Mercados Externos – Estados Unidos: alta. China e Europa: baixa.
Campinas, 10 de março – Hoje, os mercados repercutem os dados do payroll dos Estados Unidos, os quais são essenciais para entender como o mercado de trabalho do país está se comportando, além de fornecer sinalizações sobre a próxima atuação do Federal Reserve na política monetária estadunidense.
Às 10h30min., o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou o relatório de payroll, responsável por trazer o número de criação de empregos não agrícolas para o último mês. Para fevereiro, o relatório seguiu trazendo valores maiores do que o esperado, indicando que foram criados 311 mil vagas no mês de fevereiro, contra a expectativa do mercado de 205 mil vagas. O reporte exibiu um recuo em relação ao revisado para o mês de janeiro, quando foram relatados 504 mil novos empregos, contudo, os dados ainda mostram que o mercado de trabalho estadunidense segue mais ativo do que o estimado, o que pode contribuir para que o Fed siga com juros elevados por mais tempo.
Na China, o sentimento baixista foi impulsionado pela perspectiva de relações comerciais externas abaladas. Ontem (08), o governo da Holanda afirmou que limitará as exportações de ferramentas necessárias à fabricação de chips tecnológicos para a China. Assim, tal anúncio veio em linha com a expectativa dos Estados Unidos em restringir o acesso chinês aos equipamentos necessários para a fabricação de chips. Vale destacar que a empresa holandesa ASML é a única fornecedora de litografia de imersão profunda (DUV), que é utilizado na confecção de chips avançados. Com mais uma baixa em seu panorama de relações comerciais, pode ser que a China necessite acelerar seu processo de produção de suas próprias máquinas para o setor. O índice CSI 300 terminou em baixa de 1,31%
Além da repercussão sobre o payroll estadunidense, o mercado Europeu deve acompanhar de perto o discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que falará às 12h. Às 10h45min., o índice Stoxx 600 operava em baixa de 1,43%.
O mercado continua digerindo as projeções feitas pelo USDA no relatório de março e as perspectivas feitas pelas Bolsas de Rosario e Buenos Aires, que reforçam o cenário de crise para a safra argentina. Por outro lado, a safra brasileira continua favorável e é esperado um novo recorde.
Os dados de vendas semanais dos Estados Unidos foram fracos para a soja, que registrou na semana entre os dias 24 de fevereiro a 02 de março um saldo negativo de 23 mil toneladas para a safra 2022/23, sendo a semana com pior resultado até o momento. A China continua como principal comprador da soja dos Estados Unidos nesta temporada. No acumulado do ano comercial, cerca de 48,7 milhões de toneladas estão negociadas, 7% a menos que no mesmo período da safra anterior.
Milho em alta
Em mais um informativo semanal a Bolsa de Cereais de Buenos Aires fez um ajuste negativo para sua projeção da temporada de milho. A estimativa atual é que 37,5 milhões de toneladas sejam colhidas, cerca de 14,5 milhões de toneladas a menos da safra anterior.
Nos Estados Unidos, os dados de vendas semanais superaram as expectativas do mercado, registrando 1,4 milhão de toneladas. O principal comprador foi o Japão, com compromisso da ordem de 469 mil toneladas. No acumulado do ano comercial, 30,6 milhões de toneladas foram registradas, ainda bem abaixo das 50 milhões no ano passado neste mesmo período.
Por fim, no caso do trigo, as vendas semanais da safra 2022/23 dos Estados Unidos alcançaram 266,7 mil toneladas, de acordo com o USDA, em ritmo mais lento do que o registrado na semana anterior, com 284,1 mil toneladas. China, México, Filipinas, Coreia do Sul e Tunísia foram os cinco principais destinos.
No acumulado do ano comercial 17,4 milhões de toneladas do cereal foram comprometidas, ficando muito semelhante ao visto no ano passado, com registro de 18,6 milhões de toneladas no mesmo período. O USDA projeta 21,09 milhões de toneladas a serem exportadas.
O mercado segue atento a notícias sobre a renovação do acordo no Mar Negro que possibilita a passagem de navios de forma segura de origem dos portos ucranianos. Caso não haja objeções até dia 18 de março, o acordo será renovado automaticamente por mais 120 dias.
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