Chamada de Abertura

Mercados Externos – Estados Unidos e China: alta. Europa: baixa.

Campinas, 23 de março – Panorama externo reflete, principalmente, a decisão do Fed para a política monetária dos EUA, além de falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, o qual tentou amenizar o sentimento baixista dos mercados. 

Ontem (23), o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) anunciou o aumento de 0,25 p.p. na taxa básica de juros dos Estados Unidos, estabelecendo o novo intervalo entre 4,75% e 5,00% a.a., o que convergiu para a expectativa de grande parte dos agentes. Em comunicado, Powell sinalizou a possibilidade de encerramento do ciclo de alta, o qual dependerá dos indicadores relacionados à saúde da economia estadunidense, além de afirmar que é possível notar uma desaceleração dos preços, apesar da inflação ainda estar muito elevada. 

Adicionalmente, os dados semanais relacionados ao auxílio-desemprego dos Estados Unidos – indicador que sinaliza o comportamento do mercado de trabalho estadunidense – foram atualizados hoje. O resultado da semana passada foi de 191 mil pedidos iniciais – quando há a entrada de pedidos pela primeira vez – abaixo da projeção do mercado de 197 mil pedidos e dos 192 mil pedidos apontados na semana anterior. Além disso, os pedidos contínuos totalizaram 1,694 milhão, contra o número revisado da semana anterior de 1,680 milhão.

Além da política monetária estadunidense, o mercado europeu repercute a decisão para a taxa básica de juros da Inglaterra e da Suíça. Assim como o Fed, o Banco da Inglaterra (BoE, sigla em inglês) anunciou o aumento de 0,25 p.p, o que já era esperado pelo mercado. Por sua vez, o Banco Nacional da Suíça (SNB, sigla em inglês) também divulgou sua decisão para os juros, com um aumento de 0,50 p.p., fazendo com que a taxa fique em 1,50%.

Por fim, após a reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, os agentes acompanham o próximo encontro do presidente da China, Xi Jinping, que se reunirá na semana que vem com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro visa discutir relações comerciais entre os dois países, podendo trazer um aprofundamento da cooperação entre si. O índice CSI 300 encerrou em alta de 0,99%.

Os preços da soja obtiveram variação diária positiva no pregão noturno desta quinta-feira (23), sem muitas novidades pelo lado dos fundamentos de mercado. As perdas da safra na Argentina em relação à grande safra do Brasil continuam sendo um contrapeso de atenção.

A preocupação com o lado financeiro global reduz as posições e são reforçadas com as medidas de aperto monetário. O Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) anunciou a elevação da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a um intervalo de 4,75% a 5% ao ano.

Milho em alta

Em mais uma sessão noturna, o milho obtém ganhos moderados. Os preços foram sustentados por uma compra da China ontem (de 178 mil toneladas de milho dos EUA) e um pouco de barganha ao longo do pregão.

Assim como para a soja, os fundamentos de oferta e demanda continuam com as mesmas perspectivas e o mercado aguarda o relatório de Projeções de Plantio que será divulgado na sexta-feira (31) pelo USDA, em que as estimativas de plantio e colheita das principais culturas serão publicadas como resultado de levantamento feito diretamente no campo.

As condições de safra do trigo de inverno nos Estados Unidos continuam preocupando investidores e produtores, com possível aumento do abandono nas próximas semanas.

A expectativa é que o clima fique mais favorável a partir de julho, mas até lá, os produtores precisam tomar decisões de plantio de outras culturas. 

O terceiro ano consecutivo de padrões climáticos La Niña parece ter sido encerrado e as condições do El Niño devem começar a se expressar. O que sugere que mais chuvas podem estar reservadas para as Planícies dos EUA, mas é cedo para indicar o momento em que a umidade necessária para o solo poderá ser alcançada.