- Produção mundial 2022/23 estimada acima do consumo;
- Combate à inflação pode gerar recessão;
- Possibilidade ainda de recorde de produção no Brasil;
- Covid-19 em alta na China e sinas de desaceleração econômica.
- Preocupações com o clima para a safra 2022/23 da América do Sul, já com cortes da produção no Brasil;
- Relaxamento das medidas anti Covid na China;
- Perdas de safra na Argentina, devido ao clima;
- Possibildiade de aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil, a partir de abril de 2023.
As cotações da soja em Chicago começaram a semana passada em queda, mas inverteram e terminaram o período no campo positivo. O vencimento da oleaginosa para março encerrou a sexta-feira (dia 27) em 1509,5 cents por bushel, leve alta de 0,2%.
O registro de chuvas na Argentina no final de semana dos dias 21 e 22 de janeiro, além das boas previsões para os 10 dias seguintes pesaram sobre os preços da soja nos primeiros pregões da semana. Contudo, as dúvidas sobre a regularidade das chuvas esperadas e dos impactos positivos sobre as lavouras do país voltaram a ganhar espaço na metade da semana, oferecendo suporte às cotações.
Neste última final de semana (dias 28 e 29 de janeiro), as regiões mais ao norte das províncias de Córdoba, Santa Fé e Entre Rios registraram bons volumes de precipitação. Mesmo assim, as condições mais secas em outras áreas dessas províncias e também na de Buenos Aires continuam presentes. Para esta semana, há algumas chuvas mais leves previstas para o país, mas o clima deve voltar a ficar predominantemente seco. Como mais de 40% das lavouras argentinas estão em fases reprodutivas, de acordo com a Bolsa de Buenos Aires, o clima vai continuar central para definir o tamanho da produção de soja, além de influenciar a movimentação dos preços da oleaginosa, uma vez que a oferta mundial é muito concentrada em Brasil, EUA e Argentina.
De qualquer maneira, por mais que essas chuvas recentes tenham sido muito bem-vindas, “freando” a deterioração da safra de soja argentina, as condições gerais das lavouras continuam ruins. O percentual bom/excelente subiu de 3% para 7% no último acompanhamento da Bolsa de Buenos Aires, mas 54% das plantas estão classificadas em condições ruins/regulares, reforçando as dúvidas sobre o quanto essas precipitações conseguiram “reverter” o quadro de seca desta temporada no país. A StoneX divulgou no final da semana passada uma matéria especial abordando com mais profundidade a situação da safra de grãos argentina. Clique aqui para acessar o material completo.
Intraday semanal - março/23 (CME)
No Brasil, 5,3% da soja já foi colhida, segundo acompanhamento da StoneX, divulgado na última sexta-feira (dia 27), um avanço semanal de 3 p.p. Em relação ao ano passado, os trabalhos no campo estão atrasados (12,1% um ano atrás), mas esse ritmo mais lento não gera preocupações, por enquanto. Têm ocorrido chuvas em várias partes do Brasil, mas os volumes mais pesados, que impactam tanto a colheita da soja, como o plantio do milho segunda safra, estão mais concentrados em algumas áreas.
Em relação à demanda, destaca-se que os dados de vendas de exportação dos EUA, referentes à semana encerrada em 19 de janeiro e que foram divulgados na última quinta-feira (dia 26), também contribuíram para o encerramento semanal positivo das cotações em Chicago. Foram negociadas 1,15 milhão de toneladas da safra 22/23, volume mais próximo do teto das estimativas, que iam de 600 mil a 1,2 milhão de toneladas. Desse total, 940 mil toneladas foram vendidas para a China. No acumulado, as vendas da safra atual estão em 46,5 milhões de toneladas, acima das 44,1 milhões registradas nesse mesmo período do ano passado, sendo que a China é a responsável por essas vendas mais aceleradas.
Já os embarques de soja norte-americana atingiram 1,8 milhão de toneladas nesse mesmo período, volume abaixo de uma semana antes, mas acima o ano passado. Esses volumes recentes têm contribuído para diminuir a diferença em relação aos embarques acumulados registrados até essa mesma semana de 2022. Até o momento foram exportadas 34,1 milhões de toneladas de soja, contra 35 milhões no ano passado.
Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
Na próxima quarta-feira (dia 01), a StoneX vai divulgar sua atualização para as estimativas de safra de soja e milho aqui no Brasil, destacando que o clima também é central para a definição do potencial produtivo das lavouras de soja plantadas mais tarde, como acontece no Rio Grande do Sul.
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