Resumo Semanal de Soja

Soja recua na primeira semana do ano
 
Ana Luiza Lodi
 
mesmo assim, preocupações com a safra da américa do sul continuam presentes
 
fatores baixistas
  • Produção mundial 2022/23 estimada acima do consumo;
  • Combate à inflação pode gerar recessão;
  • Possibilidade ainda de recorde de produção no Brasil;
  • Covid-19 em alta na China e sinas de desaceleração econômica.
 
fatores altistas
  • Preocupações com o clima para a safra 2022/23 da América do Sul, já com cortes da produção no Brasil;
  • Relaxamento das medidas anti Covid na China;
  • Plantio da soja atrasado na Argentina, devido ao clima;
  • Possibildiade de aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil, a partir de abril de 2023.

 A tendência de queda predominou para as cotações da soja em Chicago na semana passada, com o vencimento para março encerrando a sexta-feira (dia 06) em 1492,5 cents por bushel, apesar do último pregão do período ter sido de alta considerável.

A primeira semana de 2023 foi mais curta na CBOT, não havendo negociação no dia 02 de janeiro. De qualquer maneira, a safra da América do Sul continua no centro das atenções, diante das preocupações com o clima por aqui. Além disso, pelo lado da demanda, o comportamento chinês é acompanhado, num momento em que as informações sobre as infecções de Covid-19 geram dúvidas.

A StoneX divulgou sua estimativa de safra na terça-feira passada (dia 03), trazendo um recuo de 0,8% na produção brasileira de soja esperada para o ciclo 2022/23. Com isso, o voluma caiu de 155 para 153,8 milhões de toneladas, nível que ainda configura um recorde absoluto. Essa redução foi condicionada principalmente pelos ajustes negativos realizados nas safras do Rio Grande do Sul e do Paraná, que foram impactadas por um clima adverso ao longo de dezembro. Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também registrado uma pequena redução na produtividade esperada, devido a algumas áreas mais afetadas por irregularidades climáticas. 

Por outro lado, expectativas mais positivas para os estados de São Paulo e Goiás contribuíram para evitar maiores perdas para a produção brasileira. No caso de São Paulo, o aumento na produção foi motivado por um incremento na área, ao passo que para a Goiás se espera uma produtividade um pouco maior que a estimada anteriormente.

Destaca-se que outras estimativas privadas também têm promovido cortes no número da soja e a atualização do Levantamento de Safra da Conab, na próxima quinta-feira (dia 12), é bastante aguardada.

Intraday semanal - março/23 (CME)    

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

Já o clima continuará sendo importante nas próximas semanas, principalmente nas regiões de plantio mais tardio, como o próprio Rio Grande do Sul. Com isso, novos ajustes não estão descartados, mesmo com a colheita já iniciada em algumas áreas. Para as próximas semanas, as previsões indicam a ocorrência de precipitações em praticamente todo o cinturão da soja no Brasil, mas essas chuvas devem ser mais leves, novamente, no Rio Grande do Sul, situação que deve ser seguida de perto.

Na Argentina, o registro de chuvas nas regiões central e sul da área agrícola do país permitiram o avanço da semeadura da soja, de acordo com o relatório da Bolsa de Buenos Aires, divulgado na semana anterior. Com isso, o plantio alcançou 81,8% da área estimada de 16,7 milhões de hectares, o que representa um atraso de 11,7 p.p. frente ao ano passado.

De qualquer maneira, como a janela de plantio em regiões do Centro-Norte do Santa Fé está se encerrando, poderá ocorrer semeadura fora do período, em decorrência de falta de umidade superficial.

Por enquanto, a Bolsa de Buenos Aires mantém a estimativa de produção de soja 2022/23 em 48 milhões de toneladas, apesar da piora das condições das lavouras, com 38% classificadas em regular/ruim. Com isso, a possibilidade de cortes nesse número é grande, com o mercado apostando que o USDA promoverá alguma redução em sua estimativa para a Argentina no relatório mensal de oferta e demanda, que será divulgado nesta quinta-feira (dia 12).

Um corte da produção de soja argentina tende a impactar diretamente o volume exportado do grão e, dependendo do tamanho das perdas, o esmagamento também pode sofrer reduções mais consideráveis, com o Brasil se tornando a alternativa para suprir essa oferta menor, tanto de grão quanto de farelo e óleo. Ressalta-se que o Brasil conta com capacidade ociosa de esmagamento.

Pelo lado da demanda, a situação econômica e de avanço da Covid-19 na China está no radar. Indicadores mais fracos do país continuam sendo divulgados. Além disso, com o relaxamento da política de tolerância zero, o número de infecções e de mortes pela doença na China tem avançado, gerando dúvidas sobre as informações oficiais divulgadas pelo país. 

A soja brasileira colocada na China está mais competitiva que a norte-americana, situação que tende a ser reforçada pelo avanço da colheita por aqui.

Nos EUA, as vendas de exportação da safra 2022/23 alcançaram 721 mil toneladas na semana encerrada em 29/12, levando o acumulado para 43,8 milhões de toneladas, acima do registrado um ano atrás, em 41,7 milhões. As negociações com a China alcançam 26,1 milhões de toneladas, 2,3 milhões mais que nessa mesma época do ano anterior. 

Por outro lado, os embarques estão atrasados no comparativo anual, tendo alcançado 28,2 milhões de toneladas, frente a mais de 31 milhões de toneladas no ano passado.

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Como já destacado, nessa semana, serão divulgados os relatórios mensais da Conab e do USDA, muito aguardados por causa das questões climáticas aqui na América do Sul.

 
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