Mercados Externos – Estados Unidos: misto. Europa e China: baixa.
Campinas, 02 de março – À medida que a repercussão sobre os próximos passos do Fed ganha força, os agentes aguardam por discursos realizados por membro do órgão, a fim de obter mais sinais sobre o panorama macro. Hoje, às 18h, o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, discursa.
O Departamento de Trabalho dos EUA atualizou os dados semanais de auxílio-desemprego, responsável por ser um termômetro do mercado de trabalho do país. Na semana passada, os pedidos iniciais – quando há a entrada de pedidos pela primeira vez – foram de 190 mil, abaixo dos 195 mil estimados pelo mercado, como também menor ao relatado na semana anterior (192 mil). Com isso, os dados dessa semana seguem sinalizando uma desaceleração dos pedidos de auxílio, o que pode indicar um mercado de trabalho ainda resiliente. Adicionalmente, os pedidos contínuos foram de 1,655 milhão, menor aos 1,665 milhão projetados, e aos 1,660 milhão revisados para a semana anterior.
O Instituto para Gestão de Oferta (ISM, sigla em inglês) divulgou o seu resultado para o Índice de Gerente de Compras (PMI) dos EUA, mostrando um ligeiro avanço. O índice foi de 47,4 pontos em janeiro, para 47,7 pontos em fevereiro, quase convergindo para os 47,6 esperados pelo mercado. Em comparação, o PMI industrial calculado pela S&P Global mostrou um aumento de 46,9 em janeiro, para 47,3 em fevereiro. Com isso, apesar do avanço, o setor manufatureiro dos EUA permanece em território contracionista e, de acordo com o economista-chefe de negócios da S&P Global, Chris Williamson, sinaliza a maior desaceleração desde 2009 quando desconsideramos o período da pandemia.
Para a zona do euro, os dados preliminares para a inflação exibiram uma diminuição em fevereiro, mas ainda foi menor do que o esperado pelos agentes. De acordo com o Escritório de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), o aumento dos preços para a região apresentou um leve recuo de 8,6% em janeiro, para 8,5% em fevereiro. Ainda assim, o resultado veio acima da expectativa dos agentes, que esperavam uma inflação de 8,2%. Na comparação mensal, fevereiro mostrou um avanço de 0,8%, contra a contração de 0,2% relatados em janeiro.
Como comentado na chamada de ontem, o PMI industrial da China superou a expectativa do mercado ao sinalizar uma expansão do seu setor manufatureiro. Isso contribuiu para fortalecer o pensamento de que a economia do país está se recuperando em um ritmo mais acelerado do que o esperado. Segundo a Reuters, é possível que a China estabeleça uma meta de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) entre 5% e 6% em sua reunião legislativa anual (National People’s Congress), a ser realizada no domingo (05). No entanto, o índice CSI 300 encerrou em leve baixa de 0,22%.
A soja não conseguiu sustentar os ganhos que obteve ontem durante o pregão noturno, encerrando com variação diária negativa hoje.
Como visto ontem, a preocupação com a produção do óleo de palma da Malásia impulsionou o complexo de soja momentaneamente. E hoje, o maior exportador de óleo de palma, a Indonésia, indicou que está avaliando um corte para as exportações em junho, o que deixa no radar a possibilidade de altas futuras.
Apesar dos touros tentarem entrar na arena, os preços da oleaginosa cederam. É válido lembrar que a safra brasileira cria um teto para os preços dado que tende a ser uma oferta recorde e com preços competitivos. Confira as novas estimativas da StoneX para as safras de grãos divulgas ontem.
Milho em alta
O milho continua encontrando espaço para renovar ganhos no final do pregão noturno desta quinta-feira em Chicago. O incentivo para o mercado de etanol dado pelo governo dos Estados Unidos com a aprovação de maior teor de etanol na gasolina, o que gera maior espaço de demanda também para os produtores de milho.
A possibilidade de renovação do Acordo Iniciativa de Grãos continua pairando no ar, sem posicionamento oficial do governo da Rússia. Sem uma palavra final das autoridades, o mercado continua acompanhando os embarques nos postos ucranianos.
Comentários feitos pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, agitaram o mercado de trigo. O ministro lamentou que apesar do compromisso do governo com o Acordo, o comércio russo continua sendo limitado em seus embarques de produtos agrícolas e fertilizantes, dado que o Ocidente não suspende as sanções econômicas que poderiam ajudar a Rússia a gerar mais receita.
Nos Estados Unidos, onde o trigo de inverno se desenvolve, são previstas chuvas e neve para este início do mês de março sobre as Planícies Central e Sul, o que pode melhorar as condições de umidade do solo.
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