No último domingo (23/10), chegou ao fim o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. Ao longo dos seus sete dias de duração, a segunda nação mais poderosa do mundo decidiu suas lideranças para os próximos cinco anos, incluindo aí os vinte quatro membros do Politburo, os sete membros do Comitê Permanente do Politburo e o presidente do país. Em grande medida, o Congresso foi visto como uma vitória para Xi Jinping, com o atual presidente da China garantindo para si um terceiro mandato e conseguindo colocar diversos de seus aliados em posições chaves no governo. O mercado chinês interpretou mal este resultado.
Também na China, foram divulgados dados referentes ao PIB do 3° trimestre. Eles mostraram que a economia do país cresceu 3,9% tanto na comparação trimestral, quanto na comparação anual, valores acima do esperado pelo mercado. Por um lado, este crescimento mostra que o país asiático se recuperou dos diversos lockdowns implementados entre março e maio. Por outro, mostra que o país ainda enfrenta dificuldades atreladas à política de covid-zero e à crise do setor imobiliário, já que o crescimento anual dificilmente alcançará a meta estatal de 5,5%.
Voltando as atenções para os Estados Unidos, por lá as ações devem abrir em alta, estendendo os ganhos da última sexta-feira. Esta tendência se estabeleceu após o Wall Street Journal ter divulgado que os principais membros do Federal Reserve discutirão a desaceleração do ritmo de aumento das taxas de juros em sua reunião de novembro.
Por fim, atenção para as disputas políticas no Reino Unido. Após a renúncia de Liz Truss, depois de apenas 45 dias, parece que o novo primeiro-ministro britânico será o ex-chanceler do Tesouro e homem próximo ao mercado, Rishi Sunak.
A Bolsa de Chicago iniciou a semana com perdas novamente para a soja, encontrando suporte no avanço do plantio no Brasil e na colheita dos Estados Unidos, além das perspectivas para as exportações via rio Mississippi continuarem pessimistas, dado que não há previsão de chuvas suficientes e o nível da água em Memphis atingiu a mínima histórica de 3,28 metros na semana passada, segundo o USDA.
O aumento registrado nas importações de soja da China no mês de setembro (+12,2% em relação ao mesmo mês em 2021) causou pouco efeito sobre os preços, uma vez que apesar do incremento, a expectativa é que a política de tolerância zero a Covid-19 continue reforçada. A saída de Li Keqiang, agora ex primeiro-ministro, contribui para preocupações com a economia chinesa, dado que era um dos representantes que resistiam a políticas de Covid-Zero defendidas pelo presidente Xi Jinping.
O mercado futuro de milho também operou com perdas neste início da semana na CBOT, seguindo um dólar firme e a continuidade do acordo que possibilita o escoamento de grãos do Mar Negro.
A área de plantio de milho na Argentina sofreu redução de 200 mil hectares, alcançando 7,3 milhões de hectares de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, que ponderou os efeitos da falta de umidade no solo em algumas regiões.
Enquanto a soja obteve aumento nas importações chinesas, o milho recuou 56,6% em setembro, quando comparado ao volume importado no mesmo mês do ano passado, segundo o Departamento de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês).
Nesta segunda-feira (24) os futuros do trigo seguiram o movimento baixista generalizado para grãos na CBOT, amparado pelo dólar e pela expectativa de renovação do acordo “Iniciativa de Grãos”, após novo navio com cerca de 400 mil toneladas de trigo deixar o porto de Chornomorsk para o Iêmen ontem.
Enquanto a Argentina enfrenta o clima de seca severa, reduzindo as perspectivas para sua produção de trigo de 16,5 para 15,2 milhões de toneladas, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a Austrália passa por um período de chuvas em excesso que pode prejudicar o rendimento da safra.
Este documento contém opiniões do autor e não necessariamente reflete as estratégias da StoneX. As previsões de mercado são especulativas e podem variar. O investidor é responsável por qualquer decisão baseada neste material. A StoneX só negocia com clientes que atendem aos critérios legais. O aviso legal completo está em https://brasil.stonex.com/aviso-legal/.
É proibida a cópia ou redistribuição deste material sem permissão da StoneX.
© 2024 StoneX Group, Inc.