Chamada de Abertura

Campinas, 16 de junho – Os Estados Unidos contam com uma agenda de indicadores econômicos vazia na sessão de hoje, dando espaço para que os agentes repercutam a pausa dos aumentos de juros no país. 

Seguindo uma direção contrária, o Banco Central Europeu (BCE) optou por elevar a taxa de juros da região para os 3,5% a.a., a deixando no maior nível desde 2001. A decisão de seguir com o aperto monetário acompanha a tentativa de desacelerar a inflação na Zona do Euro, a qual exibiu um aumento anual de 6,1% em maio segundo os dados oficiais divulgados hoje, desacelerando dos +7,0% relatados em abril.

A presidente do BCE afirmou que a autoridade deve continuar elevando os juros caso o cenário de aumento dos preços não mude, uma vez que o órgão segue com a sua meta de inflação em 2%. Ainda assim, a desaceleração do índice cheio de inflação em maio, como também a ligeira redução no núcleo de inflação (que passou de +5,6% anual em abril, para +5,3% anual em maio, excluindo preços voláteis), pode contribuir para um maior apetite ao risco, de modo a fortalecer as commodities.

Por fim, o mercado chinês permanece repercutindo um sentimento otimista, impulsionado pelas expectativas de que o governo promoverá mais estímulos para aquecer a sua demanda interna. O corte nos juros de empréstimo de longo prazo (MLF) reforçou as expectativas de que o país reduzirá outras taxas, o que pode contribuir para a busca por ativos arriscados, como os grãos.

Em mais um rali de preços impulsionados pelo clima, a soja encerra o pregão noturno em alta. O movimento de ganhos se ampliou em meio a um dólar mais fraco, previsões secas para os Estados Unidos e preços de energia mais fortes nesta manhã.

A previsão para o clima nas regiões produtoras de soja sugere que é improvável qualquer alívio significativo para reduzir os danos do clima seco.

O complexo da soja também ganhou força ontem e nesta manhã, ponderando os novos dados da Associação dos Processadores de Oleaginosas nos Estados Unidos (NOPA), que indicaram que o país esmagou 4,842 milhões de tons de soja em maio, aumento de 2,7% frente a abril e de 4,0% em relação a maio, superando a mediana das estimativas do mercado.

Milho em alta

As preocupações com o clima seco continuam a gerar impulsos para os preços do milho, pois o clima pode afetar o potencial de produção para a safra de milho dos EUA em 2023, que anteriormente era aguardada com otimismo pelo mercado, antes das atuais condições de seca.

As elevadas temperaturas persistentes estão assolando, em boa medida, parte superior do Centro-Oeste, Cinturão Oriental do Milho e as Planícies do Sul, durante os meses de pico do verão. Desta forma, o clima poderá atingir o potencial de rendimento caso as temperaturas não fiquem moderadas e as condições de umidade de solo não melhorem.

Trigo em alta

Os preços do trigo também continuaram em alta durante a noite, ponderando o movimento geral visto para grãos e o clima seco também registrado na Europa. Além das preocupações com o clima dando suporte para os preços, a contínua instabilidade acerca do ritmo de embarques dos suprimentos de trigo do Mar Negro segue impactando o mercado, principalmente em meio às últimas ameaças da Rússia de encerrar a Iniciativa de Grãos do Mar Negro.

TABELAS E INDICADORES

Fonte: CommodityNetwork Traders’ Pro.

Fonte: CommodityNetwork Traders-Pro em relação ao fechamento do dia anterior.

Fonte: **Estimativas StoneX.

EVOLUÇÃO DOS CONTRATOS FUTUROS NA CBOT

Soja

Milho

 

Trigo