Os futuros de ações apontam para uma abertura em alta pelo terceiro dia consecutivo. Eles tiveram dificuldades para manter a força nas outras duas sessões da semana, recuando na terça-feira conforme os traders se preocupam com os riscos para economia norte-americana. O índice de volatilidade VIX negociou em alta, próximo de 29 pontos na manhã de hoje, refletindo aumento das preocupações em Wall Street. O dollar index negocia próximo dos 104,5 pontos, enquanto os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA negociam próximos a 3,17%. Contudo, o setor de commodities continua a se recuperar após perdas expressivas, com o petróleo em alta de mais de 1% em razão das preocupações com a oferta e as commodities avançando a um ritmo parecido.
O produto interno bruto (PIB) primeiro trimestre nos EUA caiu a uma taxa anualizada de 1,6% de acordo com a revisão final divulgada hoje, um pouco pior que a contração de 1,5% reportada anteriormente e da estimativa de contração de 1,4% dos analistas. O índice PCE também cresceu a uma taxa anualizada de 1,8%, o que representa uma queda brusca em comparação com a estimativa dos analistas de que permaneceria inalterado em alta de 3,1%. O último número será de maior preocupação para Wall Street e os formuladores de políticas do Federal Reserve. Os dados levaram os futuros de ações a reduzirem seus ganhos na manhã de hoje, à medida que os medos de recessão voltam a aparecer. Uma recessão é definida como dois trimestres consecutivos de contração no crescimento do PIB.
A segurança alimentar é uma alta prioridade na China, mencionada pelos líderes do país e a mídia local quase semanalmente. Isso coincide com outro evento “cisne negro” potencial que tenho mencionado ao longo do último ano – a possível reunificação de Taiwan à China. O presidente chinês, Xi Jinping, parece determinado a assumir o controle de Taiwan. Ele deixou isso muito claro. Contudo, ele pretende evitar alguns dos erros cometidos pelo presidente russo Vladimir Putin. A Rússia não conseguiu assumir rapidamente o controle da Ucrânia, dando tempo para o Ocidente apoiar a nação atacada, levando a embarques significativos de armas de defesa em apoio à Ucrânia, enquanto a opinião pública global se voltava contra Putin. Xi Jinping não pode se dar ao luxo de que uma guerra prolongada leve a interrupção do comércio de outros países com a China. Sua oferta de alimentos depende das importações de commodities, enquanto sua economia depende das exportações. O Ocidente tende a a) aplicar sanções e b) vir em defesa da nação atacada, quando a conquista demora muito para acontecer. Como tal, Xi Jinping pode estar adiando sua data-alvo. Ele tem construído um tipo de arsenal militar que permitiria uma rápida aquisição que não daria tempo para o Ocidente responder. No entanto, o país se protege de possíveis riscos focando na autossuficiência alimentar.
A China acaba de participar de uma conferência com os países do BRIC que recebeu pouca cobertura jornalística. O país aproveitou essa conferência para fortalecer seus laços com a Rússia, a Índia e o Brasil, com o país formando laços mais estreitos de dependência do comércio de alimentos e energia. Xi Jinping também estimulado produtores a adotar novas tecnologias para aumentar a produtividade. A edição de hoje do China Direct, publicada pelo nosso equipe de Xangai, reportou que as pequenas fazendas representam mais de 90% da produção da China. Por exemplo, a China tem 210 milhões de fazendas menores que 1,66 acre. A China avançou na liberação do uso de sementes geneticamente modificadas para a produção de milho a fim de aumentar os rendimentos, mas a adoção por essas pequenas fazendas é lenta devido à resistência em relação aos transgênicos. Desse modo, o rendimento médio do milho da China é de cerca de 6,28 ton/ha, contra quase 11,30 ton/ha nos Estados Unidos. A China também tem investido no comércio e infraestrutura brasileiros para maior dependência do milho e da soja produzidos no país.
As margens de alimentação de suínos na China têm apresentado leve melhora com o otimismo em relação à recuperação da demanda forrageira no segundo semestre do ano. Recentemente, algumas manchetes indicaram que as baixas margens de alimentação resultaram em um aumento expressivo nos estoques de farelo de soja na China de março a junho. Contudo, é verdade que os estoques de farelo de soja em 1,06 milhão de toneladas são o triplo dos níveis observados em março, mas isso ainda os deixa perto da média de cinco anos para a data. Os estoques estavam muito baixos em março devido à lenta chegada de soja do Brasil.
O esmagamento no país se posiciona entre 1,8 milhão e 1,9 milhão de toneladas de soja por semana, contra 2,1-2,2 milhões nos últimos anos, mas ainda bem acima dos níveis vistos no início do ano, quando as margens estavam muito negativas. A China tem quase 60% de cobertura para as suas necessidades, mas pouca cobertura para setembro, com a soja dos EUA sendo a opção mais competitiva atualmente, aumento a expectativa de novas vendas. O país asiático tem tentado passar por esse período de preços elevados através da venda de ofertas de suas reservas. A questão é quando o país asiático conseguirá recuperar essas reservas. Isso acontecerá quando os preços baixarem conforme a produção global se recuperar ou a China continuará comprando a preços elevados se o clima ameaçar as ofertas do Meio-Oeste? Essas questões ainda serão respondidas.
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