Chamada de Abertura

Campinas, 23 de junho – A semana se encerra com os mercados globais repercutindo as decisões das taxas de juros nos Estados Unidos, Zona do Euro e Inglaterra. 

O aumento de 0,25 p.p. e 0,50 p.p. nos juros da Zona do Euro e Inglaterra contribuem para a maior cautela nos mercados. Ao mesmo tempo, a manutenção da taxa nos EUA, seguida pela sinalização de que o órgão deve realizar mais altas em 2023, adiciona incerteza no sentimento dos agentes em relação à atividade econômica.

Outro importante guia para a sessão de hoje é a projeção da S&P Global para o Índice de Gerente de Compras (PMI, sigla em inglês) estadunidense de junho, que será anunciado às 10h45min. 

Enquanto aguardam pelos dados norte-americanos, os investidores analisam o fraco desempenho na Zona do Euro. Segundo os números preliminares da S&P Global, o PMI de serviços desacelerou de 55,1 pontos em maio para 52,4 pontos em junho, contra os 54,5 pontos esperados. Por sua vez, o PMI industrial também enfraqueceu, passando de 44,8 em maio para 43,6 em junho, sendo o menor patamar desde maio de 2020 e ficando abaixo da expectativa de 44,8 pontos. 

Tais dados podem colaborar para uma maior a aversão ao risco e pressionar as commodities, uma vez que sinalizam a desaceleração da atividade econômica da região maior do que a esperada. Além disso, os resultados colocam em dúvida o desempenho da produção geral nos próximos meses, dado que a demanda por todos os bens e serviços da região parece deteriorada. 

Após a correção observada no pregão principal de ontem (dia 22), as cotações da soja em Chicago estenderam o movimento de baixa na sessão noturna desta sexta-feira (23). 

Após atingirem os níveis mais altos em vários meses, o mercado considerou que houve certo excesso de compras, mesmo com o clima em junho mais seco em regiões produtoras importantes dos EUA. 

No caso da soja, o período mais crítico para as lavouras norte-americanas se concentra em agosto, no período de enchimento de grão.

Além dessa correção, o padrão climático pode mudar nas próximas semanas, com o registro de chuvas benéficas previstas nos modelos climáticos.

Pelo lado da demanda, a preocupação com o desempenho econômico ao redor do mundo também voltou a pesar sobre os preços, com os Bancos Centrais, em geral, mantendo as políticas mais restritivas.

Milho em baixa

O cenário para o milho está em linha com o da soja, tendo havido uma correção e com as previsões climáticas de possíveis chuvas nos EUA pesando sobre os preços.

No caso do cereal, uma melhora da umidade é ainda mais urgente, com a fase de polinização se concentrando em julho. A falta de chuvas nessa fase de desenvolvimento tende a resultar em prejuízos significativos para as lavouras.

Foram divulgadas as vendas de exportação dos EUA na semana encerrada em 15/06, com o volume para a safra 2022/23 ficando em apenas 36 mil toneladas, próximo do piso das estimativas, enquanto as negociações do ciclo 2023/24 alcançaram 47,1 mil toneladas.

Trigo em baixa

O trigo acompanhou a queda dos outros grãos, influenciado também do maior pessimismo com a economia mundial, destacando as interpretações de que o Fed poderia aumentar a taxas de juros dos EUA novamente.

Por outro lado, o mercado acompanha o conflito entre Rússia e Ucrânia, com a Rússia fazendo novas ameaças, afirmando que estão 99,9% certos quanto a uma não renovação do Acordo Iniciativa de Grãos no próximo mês. Essa possibilidade de o acordo não ser renovado limitou a baixa do trigo.

TABELAS E INDICADORES

Fonte: CommodityNetwork Traders’ Pro.

Fonte: CommodityNetwork Traders-Pro em relação ao fechamento do dia anterior.

Fonte: **Estimativas StoneX.

EVOLUÇÃO DOS CONTRATOS FUTUROS NA CBOT

Soja

Milho

 

Trigo