Os futuros do Dow Jones apontam para uma abertura em alta no mercado de hoje, após queda dos rendimentos do Tesouro americano na sequência do relatório de empregos nos EUA esta manhã. As probabilidades de aumento dos juros na reunião do Fed do final deste mês estão iguais em 25 e 50 pontos-base. Um ritmo mais comedido de aumentos no curto prazo e menos aumentos totais como um todo melhorariam as chances de um “aterrissamento suave” da economia, um ponto positivo para o mercado mais amplo e uma bênção para a negociação de ações nos EUA em particular.
O relatório de empregos nos EUA foi o foco da manhã, que reportou a criação de 311 mil postos em fevereiro, em comparação com um avanço de 504 mil em janeiro (revisado para baixo este mês a partir dos 517 mil iniciais). O número ficou bem acima da estimativa média do mercado de 215 mil novos empregos. O crescimento superou as estimativas por 11 meses consecutivos, a maior sequência de altas em pelo menos 25 anos. A taxa de desemprego do país subiu de 3,4% para 3,6% este mês, contra as expectativas de um número estável, enquanto os ganhos médios por hora caíram ligeiramente na comparação mês a mês. O que tudo isso significa para o Fed? Muita coisa. Apesar do ganho maior do que o esperado na criação de postos, o aumento do desemprego e a redução dos ganhos salariais condizem com o esfriamento do mercado de trabalho que o Fed espera. Os dados de inflação desta terça-feira agora representam uma espécie de desempate entre aqueles que votam pela baixa dos juros (doves) e os que defendem a alta (hawks), com os dois lados podendo usar argumentos deste relatório de empregos, considerando a inflação que foi de 6,4% em janeiro para 6,0% em fevereiro (ano a ano).
Os grãos têm sofrido queda desde meados de fevereiro, principalmente os forrageiros. O complexo da soja, por sua vez, conta com o suporte de uma desastrosa temporada de cultivo na Argentina, que impede uma queda dura da soja e do seu farelo. Os preços mais altos reduziram a demanda por milho, enquanto um otimismo com a enorme área plantada e produção dos EUA em 2023 também influencia. No trigo, o mercado continua observando a positividade das negociações do Mar Negro e a relativa ausência dos EUA no cenário global de exportação, conforme aumentos de plantio são esperados também. No geral, porém, o principal problema é a falta de fluxo de capital dos traders especulativos em um ambiente de aumento das taxas de juros. Estima-se que as posições dos fundos tenham sido reduzidas, a partir de meados de fevereiro, por cerca de 70 mil, tanto no milho quanto no trigo de Chicago, embora isso seja um palpite neste momento, já que os dados da CFTC ainda estão atrasados.
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