Resumo Semanal de Milho

Futuros do cereal apresentam elevada volatilidade em meio às divulgações dos tão aguardados números do USDA
 
João Pedro Lopes
 
Estimativas do Departamento apontaram para um balanço menos apertado de oferta e demanda na safra atual e na próxima
 
fatores baixistas
  • Perspectiva favorável para a produção brasileira;
  • Ritmo enfraquecido de vendas e embarques dos EUA;
  • Expectativa favorável para o ritmo do plantio nos EUA;
  • Estimativas do USDA apontando para um balanço de O&D menos apertado em 2022/23 e 2023/24.
 
fatores altistas
  • Apreensão envolvendo acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro e proibição de importação de grãos ucranianos por alguns países do leste europeu;
  • Piora nas condições da safra argentina de milho.

Na semana passada, os futuros do cereal recuaram em Chicago, com o Julho/23 apresentando uma desvalorização de 1,7% no período, ou 10,25 cents/bu, finalizando a sexta-feira (12/mai) cotado a 586,25 cents/bu. Os contratos mais distantes também se recuaram. O Setembro/23 apresentou uma variação negativa de 4,9%, para 510,75 cents/bu, enquanto o Dezembro/23 também 4,9%, encerrando a semana cotado a 508,75 cents/bu. 

Intraday (15 min) contrato de julho/23 (CBOT)

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

 

Ritmo de embarques de milho dos EUA segue levantando questionamentos sobre demanda por milho do país. De acordo com o Relatório de Inspeção de Exportações do USDA, os EUA embarcaram 963,4 mil toneldas na semana encerrada em 4 de maio, 555,2 mil toneladas a menos que uma semana antes, 513,9 mil abaixo do observado no mesmo período do ano anterior e abaixo também do limite inferior das expectativas do mercado, que variavam entre 1.00 mil e 1.550 mil toneladas. Com isso, o país ampliou o déficit dos embarques acumulados em relação à temporada 2021/22, para 13,2 milhões de toneladas. Uma semana antes a defasagem era de 12,7 milhões de toneladas. Até o dia 4 de maio, os EUA exportaram 24,9 milhões de toneladas de milho.

Plantio de milho nos EUA apresenta ritmo acima da média. Na segunda-feira (8), o USDA divulgou seu Relatório de Acompanhamento de Safra. O Departamento reportou que o plantio de milho nos EUA atingiu 49% até o dia 7 de maio, um avanço semana de 23 pontos percentuais (p. p.). O número ficou 1 p. p. acima do esperado pelo mercado e acima também da média de 5 anos para o mesmo período (42%). Os modelos indicam que o país registrará um mês de junho seco parao Meio-Oeste, com temperaturas baixas no leste do cinturão e quentes no oeste, mas, a princípio, a safra norte-americana não preocupa.

Produção de etanol volta a recuar nos EUA, mas segue acima da média para o período. De acordo com os dados divulgados pela Administração de Informação Energética (EIA), a produção norte-americana de etanol recuou para 965 mil barris por dia (mbpd) na semana entre 29 de abril e 5 de maio, uma contração de 11 mbpd no comparativo semanal, mas 36,2 mbpd acima da média de 5 anos para o mesmo período. Os estoques do biocombustível recuaram levemente, para 23,29 milhões de barris, 72 mil barris a menos que uma semana antes.

EUA registram vendas de exportação maiores que um ano antes, mas agentes seguem se questionando se país atingirá as estimativas do USDA. Em seu Relatório de Vendas de Exportação, o USDA informou que as vendas líquidas norte-americanas totalizaram 257,3 mil toneladas na semana encerrada em 4 de maio. Na semana anterior, as vendas de exportação dos EUA haviam totalizado 572,9 mil toneladas, ao passo que no mesmo período de 2022 o volume chegou a 192,7 mil toneladas. Com isso, as vendas acumuladas avançaram para 38,4 milhões de toneladas, reduzindo o seu déficit, que já de 20,2 milhões de toneladas para 20,1 milhões.

 

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)

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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Condições da safra argentina pioram novamente. A Bolsa de Cereales de Buenos Aires informou que 2% das lavouras do cereal argentino se encontrava em condição boa/excelente no dia 11 de maio, recuo de 2 p.p. no comparativo semanal e 15 p.p. abaixo do registrado na mesma semana de 2022. A colheita do cereal no país atingiu 21,2%, 4,6 p. p. abaixo do observado um ano antes e 10,5 p. p. abaixo da média de 5 anos. A BCBA continua estimando a safra argentina em 36 milhões de toneladas, 16 milhões a menos que no ciclo 2021/22. Contudo, em meio à situação significativamente adversa das lavouras, esse número poderá ser reduzido novamente.

Renovação do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro segue incerta. O dia 18 de maio é o prazo final para a extensão do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro. Oficiais da Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU se encontraram na última semana, contudo, por mais que os turcos tenham demonstrado certo otimismo em relação à renovação, esta ainda não ocorreu. Na última semana, a Rússia realizou diversos ataques a territórios ucranianos e voltou a afirmar que não aceitaria a extensão a menos que barreiras para a exportação dos seus grãos e fertilizantes fosse removida. A preocupação com uma nova interrupção da oferta ucraniana deu suporte ao mercado, evitando maiores perdas durante a semana.

CONAB eleva estimativa de produção da safra 2022/23 do Brasil. Na última semana, a Conab revisou suas estimativas para a safra 2022/23 do Brasil. A produção da 2ª safra foi elevada para 96,1 milhões de toneladas, contra 95,3 em seu último relatório. Este aumento compensou a queda de aproximadamente 200 mil toneladas na estimativa da 1ª safra e, com isso, a produção total foi elevada para 125,5 milhões de toneladas, cerca de 6 milhões de toneladas a menos que o estimado pela StoneX.

USDA divulga primeiras estimativas oficiais para temporada 2023/24. No dia 12 de maio, o USDA divulgou seus primeiros números para a temporada 2023/24, mas as revisões da safra 2022/23 também movimentaram o mercado. Vale destacar a redução nos embarques dos EUA em 2022/23, de 47 para 45,1 milhões de toneladas, o que resultou em um aumento no estoque final do país, para 36 milhões de toneladas. Vale destacar também o aumento de 5 milhões de toneladas na produção brasileira, estimada agora em 130 milhões de toneladas, que foi acompanhado por revisões positivas nas exportações do país, para 53 milhões de toneladas (+1 milhão), e em seu consumo doméstico (+3 milhões). Mesmo com a piora das condições das lavouras argentinas, o Departamento manteve sua estimativa em 37 milhões de toneladas, acima do estimado pela BCBA.

Em relação à próxima safra, o USDA, como era esperado, manteve a área trazida no Prospective Plantings e o rendimento do Fórum Agrícola, resultando em uma produção de 387,75 milhões de toneladas. Mesmo com um aumento do consumo doméstico para 314,6 milhões de toneladas e das exportações para 53,4 milhões, o estoque final avançou para 56,4 milhões de toneladas, resultando em uma relação estoque/uso de 15,3%, 5 p. p. que o estimado para 2022/23. A perspectiva de um balanço mais confortável nesta e na próxima temporada foi um dos principais fatores para o recuo observado nos futuros do cereal.

PREÇOS FÍSICOS (R$/sc 60kg)

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