Resumo Semanal de Soja

Soja fica estável na semana, mesmo com piora das perspectivas para a safra argentina
 
Ana Luiza Lodi
 
Fórum Agrícola do USDa espera área plantADA DOS eua ESTÁVEL FRENTE AO ANO PASSADO
 
fatores baixistas
  • Produção mundial 2022/23 estimada acima do consumo;
  • Combate à inflação pode gerar recessão;
  • Possibilidade de recorde absoluto de produção no Brasil;
  • Sinas de desaceleração econômica na China;
  • Fórum Agrícola traz crescimento da produção 23/24 nos EUA.
 
fatores altistas
  • Relaxamento das medidas anti Covid na China;
  • Perdas consideráveis de safra na Argentina, devido ao clima;
  • Balanço dos EUA estimado no Fórum Agrícola não indica folga;
  • Possibilidade de aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil, a partir de abril de 2023.

A semana passada foi mais curta em Chicago, devido ao feriado do Dia do Presidente nos EUA, na segunda-feira (dia 20). As cotações da soja começaram o período em alta, mas foram recuando nos pregões seguintes e encerraram a semana praticamente estáveis. O vencimento para março fechou a sexta-feira (24) em 1529 cents por bushel.

A safra Argentina continuou sendo acompanhada de perto, diante do clima adverso, com falta de chuvas, que vem atingindo o país. No final de semana do dia 18/02, foram registradas geadas precoces no país, num período em que não é de ocorrência do fenômeno. Essas geadas afetaram a região oeste da área agrícola argentina, situação que, juntamente com o clima irregular e as temperaturas elevadas, levou a Bolsa de Buenos Aires a promover mais um corte em sua estimativa para a safra de soja 22/23 do país, que caiu para 33,5 milhões de toneladas, 4,5 milhões a menos que o número anterior.

Destaca-se que o tamanho das perdas devido às geadas ainda não pode ser plenamente avaliado, mas principalmente as áreas de San Luis, sul de Córdoba, norte de La Pampa e oeste de Buenos Aires tiveram suas lavouras de plantio mais tardio afetadas.

Outro dado atualizado pela Bolsa de Buenos Aires foi o de condições de lavouras, com o percentual bom/excelente caindo para apenas 3%, 6 p.p. a menos que uma semana antes. Além disso, o percentual de lavouras em condições ruins aumentou para 60%, situação que reforça o cenário de perdas esperadas para a safra de soja do país.

Assim, cada vez mais se consolida da ideia de que a Argentina vai precisar importar quantidades significativas de soja para conseguir esmagar volumes pelo menos próximos do que usualmente é o processamento do país. Com isso, já se espera que a Argentina importe volumes importantes de soja do Brasil. Além do mais, a demanda por farelo e óleo brasileiros também deve ganhar força, ocupando parte do espaço dos produtos argentinos no mercado internacional.

Intraday semanal - março/23 (CME)    

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

No Brasil, destaca-se que a StoneX vai atualizar seus números de safra na próxima quarta-feira (dia 01). A colheita continua atrasada, tendo alcançado 31,5% do total na última sexta-feira (dia 24), mas as perspectivas para o resultado na região central do país, incluindo o estado do Mato Grosso, estão muito positivas. Com isso, as perdas no Rio Grande do Sul devem ser compensadas em sua maior parte, garantido que o resultado nacional seja excelente.

O lado da oferta nos EUA também teve destaque na semana anterior, com a realização do Fórum Agrícola do USDA, trazendo estimativas para a safra 23/24 do país. O USDA manteve a área plantada da oleaginosa estável frente ao ciclo anterior, em 35,4 milhões de hectares, mas com trouxe um leve aumento da área colhida e uma recuperação da produtividade, para 3,5 toneladas por hectares, o que resultaria em um aumento da produção para 122,7 milhões de toneladas. Apesar da perspectiva de uma produção maior, esse resultado não foi tão baixista como o esperado pelo mercado, uma vez que não houve aumento da área plantada.

Além disso, destaca-se que as estimativas para a demanda aumentaram no comparativo anual, tanto consumo interno como exportações. 

De qualquer maneira, a produção maior garantiria também aumento dos estoques finais estimados, para 7,9 milhões de toneladas, volume que ainda significa um balanço bastante apertado para o país.

Ainda sobre os EUA, o ritmo de vendas e embarques de soja do ciclo 22/23 continua sendo acompanhados, num momento em que a safra brasileira passará a ocupar o protagonismo das exportações mundiais.

Na semana encerrada em 16/02, as vendas de exportação da safra 22/23 dos EUA alcançaram 544,9 mil toneladas, volume dentro do intervalo das estimativas, que iam de 300 a 850 mil toneladas. O acumulado alcança 48,6 milhões de toneladas, contra 49,3 milhões no mesmo período do ano passado. Desse total, já foram embarcadas 40,8 milhões de toneladas da oleaginosa.

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Nessa semana que começa, além das estimativas da StoneX, destaque para os dados de exportação do mês de fevereiro, aqui no Brasil, que também serão divulgados na quarta-feira (dia 01).

 
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