Resumo Semanal de Milho

Novamente tendo clima como principal direcionador, cereal dispara em Chicago.
 
João Pedro Lopes
Analista de Inteligência de Mercado
Apesar de elevada oferta brasileira e exportações ainda enfraquecidas nos EUA, contrato mais recente do milho avançou 6% na CBOT
Fatores baixistas
  • Perspectiva favorável para a oferta brasileira;
  • Ritmo enfraquecido de vendas e embarques dos EUA;
Fatores altistas
  • Intensificação das tensões entre Rússia e Ucrânia e receio com os embarques de grãos pelo Mar Negro;
  • Preocupação com o desenvolvimento de um padrão mais seco em parcela do Meio-Oeste dos EUA;
  • Receio de que o desenvolvimento de um padrão mais seco na China possa impactar produção local.
Na semana passada, os futuros do cereal apresentaram um expressivo movimento de alta em Chicago. Nos encontramos no período conhecido como mercado climático, época de elevada especulação acerca dos efeitos das condições climáticas sobre a produtividade das safras de soja e milho nos EUA. Com o clima norte-americano desempenhando o papel de principal direcionador das cotações, mudanças nos modelos de previsão do tempo resultam em fortes oscilações no mercado, o que ocorreu na última semana. O Julho/23 encerrou o período com um avanço de 36 cents/bu, ou 6%, cotado a 640,25 cents/bu na sexta-feira (16 de maio). O Setembro/23 apresentou uma valorização ainda mais expressiva, de 13,3%, chegando a 594 cents/bu, enquanto o Dezembro/23 avançou 12,6%, encerrando a semana cotado a 597,5 cents/bu.

Intraday (15 min) contrato de julho/23 (CBOT)
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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

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Fonte: CME. Elaboração: StoneX.

 

 

 

Condição das lavouras norte-americanas apresenta nova piora e preocupação com seca nos EUA dá suporte aos futuros do milho. Em seu relatório semanal de Acompanhamento de Safra, o USDA relatou que 61% das lavouras do cereal apresentavam condição boa/excelente, uma queda de 3 pontos percentuais (p. p.) no comparativo semanal, 11 pontos a menos que um ano antes e 9 pontos abaixo da média de 5 anos para o mesmo período. A piora nas condições já era esperada, visto que, por mais que algumas áreas ao Sul de Illinois e Indiana foram beneficiadas pelas chuvas, as precipitações ficaram, de um modo geral, abaixo do esperado. Os modelos climáticos têm oscilando bastante, resultando em grande volatilidade no mercado. O Monitor de Secas do NOAA mostra que a estiagem cobre 57% da área de milho o que tem feito o mercado se questionar se os EUA realmente será capaz de atingir a produtividade média de 11,39 ton/ha estimada pelo USDA. No início dessa semana, os modelos apontavam para elevados volumes de chuva na faixa norte do Cinturão do Milho, mas um baixo volume de precipitações em Iowa e Illinois, os principais estados produtores. Ainda é cedo para afirmar qualquer coisa sobre a produção dos EUA, mas pode-se dizer que elevadas oscilações devem ocorrer nas próximas semanas, principalmente se ocorrer mudanças nos modelos climáticos.

Produção semanal de etanol nos EUA volta a recuar. De acordo com a Administração de Informação Energética (EIA) dos EUA, a produção norte-americana de etanol recuou para 1.018 mil barris por dia (mbpd) na semana entre 3 e 9 de junho, uma contração de 18 mbpd no comparativo semanal e 42 mbpd abaixo da média de 5 anos para o mesmo período. Os estoques do biocombustível também recuaram, para 22,23 milhões de barris, 722 mil barris a menos que uma semana antes, mas 310,6 mil acima da média de 5 anos para o período.

Vendas de exportação dos EUA apresenta melhora no comparativo anual e reduz levemente déficit em relação à temporada passada. Em seu Relatório de Vendas de Exportação, o USDA informou que as vendas líquidas norte-americanas totalizaram 273,3 mil toneladas na semana encerrada em 8 de junho, 100,5 mil toneladas a mais que uma semana antes e 132,3 mil toneladas acima do registrado no mesmo período de 2022, mas 51,1 mil abaixo da média de 5 anos. Com isso, as vendas acumuladas avançaram para 38,6 milhões de toneladas, 21,1 milhões de toneladas a menos que o observado no mesmo período do ano passado.
 

Vendas semanais de exportação - EUA (mil toneladas)
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Fonte: USDA. Elaboração: StoneX.

Colheita da safra de milho na Argentina chega a 37,5%. A Bolsa de Cereales de Buenos Aires informou que 7% das lavouras do cereal argentino se encontrava em condição boa/excelente no dia 15 de junho avanço de 2 p.p. no comparativo semanal, mas 10 p.p. abaixo do registrado na mesma semana de 2022. A colheita do cereal no país atingiu 37,5%, 0,5 p. p. abaixo do observado um ano antes e 11,6 p. p. abaixo da média de 5 anos. 

El Niño tem elevado preocupações com produção chinesa. O El Niño pode tornar a safra chinesa mais arriscada, visto que o fenômeno pode resultar em um padrão climático mais quente que o normal no Norte do país em julho e agosto, o que poderia afetar negativamente a safra de milho do país, visto que grande parte da produção do cereal no país se concentra no Nordeste chinês.

Apesar de já assimiladas pelo mercado, tensões no Mar Negro seguem dando suporte aos preços. Mais uma vez, a Rússia ameaçou se retirar da Iniciativa de Grãos do Mar Negro. O Kremlin tem relatado que a ONU não cumprido com a promessa de auxiliar a Rússia com as exportações de alimentos e fertilizantes. É verdade que as ameaças russas já não são novidade, mas um aumento da dificuldade de escoamento de grãos pela região afetaria a disponilidade dos produtos e, consequentemente, os preços.
 

PREÇOS FÍSICOS (R$/sc 60kg)
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Fonte: StoneX. Elaboração: StoneX.
 

AGENDA DE INDICADORES ECONÔMICOS
Tags relacionadas: Grãos e Oleaginosas

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