25 de outubro, Campinas - Nesta terça-feira, o mercado chinês segue em destaque entre os investidores. No último domingo, Xi Jinping garantiu para si um terceiro mandato consecutivo como presidente da China, notícia que foi bastante mal recebida pelo mercado. Com isso, as ações do país atuaram em baixa pelo sexto dia consecutivo e o yuan recuou para o menor valor desde 2007. Isto torna as importações chinesas bastante caras.
Estes problemas chineses estão entre os principais fatores responsáveis pelos índices futuros mostrarem que Wall Street abrirá em baixa no dia de hoje. O outro grande fator são as perspectivas para a divulgação dos resultados corporativos das gigantes de tecnologia Microsoft e Alphabet (Google), ambas agendadas para hoje após o fechamento do mercado. Especialmente para a Microsoft, o mercado está esperando resultados negativos, com indícios apontando para recuo trimestral nas vendas de computadores pela primeira vez em cinco anos.
Já na Europa, as ações estão mistas, com perdas na Alemanha e no Reino Unido, mas com ganhos na França. No noticiário, o grande destaque é a mudança na liderança britânica, com Rishi Sunak assumindo o cargo de primeiro-ministro depois de Liz Truss ter durado apenas sete semanas no cargo. Sunak é amplamente apoiado pelo mercado, tendo trabalhado em empresas como Goldman Sachs ao longo de sua carreira no setor privado. Sua missão imediata é devolver certa estabilidade aos mercados cambial e de títulos, após um período turbulento. No longo prazo, ele terá que enfrentar a crise energética e uma economia que parece estar caminhando para recessão.
O mercado futuro de soja ficou estável na sessão noturna da Bolsa de Chicago nesta terça-feira. O avanço do plantio no Brasil e da colheita nos Estados Unidos, assim como a demanda chinesa, continuam sendo fundamentos de atenção neste momento.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) reportou que 80% da área de soja foi colhida, 13 pontos percentuais acima da média histórica. Mais uma semana, as lavouras americanas superam inclusive a expectativa do mercado, que dessa vez esperava 77%.
As inspeções de soja dos EUA também aumentaram, de acordo com o USDA. Cerca de 2,9 milhões de toneladas de soja foram inspecionadas até o dia 20, 1 milhão a mais que na semana anterior.
Os preços para o mercado futuro de milho nesta terça-feira (25) não resistiram à pressão pelo lado da oferta e caíram na sessão noturna na Bolsa de Chicago.
O relatório semanal de Progresso da Colheita do USDA indicou o ritmo de colheita semanal mais rápido registrado até agora nesta safra. Cerca de 61% da área foi colhida, acima da média histórica de 52%. São previstas chuvas generalizadas no Corn Belt nos próximos dias, o que pode diminuir o ritmo nesta semana.
No Brasil, o plantio da primeira safra de milho segue em ritmo favorável. A StoneX divulgou seu acompanhamento semanal de plantio e o relatório indica que até o final da semana passada 49,6% da primeira safra 2021/22 do cereal estava em solo, 10,2 pontos percentuais acima da semana anterior. Para mais detalhes, veja o relatório completo.
O trigo continuou em movimento de queda na sessão noturna desta terça-feira (25) na CBOT, seguindo o cenário baixista motivado por um dólar mais firme e a possibilidade de renovação do acordo "Iniciativa de Grãos", além de notícias de condições mais favoráveis para o clima em algumas regiões.
Previsões de chuvas para os próximos dias na Argentina podem ajudar a reviver parte de sua safra de trigo, que sofreu danos causados pela seca severa em suas regiões produtoras. As perspectivas de chuvas favoráveis também são encontradas nos EUA, em que caso ocorram, irão melhorar a umidade dos solos secos nas planícies em que cresce o recém-plantado trigo de inverno. Sua semeadura foi relatada pelo USDA com 79% da área concluída, um aumento de 10 pontos percentuais em relação à semana anterior.
No Brasil, as chuvas também chamam a atenção. No Paraná e em Santa Catarina a chuva superou até 300 mm em regiões produtoras, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Tais condições de clima neste momento da safra geram preocupação em relação à qualidade do trigo dado o excesso de umidade nos grãos na região Sul e em São Paulo, áreas em que 80% do trigo foi colhido até meados de outubro.
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