Chamada de Abertura

Campinas, 29 de junho – As perspectivas para a economia global colaboram para a busca por ativos seguros, principalmente após o painel realizado ontem (28) pelas pelos principais bancos centrais do mundo.

O presidente do Fed, o presidente do Banco Central da Inglaterra e a presidente do Banco Central Europeu afirmaram a possibilidade de novos aumentos em suas taxas de juros. Para eles, o cenário atual mostra que as economias ainda não atingiram a estabilidade, o que justifica a necessidade de mais apertos monetários – o que pode contribuir para a aversão ao risco e enfraquecer as commodities.

Além disso, os investidores repercutem o Produto Interno Bruto (PIB) consolidado dos EUA para o 1º trimestre de 2023. Divulgado às 9h30min., o resultado mostrou um avanço de 2,0% em relação ao mesmo trimestre no ano passado, superando os +1,4% esperados pelo mercado. Ainda assim, o valor indicou uma desaceleração em relação ao quarto trimestre de 2022, quando o PIB dos EUA avançou 2,6% na comparação anual.

Por fim, o resultado para os lucros do setor industrial chinês divulgado ontem (28) continuou influenciando o pessimismo em relação ao país asiático. A queda de 18,8% nos lucros entre janeiro e maio ante o mesmo período no ano passado não agradou os investidores, fortalecendo a expectativa de que o Índice de Gerente de Compras (PMI, sigla em inglês) industrial chinês, que será divulgado hoje às 22h30min., continue mostrando a contração do setor.

Os preços da soja também obtiveram um movimento contido em Chicago, motivado pelas condições climáticas favoráveis previstas. O potencial de recuperação da safra americana é considerável e vem sendo considerado por traders. Na véspera dos relatórios do USDA que serão divulgados amanhã, sobre área e estoques trimestrais, os futuros da soja aguardam possíveis novos direcionamentos e encerra em baixa em Chicago no pregão noturno.

Milho em baixa

O clima nos Estados Unidos continua pressionando os preços, com as chuvas sendo prevista em volumes que podem ajudar a reviver as condições da umidade do solo nas lavouras principalmente na região Centro-Oeste. Ainda sobre o lado da oferta, o avanço da colheita no Brasil também impede que qualquer ganho seja amplo no mercado de milho nesta manhã.

Do lado dos biocombustíveis, os novos dados da EIA indicaram que os volumes de mistura de etanol permaneceram pouco alterados no mês passado. Pela segunda semana consecutiva, a produção média de etanol manteve-se estável em 1,052 milhões de barris/dia (44,18 milhões de barris/dia), refletindo o patamar do mandato de mistura, bem como o consumo moderado de gasolina do consumidor.

A questão que fica é, caso os limites de produção de etanol continuem, como o mercado poderá suportar os atuais níveis de produção, especialmente se a safra de milho deste ano realmente ficar aquém das expectativas da indústria.

Trigo misto

A pressão na colheita nos Estados Unidos e oferta russa vantajosa no mercado internacional continua limitando os preços nas bolsas dos Estados Unidos, à medida que tensões geopolíticas no Mar Negro ainda não tem maiores determinações. 

Na Austrália, o clima também vem sendo monitorado, dado os efeitos do El Niño no país, em que a seca observada levou a uma estimativa da ABARES (Escritório Australiano de Recursos de Ciências Agrícolas e Economia) de 2,8 milhões de toneladas, significativamente menor do que o reportado pelo USDA.

A falta de umidade no solo também levou a ajustes negativos das estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires para a safra 2023/24, que espera uma diminuição de 200 mil hectares para a superfície plantada, alcançando uma projeção de área de 6,1 milhões de hectares.

TABELAS E INDICADORES

Fonte: CommodityNetwork Traders’ Pro.

Fonte: CommodityNetwork Traders-Pro em relação ao fechamento do dia anterior.

Fonte: **Estimativas StoneX.

EVOLUÇÃO DOS CONTRATOS FUTUROS NA CBOT

Soja

Milho

 

Trigo