5 de julho - Os mercados ainda estão de ressaca, conforme os traders dos EUA retornam do final de semana prolongado em razão do feriado do Dia da Independência com as preocupações econômicas no topo da lista de preocupações. Os números elevados da inflação assombraram os mercados da Europa, fazendo com que o euro negociassem em queda brusca, o que, por sua vez, empurrou o dollar index para novas máximas de 19 anos. O índice de volatilidade VIX negocia próximo dos 29 pontos, refletindo preocupações em Wall Street. A combinação do dólar forte e do VIX forte cria ventos contrários para aqueles produtos que não têm uma narrativa forte. Os títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA negociam próximos a 2,81% na manhã de hoje, refletindo preocupações sobre a economia dos EUA, o que pode resultar em uma redução na demanda por commodities.
Os preços do petróleo permaneceram estáveis na sessão noturna após negociarem em uma faixa de mais de USD 6, à medida que os traders tentam equilibrar as preocupações sobre a escassez da oferta com receios de erosão da demanda. Esses receios foram hoje amplificados com as indicações de que a China esteja próxima de precisar adotar novos lockdowns. A OPEP+ tem enfrentado dificuldades para aumentar a produção, mas a demanda global também tem seus desafios. Isso estabelece um período de consolidação enquanto os traders esperam por uma direção mais clara, embora os traders algorítmicos devam criar volatilidade suficiente para os manter envolvidos no mercado.
Não vejo a China a vencendo a Covid-19 com lockdowns. Os vírus sofrem e continuam a sofrer mutações até conseguirem encontrar uma forma de derrotar os nossos melhores esforços para os controlar. Muitos grandes centros econômicos na China, incluindo Pequim e Xangai, adotaram lockdowns no final de março, que se estenderam até junho, quando o governo tentou conter a Covid-19. Os cidadãos destas cidades deram finalmente um suspiro de alívio nas últimas semanas, à medida que os lockdowns foram sendo flexibilizados e a vida começou a voltar à normalidade. Contudo, era apenas uma questão de tempo até que novos casos de Covid-19 voltassem a ser registrados, levantando novamente o receio esta manhã de que as áreas críticas do país pudessem estar novamente à beira de novos lockdowns.
A edição de hoje do China Direct, publicada pelo nosso escritório de Xangai, nota que 69 casos transmitidos domesticamente e 266 casos assintomáticos foram identificados na segunda-feira, com 52 casos confirmados e 179 casos silenciosos na província de Anhui. Mais de 1.000 infecções ocorreram em Sixian, na província de Auhui, perto de Xangai, na última semana. Pelo menos 12 cidades na região do Delta do Rio Yangtzé foram afetadas, incluindo a província de Jiangsu e Xangai. Pelo menos oito rodadas de testes já foram realizadas em Sixian, com relatos de um aumento significativo das exigências de testes para as regiões de Xangai no final da terça-feira. Ainda não há indicações de que as autoridades tenham contido suficientemente o último surto, que parece ser de uma variante de transmissão mais rápida do vírus.
Pode-se dizer que a China enfrenta outro desafio potencial, uma vez que continua a sofrer com os impactos dos últimos fechamentos. Isso tem um impacto negativo direto na demanda por várias commodities. As commodities energéticas são mais diretamente impactadas pelo aumento das restrições e lockdowns, mas o consumo de alimentos também é impactado. As pessoas na China tendem a consumir menos carne quando comem em casa do que em restaurantes. As margens de alimentação de suínos estão melhorando à medida que os preços da carne suína aumentam. A indústria está cautelosamente otimista de que registrará margens melhores no segundo semestre, aumentando a demanda por grãos forrageiros e proteínas. Parte desse otimismo, no entanto, depende do fato de a China ser capaz de evitar novos fechamentos generalizados.
Foram duas semanas difíceis no setor de grãos e oleaginosas. A liquidação de posições especulativas causou danos significativos nos gráficos, à medida que os traders algorítmicos contribuíram com a pressão de venda.
Os usuários finais aproveitam os preços mais baixos para estender a cobertura, mas também veem pouca necessidade de intervir ativamente como compradores até/a menos que os mercados mostrem alguns sinais de redução da pressão de venda. As preocupações com o clima poderiam estimular uma reversão nesta época do ano, mas esse ainda não é o caso. O Meio-Oeste registrou chuvas esparsas na semana passada. Nem toda a região recebeu as chuvas, mas a percepção é de que as chuvas tiveram grande cobertura. Mais chuvas devem ser registradas durante a próxima semana, juntamente com a possibilidade de alguns aglomerados de tempestades fortes. As previsões são menos promissoras em duas semanas, quando a polinização do milho entrar em sua fase crítica. Os modelos de previsão divergem, mas há um pouco mais de tendência de clima quente e seco em todo o Meio-Oeste na semana #2, embora se espere que o calor mais intenso se concentre no oeste do Meio-Oeste. O principal período a ser monitorado será as duas últimas semanas de julho e a primeira semana de agosto.
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