupera após forte queda no início da semana
 
Bruno Cordeiro
Isabela Garcia

Na última terça-feira (06), as cotações de futuros do Brent encerraram a sessão em queda, sendo cotado a USD 76,48 bbl (+0,24%). Os contratos do WTI também acompanharam essa trajetória, negociado em USD 73,2 bbl (+0,36%).

Após três sessões em forte queda, que levaram os futuros do Brent para os menores níveis desde jan/24, os contratos encontraram apoio nos temores em relação a oferta de petróleo. Disrupções produtivas em algumas regiões, em destaque para a Líbia, e a escalada de tensões no Oriente Médio contribuíram para o resultado positivo da sessão. Além disso, fatores técnicos do mercado também podem estar associados a recuperação observada, com agentes precificando os contratos após o forte recuo na segunda-feira (5).

Hoje pela manhã (07), o contrato do Brent para vencimento em outubro/24 é negociado em torno de USD 77,98 bbl (+1,95%) até as 08h50. Os preços seguem se recuperando no início do dia após a forte queda do início da semana apesar do resultado mais fraco das importações chinesas em julho e possível alta dos estoques de petróleo nos Estados Unidos. No Brasil, o MDIC atualizou os dados da balança comercial de julho, apontando recuperação das importações de diesel e gasolina. 


Balança comercial brasileira em julho De acordo com o MDIC, as importações brasileiras de diesel em julho atingiram 1,2 milhão de m³, um avanço de 17,4% no comparativo com jul/23 apesar de um recuo em relação a junho (-17%). Nos últimos meses as importações do derivado voltaram a crescer, podendo refletir o aumento da demanda interna, especialmente ao longo do terceiro trimestre em que se costuma registrar um aumento sazonal do consumo. A Rússia seguiu como a principal fornecedora de diesel para o país, cerca de 970 mil m³ (76%) e aumentando seu market-share frente jun/24, seguida pelos Estados Unidos, o qual forneceu 297 mil m³ no período. Ademais, considerando o acumulado entre janeiro e julho, as importações de diesel atingiram 8,27 milhões de m³, que representa um aumento de 3,4% em relação o mesmo período em 2023, devido, novamente, o forte aumento do consumo registrado ao longo do ano mesmo com o aumento de mistura de biodiesel.

Para a gasolina, também foi registrado um aumento das importações em julho, ficando em 267 mil m³ no mês, cerca de 20% maior que jul/23 e três vezes maior do que o resultado de junho. As importações, assim, conseguiram se recuperar da mínima registrada no mês anterior, podendo refletir o aumento do consumo interno, tanto pelo aumento da demanda por combustíveis leves que sazonalmente se verifica em julho, como também pela recuperação da competitividade da gasolina frente o etanol nas últimas semanas, apesar do aumento do preço de revenda da Petrobras no início do mês - de acordo com ANP, a média da paridade no estado de São Paulo passou de 64,2% para 66,9% no final de julho. Ademais, o aumento das importações no mês levou a uma diversificação dos fornecedores, entre eles Rússia, Estados Unidos, Grécia e Holanda. Quando se considera o resultado entre janeiro a julho, as importações, entretanto, ainda acumulam queda no comparativo anual, cerca de 36,9%, devido, principalmente, o recuo da demanda interna verificada no primeiro semestre (frente a maior competitividade do hidratado), como também pela forte produção doméstica pelas refinarias, limitando a necessidade de importação no período.

China reduz importações de petróleo A atualização dos dados da balança comercial chinesa apontam que as importações de petróleo no país em julho atingiram o menor nível desde setembro/22, em 9,97 mbpd. O resultado é 12% menor do que os valores de jun/24 e 3% abaixo no comparativo anual, reforçando a percepção de uma menor atividade de refinarias tanto pela deterioração das margens como também uma demanda interna em desaceleração na China. A Sinopec, uma das maiores processadoras de petróleo do país, registrou uma queda de 9% da produção de diesel no primeiro semestre do ano, refletindo a piora do consumo do combustível diante a menor atividade de alguns setores mais intensivos no combustível, com a produção de gasolina avançando menos diante o avanço das frotas elétricas na China.  Ademais, considerando o resultado entre janeiro e julho desse ano, as importações atingiram 10,89 mbpd (ou 317,8 milhões de toneladas), que representa uma queda de 2,4% em relação ao mesmo período em 2023 e reforça a opinião de alguns analistas do mercado de que a China deve registrar uma contração do indicador nesse ano. 

API sinaliza recuperação dos estoques de petróleo Um possível ponto de pressão sobre os preços do petróleo é a formação de estoques da commodity nos Estados Unidos, movimento não antecipado pelos agentes. De acordo com o API, as reservas americanas avançaram 176 mil barris na última semana, com o leve aumento contrastando a projeção de queda de 1,8 milhão de barris pelo mercado. Isso pode refletir uma nova queda do consumo interno, que vem sendo registrado nas últimas semanas pelo DOE, bem como o aumento das importações do óleo bruto. Ademais, o API também registrou uma forte alta dos estoques de gasolina e diesel, em 3,3 e 1,2 milhão de barris, respectivamente. No caso da gasolina, isso reverteria a tendência das últimas semanas, além de também divergir com as estimativas iniciais do mercado de queda de 1,8 milhão de barris. 

Gás Natural
  • Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em alta, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,01/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma alta de 0,24% na sessão passado, alcançando USD 9,10112/MMBTU.
  • Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 2,19%, alcançando USD 2,054 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 1,56%, próximos a USD 9,243 MMBTU.
TABELA DE COTAÇÕES (FECHAMENTO DA ÚLTIMA SESSÃO)

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Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.

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