Mercado externo – Estados Unidos, Europa e China: baixa
Campinas, 24 de maio – Hoje, os agentes aguardam pela divulgação da ata do Federal Reserve às 15h, a qual abordará a última decisão realizada pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, sigla em inglês) para a taxa de juros dos EUA.
O documento permitirá entender como o contexto atual está afetando as decisões do órgão, como também poderá sinalizar quais os próximos passos para os juros do país – o que pode contribuir para a aversão ou apetite por riscos, influenciando as commodities.
No Reino Unido, a inflação de abril veio acima do aumento anual de 8,3% esperado, mostrando um aumento de 8,7% em relação a abril do ano passado. Ainda assim, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, sigla em inglês) afirmou que a região parece já ter superado a pior fase de inflação, mas ainda sinalizou que a autoridade monetária deve perseguir a meta inflacionária de 2% - o que pode implicar em mais aumentos da taxa de juros, a qual está em 4,50%.
Com isso, entende-se que a situação do Reino Unido, quando analisada em conjunto com outros países, ainda pode contribuir para a menor demanda por ativos arriscados, o que pressionaria as commodities.
Por fim, os laços entre China e Rússia também contribuem para o sentimento baixista dos mercados, à medida que tal aproximação aumenta a tensão geopolítica. O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, está na China para se reunir com autoridades chinesas, incluindo o presidente Xi Jinping, a fim de assinar acordos bilaterais envolvendo o comércio e investimentos.
No entanto, tais encontros acontecem ao mesmo tempo em que países do Ocidente criticam a aproximação, dada a continuidade das ofensivas russas na guerra contra a Ucrânia. Assim, a questão geopolítica também está no radar dos investidores, podendo pressionar o mercado de grãos.
O mercado futuro da soja ficou misto no pregão noturno desta quarta-feira (24), com traders buscando melhor direcionamento em meio a temores sobre uma menor demanda chinesa em contrapeso ao avanço da safra dos Estados Unidos. Pelo lado financeiro, as preocupações com as negociações do teto da dívida do país também são foco de investidores hoje.
Com uma temporada de plantio em ritmo rápido e condições favoráveis, as previsões de área cultivada dos EUA podem ser maiores do que o previsto anteriormente, o que pode reduzir as pressões de oferta doméstica.
Milho em alta
Os preços do milho encontraram espaço para ganhos modestos em mais um pregão noturno em Chicago, com o movimento ainda limitados pela colheita abundante da safra de milho do Brasil.
De acordo com notícia veiculada na Reuters, aparentemente há um movimento de substituição de ração de milho por ração de trigo no uso de produtores principalmente no norte da China, dado o preço vantajoso da oferta de trigo. O excedente chinês de grãos teria então começado no início de abril, quando foi evidenciado pelos cancelamentos chineses de pedidos de milho dos EUA, segundo Yuan Song, chefe analista do Juxing Agriculture Group.
Os preços do trigo caíram no pregão noturno para todas as bolsas dos Estados Unidos, com destaque para a variação diária negativa em Kansas. O cenário para o trigo é pressionado pelas exportações crescentes de trigo mole da União Europeia, níveis de estoques do trigo chinês e as chuvas previstas para as planícies dos EUA.
Os embarques de trigo da UE no acumulado do ano comercial 2022/23 (de julho a junho), atingiu em 21 de maio uma alta de 13% em relação ao ano comercial anterior. A UE segue a Rússia como o segundo maior exportador mundial de trigo. Esse avanço nas exportações pode ser resultado de uma colheita favorável no ano passado, bem como das sanções ocidentais direcionadas para o comércio russo.
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