Mercados Externos – Estados Unidos e China: baixa. Europa: alta.
Campinas, 16 de março – Os temores em relação ao setor bancário ganharam um novo capítulo à medida que o Credit Suisse enfrentava um enfraquecimento das suas ações, atingindo o pior valor desde a crise de 2008. Os agentes buscam entender se tal acontecimento pode fragilizar ainda mais a confiança no setor bancário, dado que a falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank deixou o mercado em alerta nesta semana.
Após apresentar inconsistências em seus balanços, a desconfiança sobre os resultados do Credit Suisse ganhou força entre os agentes, contribuindo para o movimento de queda em suas ações. Contudo, tal trajetória ganhou mais impulso após o seu principal investidor, Saudi National Bank, afirmar ontem (15) que não poderia auxiliar financeiramente o banco por questões regulatórias. Tal pronunciamento fortaleceu a incerteza dos investidores, que temiam uma possível crise bancária estendida à Europa. Após o Credit Suisse encerrar o dia com uma queda diária de 24,24% e uma queda anual de 76,25%, o Banco Central Suíço afirmou que pode fornecer liquidez à instituição caso necessário, como forma de amenizar o tom de risco presente nos mercados.
Hoje, às 10h15min., o Banco Central Europeu (BCE) divulgou a sua decisão para a taxa de juros da Zona do Euro, a elevando em 0,50 p.p., deixando os juros em 3,50% Tal aumento convergiu com a expectativa dos agentes, visto que a presidente do BCE, Christine Lagarde, já havia sinalizado anteriormente o movimento da autoridade monetária. Agora, o mercado deve acompanhar como a decisão do BCE impactará o sentimento dos investidores, dadas as repercussões sobre o derretimento das ações do Credit Suisse. Às 10h45min., Lagarde fornecerá comentários sobre o panorama da região.
O Departamento de Trabalho dos EUA atualizou hoje os dados semanais de auxílio-desemprego dos EUA, responsáveis por fornecer sinalizações sobre o comportamento do mercado de trabalho estadunidense. Segundo o órgão, os pedidos iniciais – quando há a entrada de pedidos pela primeira vez – foram de 192 mil na semana passada, inferior aos 205 mil projetados, como também inferior aos 212 mil da semana anterior. Os pedidos contínuos foram de 1,684 milhão, menor à projeção de 1,715 milhão e ao revisado da semana anterior de 1,713 milhão. Os dados dessa semana indicam uma diminuição do ritmo de pedidos de auxílio, o que pode sinalizar um mercado de trabalho mais ativo.
Na China, a sessão exibiu um tom baixista, influenciado pelo sentimento de incerteza em relação à Europa e aos EUA. O índice CSI 300 encerrou em baixa de -1,20%.
A soja encontrou suporte para ganhos no pregão noturno de hoje na Bolsa de Chicago, dada a expectativa de baixa capacidade de esmagamento da Argentina em meio a grandes quebras de safra devido à seca. Por outro lado, a safra brasileira continua limitando maior amplitude de ganhos no mercado futuro da oleaginosa.
Instalações de esmagamento de soja a Argentina reduziram os cronogramas de produção, uma consequência esperada ao observar a redução das capacidades operacionais aos menores volumes já registrados como efeito da seca severa enfrentada nas lavouras.
Vale citar que a Argentina é o maior exportador de farelo e óleo de soja. Com um cenário de maior incerteza, boa parte dos produtores interromperam suas posições de vendas o que tornou operações de esmagamento de soja da Argentina mais ociosas, na medida em que os agricultores buscam esperança de receber preços mais altos por sua soja cada vez mais escassa.
Milho misto
O milho acompanhou o caminho tomado pelos preços da soja, influenciado pelo cenário na Argentina. Apesar disso, a pressão de uma grande safra brasileira de milho e as expectativas de que os produtores dos EUA plantarão mais milho nesta primavera criam um limite para maiores movimentos positivos para os preços.
O trigo foi na contramão do mercado de grãos no pregão noturna desta quarta-feira (16), registrando variação diária negativa. O cereal foi mais sensível a aversão ao risco global presente no mercado financeiro neste momento.
As negociações para a renovação do Acordo Iniciativa de Grãos continuam, com Turquia e ONU mediando a pressão sobre a Rússia para firmar a continuidade deste acordo em 120 dias, e não 60 dias como indicado pelos russos. O mercado segue otimista em relação ao progresso da negociação, o que acrescentou pressão sobre os preços durante o pregão.
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