Na última terça-feira (20), as cotações de futuros do Brent encerraram a sessão em queda, sendo cotado a USD 77,2 bbl (-0,59%). Os contratos do WTI também acompanharam essa trajetória, negociados em USD 74,04 bbl (-0,44%).
O mercado seguiu precificando os menores prêmios de risco de oferta associados ao conflito no Oriente Médio conforme rumores de um cessar-fogo na região chamam atenção de investidores. Em geral, perspectivas menos positivas sobre a demanda na China também tiveram influência na trajetória de ontem, levando o contrato do Brent a reverter os ganhos das últimas semanas e atingir os níveis verificados no início do mês.
Hoje pela manhã (21), o contrato do Brent para vencimento em outubro/24 é negociado em torno de USD 77,34 bbl (+0,18%) até as 09h15. Investidores aguardam novas informações sobre um acordo entre Israel e Hamas e o relatório do DOE sobre o mercado americano na última semana, o que contribui para uma leve alta dos preços após três dias de quedas maiores.
API registra alta dos estoques nos EUA De acordo com o API, as reservas de petróleo nos Estados Unidos aumentaram 347 mil barris na última semana, divergindo da estimativa do mercado que projetava uma queda de 2,4 milhões de barris. Caso esse movimento seja confirmado pelo DOE no relatório de hoje, representaria a segunda semana de alta dos estoques, o que deveria afastar o indicador das mínimas sazonais de agosto. Para os derivados, o API indica um recuo em 1 milhão de barris para a gasolina e quase 2,2 milhões de barris para o diesel – com este tendo uma queda bem acima do estimado pelos agentes. Apesar da sinalização baixista para o petróleo, o relatório do API parece ter pouca influência sobre os preços no início dessa quarta-feira, conforme agentes esperam os números oficiais do Departamento de Energia (que as vezes divergem fortemente das estatísticas do API), além de estarem focados em fundamentos geopolíticos e macroeconômicos.
Discussões do Combustível do Futuro adiadas Na última terça-feira, a Comissão de Infraestrutura do Senado adiou a votação do projeto do Combustível do Futuro (lei 528 de 2020), para a primeira semana de setembro, podendo apresentar novas mudanças no texto. A lei, caso aprovada, deve trazer mudanças significativas para o mercado de biocombustíveis no Brasil - inclusive para estimular os chamados biocombustíveis avançados - com objetivo de diminuir as emissões de gases do efeito estufa associados ao setor de transporte. Entre as propostas centrais do programa, destaca-se o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina para 30% (podendo chegara a 35% caso se demonstre “viabilidade técnica”), uma meta para se atingir o B20 até 2030 (aumento de 1% do nível da mistura a partir de 2025), metas iniciais de mistura de SAF e diesel verde a partir de 2027, além de estímulos para a demanda por biometano no setor de gás natural.
O texto aprovado na Câmara em março desse ano já passou por algumas alterações, mas algumas iniciativas não conseguiram ser incluídas no projeto até o momento. A não inclusão do diesel coprocessado produzido pela Petrobras, por exemplo, é um forte ponto de divergência entre os setores que discutem o projeto. Esse combustível é produzido a partir do processamento de matérias-primas de origem vegetal (especialmente o óleo de soja) com o derivado de petróleo, e a expectativa de alguns agentes era a determinação de mandatos mínimos de mistura para o produto, o que não se concretizou. Ademais, mesmo com o adiamento da votação da Comissão, espera-se que o Plenário do Senado conclua a votação do Combustível do Futuro em setembro.
- Os preços do gás natural nos EUA fecharam a sessão de ontem em baixa, com o contrato mais ativo do Henry Hub operando em USD 2,198/MMBTU. No Brasil, considerando o contrato da Petrobras 2024/25, os preços do gás natural operaram com uma baixa de -0,59% na sessão passado, alcançando USD 9,1868/MMBTU.
- Hoje, o contrato mais ativo do Henry Hub amanheceu com alta de 0,59%, alcançando USD 2,211 MMBTU, ao passo que os preços do gás natural do Brasil - considerando Petrobras 24/25 - operam em alta de 0,03%, próximos a USD 9,189 MMBTU.
Fonte: NYMEX, ICE, S&P, StoneX.
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