Chamada de Abertura

Mercados Externos – Estados Unidos, Europa e China: alta.

Campinas, 03 de março – A sessão de hoje deve repercutir novos dados sobre a atividade econômica dos Estados Unidos, como também a divulgação de um setor de serviços em alta na China

O mercado pondera sobre as falas de membros do Federal Reserve realizadas ontem (02). O presidente regional do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, defendeu um aumento da taxa de juros “lento e constante”, apoiando que a próxima decisão para a taxa de juros dos EUA seja de um avanço de 0,25 p.p. Contudo, o governador do Fed, Christopher Waller, afirmou que a política monetária pode exibir um tom mais duro caso os dados inflacionários não apresentem um enfraquecimento. Hoje, às 11h45min., a S&P Global divulga os dados para o Índice Gerente de Compras (PMI, sigla em inglês) composto e de serviços para os EUA, e às 12h o Instituto para Gestão de Oferta (ISM, sigla em inglês) publica o PMI de serviços.

Na Europa, os dados macro também são fatores de atenção para as autoridades monetárias. Ontem, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que há possibilidade de novos apertos na taxa de juros após março, a depender do que os dados para a região indicarem. Vale lembrar que Lagarde já sinalizou que, na próxima reunião a ser realizada no dia 16 de março, o BCE deve aumentar os juros em 0,50 p.p. 

O otimismo quanto à recuperação da China ganhou outro impulso com novos dados do Índice Gerente de Compras (PMI) do país. De acordo com a S&P Global/Caixin, o PMI de serviços avançou de 52,9 pontos em janeiro, para 55 pontos em fevereiro, em linha com os dados oficiais divulgados pela NBS, o qual mostrou 55,6 pontos para o mês. O PMI composto, responsável por incluir o setor de serviços e indústria, ficou em 54,2 pontos em fevereiro, ante os 51,1 pontos de janeiro. Com isso, o setor de serviços exibiu o maior ritmo de avanço nos últimos 6 meses, e ambos os setores apresentaram um movimento de expansão, visto que estão acima dos 50 pontos. O índice CSI 300 fechou em alta de 0,31%.

A soja teve seus preços fortalecidos por uma desaceleração do ritmo de esmagamento na Argentina, principal exportador de farelo e óleo de soja. O clima seco na Argentina continua a manter o piso dos preços da soja, enquanto a safra brasileira pressiona os preços, criando assim um intervalo limite para o mercado futuro obter maiores oscilações.

Os dados de vendas semanais para exportação dos EUA ficaram dentro das expectativas do mercado, em ritmo fraco, de acordo com o USDA. Na semana encerrada em 23 de fevereiro, cerca de 360,7 mil toneladas foram vendidas, o menor volume semanal na temporada 2022/23. A China foi o principal comprador, com um compromisso de 218 mil toneladas. 

Milho em alta

O milho encontrou suporte nesta manhã e encerrou o pregão com variação diária positiva. Mas vale observar que para a evolução dos preços nesta semana, o saldo foi negativo, com uma queda de 2,3% no comparativo semanal, em boa medida sob a perspectiva de uma safra maior de milho nos EUA em 2023.

Alguma força também foi encontrada na incerteza da renovação do Acordo Iniciativa de Grãos. Como mencionado ontem, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, lamentou que o acordo continue sufocando os embarques russos, sem apoio do Ocidente. Enquanto não houver um posicionamento claro do governo russo, os preços continuarão suscetíveis a volatilidade, principalmente no caso do milho e trigo.

O trigo vem ganhando destaque novamente no movimento do mercado futuro para grãos nas Bolsas internacionais. Em mais um pregão noturno, obteve variação positiva, com traders de olho no lado da oferta global.

A Índia, segundo maior produtor de trigo, tende a enfrentar uma nova onda de calor nos próximos meses, podendo resultar em déficits na produção de trigo, o que por consequencia, pode reduzir sua atuação no comércio global. 

Após a invasão da Rússia à Ucrânia no ano passado, a Índia se destacou com um importante player em meio a reconfiguração dos fluxos comerciais. A safra do ano passado enfrentou difíceis condições climáticas, forçando a Índia proibir as exportações de trigo durante um período de intensa volatilidade dos preços.