Mercado externo – Estados Unidos, Europa e China: alta
Campinas, 15 de maio – O aumento do teto da dívida dos EUA segue sendo um impasse acompanhado pelos mercados globais. Após adiar a reunião de sexta-feira (12), o presidente do país, Joe Biden, encontrará líderes do Congresso amanhã (16) para discutir um possível acordo.
À medida em que tal questão é repercutida pelos agentes, o apetite por ativos seguros pode se fortalecer, o que reduziria o apetite por commodities, por exemplo. Além disso, o movimento de hoje também pode ser influenciado por discursos de membros do Fed, como as falas do presidente do Fed de St.Louis, presidente do Fed de Minneapolis e presidente do Fed de Richmond ao longo da manhã e início da tarde.
Na Europa, os agentes ponderam a nova previsão para a inflação na região realizada pela Comissão Europeia. De acordo com o órgão, espera-se que a inflação fique em 5,8% em 2023, e em 2,8% em 2024. No entanto, a estimativa para 2023 diverge dos 2% utilizados como meta pelo Banco Central Europeu, fazendo com que a Comissão projete piores condições de empréstimos, uma vez que seriam necessários mais aumentos na taxa de juros da região para se aproximar da meta.
Por fim, o mercado da China ganhou impulso após expectativas de melhores políticas voltadas à recuperação do país ganharem força. O anúncio de que a Bolsa de Valores de Xangai pretender discutir formas de apoio ao setor financeiro com corretoras, bancos, fundos e seguradoras nesta quarta-feira (17) aliviou o sentimento dos agentes, visto que os dados da semana passada adicionaram incerteza sobre a força da retomada chinesa.
O índice CSI 300 encerrou em alta de 1,55%. Hoje, o Escritório de Estatísticas da China (NBS, sigla em inglês) divulga o resultado de abril para a Produção Industrial e Vendas no Varejo às 22h, além da Taxa de Desemprego às 23h.
O mercado futuro da oleaginosa operou em alta no pregão noturno desta segunda-feira (15), que foi agitado para todo o circuito de grãos negociados em Chicago. O movimento encontrou suporte no clima dos Estados Unidos registrado durante o fim de semana e acompanhou o impulso visto para o trigo.
Fortes chuvas no fim de semana podem diminuir as velocidades de plantio em todo o Meio-Oeste, o que influenciou pontualmente o movimento de ganho para os contratos futuros de soja.
Por outro lado, os preços esbarraram em um limite de alta, com notícias de que inspeções na alfandega chinesa começariam as verificações em ritmo acelerado. Vale lembrar que em abril novas medidas de inspeção de quarentena foram implementadas nos portos chineses, que por efeito, diminuíram o volume de importação de soja da China.
Apesar da expectativa do mercado, o USDA não reportou ajustes para a safra de soja da Argentina, enquanto aumentou as projeções para a safra brasileira. Tal aumento gera maior possibilidade para volumes de exportação de farelo de soja também crescentes.
Embora o impulso tenha sido registrado no pregão, o mercado poderá começar a precificar uma nova safra recorde de soja nos EUA e os crescentes planos de expansão do diesel renovável que devem entrar em operação no próximo ano. Caso o ritmo de plantio continue rápido, os hectares de soja podem obter aumento no relatório do USDA de 30 de junho, o que pode marcar uma tendencia de queda para o patamar de preços de soja e farelo de soja.
Milho em alta
O milho seguiu uma linha de movimento semelhante a encontrada para a soja. Embora as expectativas de safra recorde de milho reportada pelo USDA pesem sobre os preços, as chuvas no fim de semana exerceram maior força, levando a uma variação diária positiva em Chicago.
O relatório de Acompanhamento de safra de hoje será observado com atenção e pode trazer volatilidade para o mercado no pregão principal, frente ao otimismo de rendimentos favoráveis.
O trigo obteve ganhos no pregão noturno, com foco na Iniciativa de Grãos do Mar Negro que expira nesta quinta-feira (18) e traz oscilação para os preços, na medida em que pronunciamentos de autoridades russas e ucranianas agitam o mercado.
Durante a noite, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia indicou que apenas 2,5 milhões de toneladas de grãos foram embarcados do Mar Negro em abril. Este volume é consideravelmente menor quando comparado aos volumes que haviam sido enviados anteriormente sob a Iniciativa de Grãos do Mar Negro, antes de inspeções russas diminuírem o ritmo de verificações das cargas.
Nos EUA, os dados do USDA da última sexta-feira mostraram que o abandono do trigo de inverno em Kansas, Oklahoma e Texas podem levar a uma menor colheita de trigo da região, refletindo a seca contínua que não foi suprimida com as chuvas recentes.
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