Mercado Externo – Estados Unidos e Europa: baixa. China: alta
Campinas, 04 de maio – A quinta-feira se inicia agitada, com os mercados globais acompanhando as decisões de importantes bancos centrais. Os agentes ponderam a alta de 0,25 p.p. na taxa básica de juros dos EUA, anunciada ontem (03) pelo Fed, deixando a taxa na faixa de 5,00% e 5,25%.
Os mercados pareciam mais atentos ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, o qual ressaltou que a inflação no setor de serviços ainda exibe uma redução lenta, evidenciando a necessidade de enfraquecimento da demanda.
Ainda assim, Powell afirmou que há possibilidade desses aumentos estarem terminando ainda na próxima decisão, em junho, visto que o órgão busca entender até onde é adequado seguir com o aperto monetário para que a inflação estadunidense atinja a meta de 2%. No entanto, destacou também que o Fed segue acompanhando os dados econômicos para entender o cenário atual do país.
Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) divulgou a sua decisão para a taxa de juros da Zona do Euro hoje, às 10h15min., a elevando em 0,25 p.p., deixando os juros em 3,75% Tal aumento convergiu com a expectativa dos agentes, dado que o órgão já havia sinalizado a elevação. Agora, os investidores acompanham os comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde, o que pode contribuir para mais movimentações no mercado.
Vale destacar que é comum um aperto na política monetária influenciar o apetite por ativos seguros, enfraquecendo o apetite por commodities.
Por fim, foi divulgado o Índice de Gerente de Compras (PMI, sigla em inglês) industrial privado da China, calculado pela S&P Global/Caixin. O índice referente a abril ficou em território de contração pela primeira vez desde janeiro, passando de 50 pontos em março, para 49,5 pontos em abril, o que pode indicar um ligeiro enfraquecimento do setor manufatureiro chinês.
O índice privado se aproximou do cálculo oficial feito pelo Instituto Nacional de Estatísticas da China (NBS), que mostrou um resultado de 49,2 pontos. Ainda assim, o índice CSI 300 encerrou em +0,03%.
O mercado de grãos opera com fundamentos já conhecidos e encerrou o pregão noturno em queda generalizada nesta quinta-feira (04) em Chicago. O rápido ritmo do plantio da oleaginosa nos Estados Unidos sustenta as perspectivas de oferta, já bastante aquecidas com os embarques de soja brasileira em volumes elevados neste período do ano.
Milho em baixa
Em mais uma rodada, o milho não encontrou espaço para ganhos. Um intervalo limite para os preços pode ser visto em meio a um rápido progresso do plantio nos Estados Unidos que gera aumento das perspectivas de oferta doméstica. Além disso, uma grande safra brasileira de milho que deve ser colhida nos próximos meses acrescenta pressão aos preços.
Assim como a soja e o milho, o trigo obteve variação diária negativa no pregão noturno nas bolsas dos Estados Unidos, com perspectivas favoráveis para o clima nas Planícies dos Estados Unidos.
Por outro lado, as perdas são contidas pelas crescentes tensões no Mar Negro. No pregão principal de ontem, o movimento foi guiado por um recente ataque que atingiu o complexo do Kremlin da Rússia, em Moscou.
Autoridades russas alegam que foi uma ameaça da Ucrânia, chegando em um dos momentos mais extremos do conflito entre os dois países. As negociações sobre a renovação do acordo Iniciativa de Grãos com a mediação da ONU continuam, embora a Rússia demonstre convicção em garantir o fim das sanções bancárias impostas pelo Ocidente.
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