Mercado Externo – Estados Unidos, Europa e China: baixa
Campinas, 16 de fevereiro – Com as vendas no varejo dos EUA mostrando um avanço maior do que o esperado, os mercados estadunidense e europeu ainda repercutem a possibilidade do Federal Reserve manter os juros do país em patamar elevado para conter a inflação.
A manhã de hoje marca novas divulgações de dados para a economia estadunidense. O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos, responsável por fornecer sinais sobre como o comportamento da inflação aos produtores, mostrando novamente um valor acima das expectativas. Entre dezembro e janeiro, o índice avançou 0,7%, contra o avanço de 0,4% projetado pelo mercado. Contudo, o acumulado de 12 meses até janeiro avançou 6%, bem acima da projeção de 5,4%, mas abaixo dos 6,5% revisados para o mês anterior.
Além disso, também foram divulgados os dados semanais de auxílio-desemprego nos EUA, responsável pelo acompanhamento do mercado de trabalho do país. De acordo com o Departamento de Trabalho estadunidense, os pedidos iniciais da semana passada – quando há a entrada de pedidos pela primeira vez – foram de 194 mil, inferior aos 200 mil pedidos estimados pelo mercado, como também inferior ao volume revisado da semana anterior (195 mil pedidos). Adicionalmente, os pedidos contínuos foram de 1,696 milhão, valor um pouco maior em relação à projeção de 1,695 milhão de pedidos e aos 1,680 milhão revisados para a semana anterior. Os índices US 30, US 500 e US Tech 100 operavam em baixa às 10h50min. de 0,85%, 1,15% e 1,46%, respectivamente.
A relação entre China e EUA é motivo de tensões comerciais. Ontem (15), foram aprovadas as regras para o projeto de lei exigindo a produção de carregadores para veículos elétricos nos Estados Unidos, como também exigindo que 55% dos custos estejam relacionados à componentes produzidos no país. Tal notícia pode ser baixista para a China, visto que o país é um importante fornecedor para o setor, adicionando um receio de que essa medida possa impactar o crescimento da economia chinesa. O índice CSI 300 fechou em baixa de 0,73.
Em mais um pregão a soja não encontra espaço para ganhos e fica com variação diária negativa. Investidores ponderam o lado dos fundamentos de mercado e financeiro global. Como visto na chamada de abertura de ontem, a perspectiva de grande oferta brasileira e o cenário de aversão ao risco incidem sobre os preços.
As condições de clima na América do Sul continuam no radar, bem como o ritmo da colheita no Brasil e a demanda ainda contraída.
A Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas (NOPA) divulgou as taxas de esmagamento de soja referentes a janeiro de 2023. Após a queda nas taxas de esmagamento em dezembro (causadas pela tempestade de inverno), o mercado esperava recuperação em janeiro. Apesar da melhora de 0,8% em relação a dezembro, ainda não correspondeu às expectativas.
Vale lembrar que as taxas de esmagamento da soja geralmente atingem picos de produção em dezembro e janeiro, mas ainda há espaço para máximas mensais em fevereiro e março.
Milho em baixa
O movimento de queda nos preços foi generalizado no pregão noturno para grãos. O dólar mais forte afeta diretamente os níveis de exportação para produtos dos Estados Unidos em um momento crucial de chegada da soja brasileira e dos preços vantajosos do trigo russo, para o milho não é diferente.
Com preços elevados para combustíveis, a produção de etanol se estabilizou amplamente nos últimos meses. O relatório semanal da Administração de Informação de Energia (EIA) apontou uma produção média diária para a semana encerrada em 10 de fevereiro apenas 1,4% maior em relação à semana anterior.
As baixas taxas de consumo de combustível provocaram a redução da mistura, o que eleva os estoques de etanol. Em 10 de fevereiro, 25,3 milhões de barris de etanol estavam disponíveis em todo o país, é o maior volume desde o final de março de 2022.
O dólar mais forte nesta manhã e o intenso ritmo de exportação da Rússia, que ainda tem muito trigo para ofertar, pressionam os preços em Chicago e do trigo vermelho duro de inverno de Kansas City.
Persiste a incerteza sobre a renovação do acordo Iniciativa de Grãos em março, com a estratégia russa de pressionar o Ocidente para amenizar as sanções a sua economia.
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