Resumo Semanal de Soja

Soja tem mais uma semana de  estabilidade, com posicionamento dos fundos
 
Ana Luiza Lodi
 
Condições de safra na Argentina pioram ainda mais, com o menor percentual bom/excelente da história
 
fatores baixistas
  • Produção mundial 2022/23 estimada acima do consumo;
  • Combate à inflação pode gerar recessão;
  • Possibilidade de recorde absoluto de produção no Brasil;
  • Sinas de desaceleração econômica na China;
  • Fórum Agrícola traz crescimento da produção 23/24 nos EUA.
 
fatores altistas
  • Relaxamento das medidas anti Covid na China;
  • Perdas consideráveis de safra na Argentina, devido ao clima;
  • Balanço dos EUA estimado no Fórum Agrícola não indica folga;
  • Possibilidade de aumento da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil, a partir de abril de 2023.

Na semana passada, as cotações da soja registraram baixa nos primeiros pregões do período, mas se recuperaram a partir de quarta-feira (dia 01), encerrando a sexta-feira (dia 03) praticamente estáveis em comparação ao fechamento de uma semana antes. O contrato para maio fechou o período em 1518,75 cnets por bushel.

Os fundos tiveram papel central no movimento de baixa do início da semana, atuando no lado da venda no mercado da soja em grão, enquanto compravam farelo. Destaca-se, também, a recuperação a partir da metade da semana com os fundos voltando a comprar o grão, diante das preocupações renovadas com a safra Argentina.

Como já ressaltado em relatórios anteriores, a Bolsa de Buenos Aires (BCBA) baixou sua estimativa para a safra de soja do país para 33,5 milhões de toneladas, lembrando que o número inicial estava em 48 milhões. Além do mais, em seu último relatório semanal, a BCBA sinalizou que deve realizar mais uma revisão negativa do número de produção argentino. As condições das lavouras da oleaginosa no país pioraram ainda mais, com apenas 2% das plantas classificadas em bom/excelente, queda de mais 1 p.p. e o pior resultado já registrado na história da produção de soja no país.

Dessa forma, é preciso destacar que o USDA está com um número bem mais otimista para a safra 22/23 da Argentina e que, na próxima quarta-feira (dia 08), será atualizado o relatório de oferta e demanda do Departamento, com a média das estimativas do mercado para a produção de soja do país em 37 milhões de hectares, volume que ainda ficaria acima do da Bolsa de Buenos Aires, ainda mais considerando que o mesmo pode baixar mais.
 

Intraday semanal - maio/23 (CME)    

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

Com isso, o balanço de oferta e demanda mundial trazido pelo USDA está superestimando a oferta da oleaginosa, que por enquanto, se mantêm acima do consumo.

Por outro lado, aqui no Brasil, a safra de soja caminha para confirmar um resultado acima de 150 milhões de toneladas, mesmo com as perdas no Rio Grande do Sul, devido ao clima seco, em mais um ano de ocorrência do La Niña.

A StoneX atualizou sua estimativa para a safra 22/23 do Brasil na última quarta-feira (dia 01) com a produção gaúcha baixando para 16 milhões de toneladas, 3 milhões a menos que as 19 milhões anteriores. Mesmo assim, o total nacional registrou um leve aumento para 154,7 milhões de toneladas, com as boas perspectivas em outros estados compensando as perdas no Rio Grande do Sul.

Várias regiões, como o Centro-Oeste e estados do MATOPIBA estão registrando produtividades excelentes, a despeito dos atrasos na colheita. Destaca-se, ainda, que houve algumas revisões de área plantada, também para cima.

Pelo lado da demanda, o mercado acompanha as exportações brasileiras, já que o primeiro semestre do ano é de protagonismo do Brasil nos embarques mundiais, ainda mais com a safra recorde possibilitando que as exportações também sejam recordes neste ano.

Em fevereiro, o Brasil exportou 5,2 milhões de toneladas de soja, volume mais baixo que as 6,3 milhões embarcadas no mesmo mês de 2022. Além disso, o acumulado também está mais fraco este ano, alcançando pouco mais de 6 milhões de toneladas. Destaca-se que estes volumes mais baixos ocorrem num ano de atrasos na safra de soja, com a colheita tendo alcançado 41,6% na última sexta-feira (dia 04), segundo acompanhamento da StoneX, contra 56,2% nesta mesma semana do ano passado. De qualquer maneira, os próximos meses devem ser de embarques muito aquecidos da soja brasileira.

Ao mesmo tempo em que as exportações de soja do Brasil ganham força, as norte-americanas tendem a recuar, seguindo a sazonalidade usual ao longo do ano.

Na semana encerrada em 23/02, as inspeções de exportação de soja dos EUA alcançaram 691 mil toneladas, volume bem mais baixo que uma semana antes e também inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. De qualquer maneira, no acumulado, o país já embarcou pouco mais de 42 milhões de toneladas, frente a 40,7 milhões no ano passado, destacando que as estimativas de exportação do USDA para o ciclo 22/23 estão mais baixas.

Já as vendas de exportação na mesma semana alcançaram 360,7 mil toneladas, no limite inferior das estimativas, que iam de 300 a 850 mil toneladas, e bem abaixo ao registrado na mesma semana de 2022. No acumulado, foram negociadas 48,8 milhões de toneladas, abaixo das 50,2 milhões no ano passado.

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Nessa semana que começa, como destacado anteriormente, será divulgado o relatório mensal dos USDA, com a grande expectativa ficando para o ajuste que será feito para safra argentina

No Brasil, a Conab também divulgará seu levantamento de safra na quinta-feira (dia 09).

 
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