- Produção mundial 2022/23 estimada acima do consumo;
- Combate à inflação pode gerar recessão;
- Possibilidade de recorde de produção no Brasil;
- Dólar soja na Argentina;
- Covid-19 em alta na China.
- Preocupações com o clima para a safra 2022/23 da América do Sul;
- Relaxamento das medidas anti Covid na China;
- Plantio da soja atrasado na Argentina, devido ao clima;
- Perspectivas de aumento do esmagamento de soja nos EUA nos próximos anos;
- Aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil em 2023.
Na semana passada, as cotações da soja oscilaram em torno da estabilidade em Chicago, sem maiores ganhos ou perdas no período. O vencimento para janeiro terminou a sexta-feira (dia 16) em 1480 cents por bushel.
Os mercados de commodities foram influenciados por fatores macroeconômicos e destacam-se os dados de exportação dos EUA, além do andamento da safra na América do Sul.
Pelo lado altista, destaque para as quedas do dólar ao redor do mundo, já que esse movimento favorece a competitividade das exportações norte-americanas.
Ainda sobre as exportações dos EUA, na semana encerrada em 8 de dezembro, foram inspecionadas para embarque, 1,8 milhão de toneladas de soja, nível levemente abaixo de uma semana antes, mas acima do ano passado. No acumulado, os embarques da safra 22/23 atingem 23,4 milhões de toneladas, contra 25,5 milhões nesse mesmo período de 2021.
Intraday semanal - janeiro/23 (CME)
Em relação às vendas de exportação nessa mesma semana encerrada em 8 de dezembro, foram negociadas 2,9 milhão de toneladas de soja, volume consideravelmente acima do teto das estimativas, que iam de 1,5 a 2 milhões de toneladas. No acumulado, já foram vendidas 41,8 milhões de toneladas da oleaginosa 22/23, acima do registrado nessa mesma época do ano passado, quando as vendas da safra 21/22 estavam em 40 milhões de toneladas.
As vendas de soja dos EUA ganharam força no período recente e o mercado acompanha as compras chinesas, num momento em que o país tem implementado alguma flexibilização em sua política de tolerância zero contra a Covid-19.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Ainda pelo lado da demanda, a Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas (NOPA, na sigla em inglês) divulgou o esmagamento de soja dos EUA em novembro, que ficou em 4,88 milhões de toneladas, nível abaixo das expectativas do mercado, que estavam em 4,94 milhões, mas em linha com o registrado em novembro de 2021, quando também ficou em 4,88 milhões. Mesmo assim, de maneira geral, o esmagamento de soja do país se mantém aquecido, com destaque para as perspectivas positivas para a produção de diesel renovável.
Na América do Sul, o clima continua sendo acompanhado de perto. A Bolsa de Buenos Aires divulgou que 50,6% da soja foram semeados até dia 14 de dezembro, com as chuvas registradas recentemente permitindo um bom avanço. Mesmo assim, em comparação ao ano passado, o atraso é de 14,2 pontos percentuais.
No Brasil, apesar de em geral as safras de soja e de milho verão estarem indo bem, mesmo com irregularidades climáticas em várias regiões, já se esperam perdas para o milho no Rio Grande do Sul, de acordo com levantamento da StoneX. A irregularidade das chuvas no estado gaúcho durante a segunda quinzena de novembro e ao longo das primeiras semanas de dezembro, num momento considerado crucial para a determinação do potencial produtivo das lavouras do cereal em muitas regiões, acabou acarretando perdas de produtividade. No caso da soja, ainda é cedo para se falar concretamente sobre perdas, dado que o clima ao longo de janeiro e fevereiro será essencial para a definição da safra. Contudo, será fundamental acompanhar o cenário que irá se desenvolver na região, lembrando que, em algumas das últimas temporadas o estado apresentou expressivas quebras de safra para a oleaginosa, a exemplo do ciclo anterior, o 21/22, sob influência do La Niña, que também está presente na temporada atual.
As previsões climáticas para os próximos dias indicam que as chuvas no Rio Grande do Sul devem continuar limitadas, enquanto volumes mais significativos de precipitação devem voltar à Argentina no final dessa semana.
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