Chamada de Abertura

Mercados Externos – Estados Unidos e Europa: alta. China: baixa.

Campinas, 14 de março – Os agentes continuam acompanhando de perto as repercussões sobre a falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, à medida que também especulam sobre como esse cenário pode afetar a decisão do Federal Reserve para as taxas de juros dos Estados Unidos na próxima semana. O mercado europeu acompanha o movimento do mercado estadunidense.

Além do panorama de aversão ao risco, os mercados devem repercutir a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) dos EUA, divulgado às 09h30min. Segundo o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, em fevereiro, a inflação do país avançou 0,4% em relação ao mês anterior, em linha com o esperado pelo mercado. Comparado com o avanço de 0,5% no mês anterior, o mês de fevereiro sinalizou uma ligeira aceleração dos preços. No acumulado anual, o índice aumentou 6%, também convergindo com a expectativa dos agentes. Entretanto, o núcleo da inflação, responsável por desconsiderar preços voláteis como alimentos e commodities, seguiu apresentando o menor avanço desde o final de 2021, com um aumento de 5,5% no comparativo de 12 meses. 

O sentimento de risco também marca o mercado chinês, dada a incerteza sobre a solidez do sistema financeiro estadunidense. A busca pela proteção em relação à possíveis volatilidades e incertezas já era presente na China, visto que, em fevereiro, o Banco Popular da China (PBOC, sigla em inglês) adquiriu cerca de 25 toneladas de ouro como, elevando as suas reservas totais para, aproximadamente, 2.050 mil toneladas. Agora, será necessário acompanhar como o país repercutirá a falência dos dois bancos estadunidenses. O índice CSI 300 encerrou em baixa de 0,60%.

A safra brasileira continua pressionando os preços futuros da oleaginosa em Chicago, sem maiores novidades para os fundamentos de mercado. Somado ao cenário de oferta abundante do Brasil, o mercado pondera o cenário financeiro com maior aversão ao risco depois do colapso do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos. 

Pelo lado da demanda, as exportações norte-americanas continuam em ritmo mais lento em relação ao ano passado. Quando se observa a participação de compromissos chineses para a soja 22/23, as vendas de exportação dos EUA para o país estão 3 milhões de toneladas acima do registrado nesse para o mesmo período do ano passado. 

Entretanto, as vendas acumuladas, incluindo todos os destinos, atingiram 48,7 milhões de toneladas, contra 52,37 milhões no mesmo período de 2022, o que indica que o ritmo de exportações para outros países está mais fraco.

Milho em baixa

A perspectiva de ótimos rendimentos para o milho brasileiro também guiou os preços no pregão noturno em Chicago. Apesar de atrasos no plantio, uma pesquisa com analistas da Reuters indicou que o mercado espera que a safra de milho do Brasil melhore 12% em relação ao ano passado, refletindo o aumento na área plantada. 

Essa expectativa depende em grande parte da atual safrinha e o ritmo favorável da safra no Mato Grosso, principal produtor da segunda safra, corrobora para esta expectativa.

O macrocenário criou limites para maiores movimentos para o trigo no pregão noturno, graças a um dólar mais forte em meio a preocupações com riscos bancários. Além disso, o otimismo para a prorrogação do corredor de exportação de grãos do Mar Negro mantém o patamar baixo para os preços.

A Ucrânia continua pressionando a Rússia por um acordo de 120 dias. Caso o corredor se mantenha, a oferta do país tende a ser mais previsível.