- Produção mundial 2022/23 estimada acima do consumo;
- Combate à inflação pode gerar recessão;
- Revisão da safra 2021/22 dos EUA, com impacto nos estoques;
- Possibilidade de recorde de produção no Brasil;
- Dólar soja na Argentina;
- Covid-19 em alta na China.
- Preocupações com o clima para a safra 2022/23 da América do Sul;
- Vendas de exportação dos EUA superam acumulado do ano passado;
- Plantio da soja atrasado na Argentina, devido ao clima;
- Perspectivas de elevado consumo de óleo de soja para biocombustíveis nos EUA;
- Aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil em 2023.
Na semana passada, as cotações da soja em Chicago oscilaram em torno da estabilidade e terminaram a sexta-feira (25) em 1436,25 cents/bushel, levemente acima do registrado uma semana antes. Com o feriado de Ação de Graças nos EUA, na quinta-feira (24), não houve negociações na CBOT, e o pregão de sexta-feira foi mais curto
A situação da Covid-19 na China continuou no centro das atenções, com o país registrando aumento do contágio, com as primeiras mortes reportadas em seis meses. Diante desse cenário, várias localidades, como a capital Pequim, estão tomando medidas restritivas, com fechamento de escolas (aulas somente online), restaurantes (somente funcionando para entregas) e testagens em massa da população. A política de tolerância zero contra a Covid-19, que é adotada pela China desde o início da pandemia, tem gerado cada vez mais descontentamento na população do país, com a ocorrência, inclusive, de protestos, o que é um movimento raro registrado entre os chineses.
Essa piora da situação da pandemia, com o aumento das restrições no país, ocorre num momento em que havia uma sinalização de relaxamento das medidas muito duras adotadas, mas que, por enquanto, não devem seguir nessa direção.
Com isso, aumentam as preocupações quanto aos potenciais impactos econômicos e os temores de rupturas em cadeias logísticas, como registrado em 2020, no início da pandemia. No caso do mercado de soja, por mais que haja resiliência por ser uma commodity alimentar (para ração), há também preocupações quanto a potenciais impactos nos volumes importados pela China. O USDA estima que as importações do país no ciclo 22/23 vão voltar para próximo de 100 milhões de toneladas, após terem encerrado a safra 22/22 em 91,6 milhões.
Intraday semanal - janeiro/23 (CME)
O volume importado pela China tende a ter impactos relevantes sobre os exportadores, devido à elevada concentração da oferta em Brasil, EUA e Argentina. Atualmente, os EUA se encontram em seu melhor período sazonal de embarques de soja, o quarto trimestre do ano.
As inspeções de exportação norte-americanas na semana encerrada em 17/11 alcançaram 2,3 milhões de toneladas, levando o acumulado de embarques do país para 17,1 milhões de toneladas, 2 milhões de toneladas a menos que o apurado nesta mesma época de 2021.
Já as vendas de exportação também são acompanhadas de perto. Após um resultado de 3 milhões de toneladas na semana encerrada em 10/11, as vendas voltaram a ficar mais baixas na semana finalizada em 17/11, registrando 690 mil toneladas. De qualquer maneira, no acumulado, já foram negociadas 36,6 milhões de toneladas de soja da safra 22/23, volume levemente acima do ano passado, quando atingia 36,1 milhões.
Vendas de exportação 2022/23 - EUA (mil toneladas)
No Brasil, o plantio da safra 22/23 alcançou 85,4% da área prevista, segundo a StoneX, e o clima segue no radar, em mais um ano de La Niña. Por enquanto, por mais que, no geral, as chuvas estejam abaixo do normal para o período, os volumes de precipitação registrados têm sido suficientes para garantir um bom desenvolvimento das lavouras. De qualquer forma, o mês de dezembro vai ser central para um resultado cheio, assim como janeiro em regiões que plantam mais tarde, como o Rio Grande do Sul.
Na Argentina, as chuvas recentes também têm sido bem recebidas, mas os atrasos no plantio da oleaginosa permanecem. De acordo com a Bolsa de Buenos Aires, até o dia 23/11, foram semeadas 19,4% da área de 16,7 milhões de hectares estimada para esse ano, nível menos da metade do que era registrado durante a semeadura em 2021. Esses atrasos decorrem da falta de umidade superficial nas regiões de cultivo, uma vez que o país vem sofrendo com chuvas abaixo do usual, como consequência do La Niña. Dessa forma, as perspectivas de aumento de área podem acabar sendo contrabalançadas por perdas de produtividade e memo abando de área, caso não haja uma melhora do nível de chuvas.
Ainda sobre a Argentina, foi anunciada a volta do dólar soja (taxa de câmbio mais favorável, de 230 pesos para cada dólar) para registro de exportações do complexo de soja, até o final de dezembro de 2022. O objetivo é se alcançar USD 3 bilhões, numa tentativa do governo de melhorar a arrecadação de divisas do país, assim como ocorreu em setembro desde ano.
Nessa semana que começa, destaca-se que a StoneX vai atualizar seus números de safra para o Brasil na próxima quinta-feira (dia 01/12).
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