Mercados Externos – Estados Unidos: baixa. Europa e China: alta.
Campinas, 22 de março – A quarta-feira se inicia agitada para os mercados, com os agentes acompanhando de perto qual será a política monetária realizada pelo Federal Reserve.
Hoje (22), o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, sigla em inglês) do Federal Reserve divulga a sua nova decisão para a taxa de juros básica dos EUA. O anúncio será às 15h e deve movimentar os mercados, os quais ponderam se o recente estresse no setor bancário impactará a política monetária estadunidense, ou se a autoridade prosseguirá avançando no aumento dos juros. Às 15h30min., o presidente do Fed, Jerome Powell, fornece uma coletiva para discutir a decisão.
A inflação de fevereiro no Reino Unidos surpreendeu os agentes e veio para lembrar que o problema da aceleração de preços ainda não está contido. De acordo com o escritório oficial de estatísticas (ONS, sigla em inglês), o índice de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) mensal avançou 1,1% em fevereiro, fazendo com que o acumulado de 12 meses aumentasse para 10,4% – contra o acumulado de 10,1% relatado em janeiro. Tal valor ficou acima das expectativas dos agentes, os quais esperavam por uma desaceleração para 9,9% no acumulado de 12 meses, segundo a Refinitiv. O aumento também foi verificado no núcleo do CPI, responsável por desconsiderar preços voláteis como alimentos e energia, com o mês de fevereiro exibindo uma alta de 1,2% - contra o avanço de 0,8% verificado em fevereiro do ano passado. Para o acumulado do núcleo, houve um aumento de 5,8% observado em janeiro, para 6,2% observado em fevereiro. Vale lembrar que o Banco da Inglaterra decide a sua taxa de juros amanhã (23).
A viagem do presidente da China, Xi Jinping, para a Rússia trouxe um novo acordo de cooperação econômica entre os países. Um dos tópicos tratados que chamou a atenção foi a confirmação do uso do yuan chinês nas relações comerciais entre as duas economias, como também a possibilidade de o expandir para as relações com outros países. Tal medida visa diminuir as transações em dólar, como uma forma de ser mais independente em relação à economia estadunidense. Além disso, China e Rússia concordaram em elevar o volume de comércio entre si, o que pode fortalecer mais as suas respectivas exportações – enquanto a economia chinesa seria responsável por comercializar produtos eletrônicos, por exemplo, a economia russa seria responsável por exportar produtos do setor de energia. O índice CSI 300 encerrou em leve alta de 0,43%.
Os ursos dominam o mercado de grãos no pregão noturno desta quarta-feira (22). Como já indicado em outras Chamadas, a pressão pelo lado da oferta da soja brasileira tem criado limites para forças nos preços.
A colheita continua avançando no Brasil, o que intensifica o volume disponível e cria maior competitividade para os preços. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) publicou as projeções para a safra de soja de 2023 em que espera 153,6 milhões de toneladas, ponderando a produtividade e expansão da área cultivada.
Milho em baixa
O pregão noturno mais uma vez encerrou com variação diária negativa para os preços do milho. A renovação do acordo Iniciativa de Grãos criou um espaço confortável para os preços, que encontram pouco espaço para movimentos maiores, dada a maior previsibilidade para a oferta ucraniana.
Nos Estados Unidos, via de regra, vendas feitas no mesmo dia para o mesmo destino com volume maior ou igual a 100 mil toneladas devem ser informadas para o USDA. Hoje, o Departamento indicou uma venda de milho da ordem de 178 mil toneladas da safra 2022/23 para a China.
A renovação do Acordo Iniciativa de Grãos continua exercendo pressão sobre o mercado futuro.
Entretanto, vale destacar alguns pontos de atenção. A safra ucraniana continua com perspectiva de redução na produção em relação a safra anterior, recentes danos à safra de trigo da Índia também preocupam o lado da oferta.
Somado a isso, há forte especulação sobre um acordo entre Rússia e China que daria início a uma larga escala de importações de trigo de origem russa. É certo que os dois países discutem negócios e em reunião com autoridades chinesas, Putin reafirmou o apoio ao projeto de um “corredor de grãos” da Sibéria e do Extremo Oriente russo para a China.
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