Os futuros de ações deram continuidade às compras no mercado noturno após uma recuperação na segunda-feira, à medida que os traders ganham confiança nas medidas tomadas para salvar o Credit Suisse de insolvência. Isso permitiu que o capital fluísse de volta para o setor mais amplo de commodities na sessão noturna, com os medos diminuindo em Wall Street. O petróleo negociou em alta de 1%, enquanto os mercados de grãos e oleaginosas também registraram ganhos modestos. O índice de volatilidade VIX negocia abaixo dos 23 pontos esta manhã, refletindo a diminuição das preocupações do setor bancário, embora os traders permaneçam cautelosos enquanto aguardam uma resposta do Federal Reserve amanhã à tarde. O dollar index negocia a uma baixa de cinco semanas perto dos 103,0 pontos esta manhã. Os títulos de 10 anos negociam próximos a 3,57%, enquanto os títulos de 2 anos negociam próximos a 4,13%.
Esta pode ser uma das reuniões mais importantes do mandato de Jerome Powell como presidente do Federal Reserve. O Comitê Federal de Mercado Aberto se reunirá hoje e amanhã para discutir se deve manter o curso com o seu aperto monetário em um momento em que a confiança no sistema bancário do país tem sido testada. Jerome Powell e os outros formuladores de políticas votantes entendem que o medo é uma força poderosa que pode derrubar bancos e economias. Eles afirmaram anteriormente que não querem cometer o mesmo erro que os formuladores de políticas cometeram em 1980, quando cortaram as taxas de juros muito cedo, permitindo que a inflação controlasse mais a economia, o que exigiu aumentos ainda maiores das taxas para controlá-la. Eles sabem que continuar a aumentar as taxas pode expor mais problemas do sistema bancário regional do país. Eles entendem que Wall Street deseja um pivô para uma postura mais acomodatícia, já que o estímulo alimenta os mercados. Mas eles também sabem que a pivotagem agora, embora seja demandado por muitos em Wall Street, também poderia comunicar – se intencional ou não – que o Fed está "preocupado" com a saúde dos bancos regionais norte-americanos, e isso também poderia desencadear vendas baseadas no medo. As suas decisões nos próximos dois dias são importantes, mas as palavras e o tom utilizados para comunicá-las durante a coletiva de imprensa podem ser ainda mais importantes do que as decisões. O Fed tem a chance de acalmar os nervos, mas qualquer distorção ou nervosismo em seu tom poderia derramar mais combustível sobre os fogos do medo que atualmente ardem em Wall Street.
O Presidente da China, Xi Jinping, passou hoje o seu segundo dia em Moscou, onde o presidente russo, Vladimir Putin, o acolheu como seu "amigo querido". Os dois estão no meio de três dias de conversações formais e informais, nas quais também assinam vários acordos bilaterais, segundo relatos. Não se espera que essas conversações resultem em notícias imediatas que movimentam o mercado, mas moldam os riscos geopolíticos a longo prazo. Xi Jinping gostaria de ver um acordo de paz emergir da reunião, mas a Ucrânia tem exigido uma retirada total da Rússia de todo o território ocupado antes de qualquer acordo de paz, incluindo a Crimeia, e a Rússia certamente não quer desistir de nenhum território. Assim, é difícil conceber quaisquer termos que permitam chegar a um acordo de paz. Penso que o mundo está mais preocupado com as discussões que poderiam ser realizadas nestas reuniões e que poderiam resultar numa escalada do conflito se a China optar por prestar assistência que acredita poder ajudar a Rússia a vencer a sua guerra com a Ucrânia. Os combates na Ucrânia continuam intensos, mas a Rússia não obteve uma grande vitória desde agosto. A China teme que uma guerra prolongada arrisque uma derrota russa, que não pode acontecer se quiser ter a Rússia como parceira em seu atrito com os EUA. A Bloomberg declarou que o acordo de exportação de grãos entre Rússia e Ucrânia havia sido prorrogado por mais 120 dias no fim de semana, mas a Rússia insiste que não é esse o caso – que apenas uma prorrogação de 60 dias foi concedida. Desse modo, as conversações continuam, mas as tensões podem aumentar à medida que nos aproximamos do prazo de 60 dias.
A presidenta de Taiwan, Tsai Ing–wen, planeja parar nos Estados Unidos após visita a America Central, atualmente prevista entre os dias 29 de março e 7 de abril. Não é incomum que a presidenta visite a América Central, nem é incomum que passe pelos Estados Unidos ao fazê-lo. No entanto, a China tem condenado veementemente a viagem, que incluirá paradas em Nova York e em Los Angeles. Os relatórios de agências de notícias sugerem que a presidenta pode se encontrar com o Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, quando estiver na Califórnia, mas seu gabinete não confirmou nem negou a reunião até o momento. A suposta reunião pode ser um substituto de uma visita a Taiwan por McCarthy. A China teme que a reunião constitua uma oportunidade para elaborar mais estratégias sobre como a nação insular poderá enfrentar a China ao declarar formalmente a sua independência. A resposta oficial do Ministério das Relações Exteriores da China foi que “novamente alertamos as autoridades de Taiwan que não há saída para a independência de Taiwan, e qualquer alusão sobre tentativas de conluio com forças externas para buscar independência e a provocação está fadada ao fracasso”.
A produção de soja da Argentina está abaixo de 25 milhões de toneladas, de acordo com algumas estimativas de produção privadas, o que colocaria a produção global de soja no ano atual em pé de igualdade com dois anos atrás. O consumo chinês provavelmente permanecerá estável, embora possamos ver a China aumentar as compras nas quebras de preços para reconstruir os estoques à medida que as tensões com os Estados Unidos aumentam. O Brasil continuará a preencher grande parte da lacuna criada na Argentina, mas a margem de erro se torna muito menor e as perspectivas para as exportações dos EUA para 2023-24 um pouco melhores, à medida que os estoques globais permanecem compactos daqui para frente.
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