Mercados Externos – Estados Unidos: alta. China e Europa: baixa.
Campinas, 07 de março – Em seu segundo dia de fala no Comitê de Assuntos Bancários do Senado dos EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, enfatizou que a política monetária dependerá dos próximos dados sobre a inflação e mercado de trabalho do país. Assim, Powell reforçou que ainda não há nenhuma decisão estabelecida sobre a próxima taxa de juros, fazendo com que os agentes acompanhem de perto as divulgações dos dados estadunidenses.
Foram atualizados os dados semanais de auxílio-desemprego dos EUA, os quais fornecem sinalizações sobre o mercado de trabalho do país. De acordo com o Departamento de Trabalho, os pedidos iniciais – quando há a entrada de pedidos pela primeira vez – chegaram a 211 mil na semana encerrada no dia 25 de fevereiro, superior aos 195 mil projetados, como também superior aos 190 mil da semana anterior. Os pedidos contínuos foram de 1,718 milhão, maior à projeção de 1,659 milhão e ao revisado da semana anterior de 1,649 milhão. Os dados dessa semana podem trazer mais confiança para o mercado em relação aos EUA, visto que mostram um aumento dos pedidos de auxílio.
Na China, os agentes ponderam sobre o Índice de Inflação ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) menor do que o esperado. Em fevereiro, o indicador exibiu um aumento de 1% ante o mesmo mês de 2022, sendo menor ao avanço de 1,9% esperado pelo mercado, como também inferior ao avanço de 2,1% relatado em janeiro. Na comparação mensal, foi observada uma diminuição de 0,5% ante janeiro, sendo a maior queda desde 2021. Tais dados chamaram a atenção dos agentes, visto que a inflação inferior ao esperado pode indicar uma contração da atividade econômica chinesa maior do que a estimada pelo mercado. O Índice de Preços ao Produtor (IPP, sigla em inglês) de fevereiro também forneceu valores baixistas, recuando 1,4% ante o mesmo período de 2022, contra o recuo de 1,3% projetado. Com isso, o IPP de fevereiro superou a contração de 0,8% relatada em janeiro, além de ser a queda mais acentuada desde novembro de 2020. O índice CSI 300 encerrou em baixa de 0,35%.
As novas estimativas do USDA para a oferta e demanda global foram em linha com o que era especulado pelo mercado.
O Departamento manteve a produção brasileira 22/23 em 153 milhões de toneladas e reduziu a da Argentina de 41 para 33 milhões. No balanço mundial, houve uma queda dos estoques finais em relação ao divulgado em fevereiro, ficando em 100 milhões de toneladas. Mesmo assim, a produção se mantém acima do consumo.
A bolsa de grãos Rosario da Argentina também reduziu sua previsão para a safra de soja 2022/23 do país em quase 22%, passando de 34,5 para 27 milhões de toneladas, uma projeção mais preocupante em relação ao USDA. A justificativa está na seca durante a maior parte da temporada.
Milho em alta
No caso do balanço do milho norte-americano, houve um corte do consumo doméstico, com os estoques finais 22/23 subindo para 34 milhões de toneladas. Um outro player importante, a Ucrânia, obteve ajuste para a estimativa de exportações 22/23, que passou de 22,5 para 23,5 milhões de toneladas.
A safra argentina 22/23 também foi o foco das mudanças no caso do milho, em que o ajuste negativo foi da ordem de 7 milhões de toneladas, ficando em 40 milhões. Para a Bolsa de Rosario na Argentina, o corte previsto é ainda maior, com apenas 35 milhões de toneladas esperadas.
Para o trigo, o relatório do USDA continuou indicando um balanço mundial apertado, dado que a produção segue abaixo do consumo e com os estoques estimados para a safra 22/23 ficando em 267,2 milhões de toneladas.
As expectativas de renovação do acordo de grãos no Mar Negro persiste, dado o bom ritmo de embarques nos portos ucranianos e menores rumores e contestações russas contrárias ao corredor de exportações.
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