Mercados Externos – Estados Unidos e Europa: baixa. China: alta
Campinas, 17 de março – A sexta-feira (17) se inicia com uma menor aversão ao risco, a qual foi amenizada após autoridades sinalizarem ontem (16) que, atualmente, há baixas chances de uma crise de crédito na Europa. Além disso, movimentações financeiras a fim de se obter maior liquidez no sistema contribuíram para a melhora do sentimento dos agentes.
Nos Estados Unidos, um grupo de 11 bancos importantes – como o JpMorgan Chase & Co e o Goldman Sachs Group Inc. – anunciaram que irão ofertar US$ 30 bilhões ao First Republic Bank para conter o pânico no setor, após os casos de falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. Contribuindo para o movimento de acalmar os ânimos dos mercados, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Jenet Yellen, afirmou que o sistema bancário estadunidense possui solidez, assegurando à população que seus depósitos estão protegidos. Para o dia de hoje, os agentes devem acompanhar a divulgação da produção industrial estadunidense de fevereiro, às 10h30min.
O cenário europeu também melhorou, após o Credit Suisse anunciar que o Banco Central Suíço emprestará até US$ 53,7 bilhões à instituição. Com tal ajuda, entende-se que o Credit Suisse possuirá liquidez suficiente para percorrer o momento atual de incertezas, acalmando os investidores. Por outro lado, parte do mercado ainda encara o aumento de 0,50 p.p. realizado pelo Banco Central Europeu na taxa de juros com desconfiança, dado que, apesar do órgão ter sinalizado anteriormente tal aumento, entendia-se que o cenário atual poderia modificar sua decisão a fim de não oferecer mais pressões ao sistema de crédito.
A China permanece se movimentando em direção à uma tentativa de cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia. Na quinta-feira (16), o ministro de Relações Exteriores chinês, Qin Gang, participou de uma ligação telefônica com o ministro da Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, com o intuito de discutir uma pausa no conflito. Vale notar que, para os Estados Unidos, tal movimento poderia permitir uma renovação de forças para que a Rússia voltasse a atacar o território ucraniano, com isso, a tentativa chinesa não possui apoio das autoridades estadunidenses. Ademais, com a ligeira melhora no sentimento dos mercados gerais, o índice CSI 300 conseguiu encerrar em leve alta de 0,50%.
Para a oleaginosa, o lado da demanda trouxe alívio para os preços que se mantinham com baixas consecutivas ao longo deste mês de março, pressionados pela perspectiva de uma safra brasileira recorde. Os ritmos de embarque dos Estados Unidos da semana passada foram os mais altos registrados desde janeiro, com os compradores chineses buscando suprimentos prontamente disponíveis.
O farelo de soja também obteve ganhos nesta manhã refletindo a quebra da safra argentina, o que pulveriza impulso para os preços. O mercado precifica a possibilidade de compra de soja do Brasil para manter os cronogramas de produção de esmagamento ou que as esmagadores dos EUA aumentarão seus preços.
Milho em alta
Os preços no mercado futuro para o milho encontraram suporte no pregão noturno desta sexta-feira (17) e fecharam com variação diária positiva. O movimento foi influenciado por um lado pelas vendas dos Estados Unidos dentro das expectativas, e por outro, pela Argentina, em que se espera que a safra de milho enfrente mais danos causados pela seca.
O USDA reportou venda de 1,2 milhão de toneladas de milho 2022/23 dos Estados Unidos, dentro do estimado pelo mercado. No acumulado do ano comercial, os compromissos chegam a 31,9 milhões de toneladas, contra mais de 52 milhões registrados para o mesmo período no ano passado. Para o ciclo atual, são aguardadas 47 milhões de toneladas para as exportações dos EUA.
As negociações continuam para a possível renovação do acordo Iniciativa de Grãos e a ONU enfatiza o desejo de prolongamento do acordo por mais 120 dias – e não 60 dias, como indicado pelos russos.
A proposta russa de um período de extensão mais curto aumentaria os riscos logísticos para navios internacionais e traria custos adicionais, o que poderia impulsionar os preços para suprimentos globais, pois restringiriam os atuais ritmos de remessa ucraniana.
O mercado futuro de trigo também encerrou o pregão noturno com ganhos nas bolsas dos Estados Unidos, ainda ponderando as condições climáticas de seca no país, com previsões de clima seco e frio para as Planícies dos EUA nas próximas semanas, o que pode prejudicar o desenvolvimento da safra de trigo de inverno.
O mercado também acompanha possíveis pressões sobre a oferta global com uma menor participação da produção indiana caso as condições climáticas em regiões produtoras sofram piora.
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