Campinas, 21 de julho – A sexta-feira é marcada pela ausência de novos indicadores relevantes para os mercados globais, o que dá espaço para os investidores se prepararem para as atualizações da semana que vem.
Os agentes estão em modo de espera pela reunião do Federal Reserve na próxima semana, que trará a decisão para a taxa básica de juros dos EUA. Parte do mercado entende que este pode ser o último aumento da taxa promovida pelo órgão em 2023, principalmente após os dados de inflação relacionados a junho indicarem uma desaceleração.
Os mercados também acompanham os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia, que se intensificou nesta semana após o término do Acordo de Grãos. Em resposta à Rússia, o governo ucraniano afirmou que todo navio que se dirija ao território russo ou esteja sob controle russo será bloqueado e considerado um inimigo de guerra.
Por fim, a China continua tentando promover medidas de estímulos para aumentar a confiança em seu mercado doméstico. Entre as mais recentes, o governo anunciou o incentivo às empresas privadas através do acesso ao financiamento e diminuição das barreiras de entrada no mercado. Com a recente aversão ao risco causada pelos dados econômicos chineses mais fracos, os investidores devem acompanhar de perto os efeitos dessas políticas.
As cotações da soja em Chicago também registraram queda na sessão noturna desta sexta-feira (dia 21), acompanhando o milho e o trigo, num movimento de correção.
O mercado acompanha o clima nos EUA, com as previsões indicando um padrão mais quente e seco nos próximos 15 dias, com a soja começando a entrar em sua fase crítica de desenvolvimento, o enchimento de grão.
No caso da oleaginosa, a situação do balanço norte-americano indica um maior aperto, destacando a surpresa com a queda da área plantada trazida no final de junho. No caso de perdas de produtividade, poderá ocorrer racionamento pelo lado da demanda.
O milho recuou no pregão noturno desta sexta-feira (dia 21), numa correção após os ganhos recentes, mas caminha para encerrar a semana em alta.
Além das preocupações com os impactos da não renovação do Acordo Iniciativa de Grãos, o mercado monitora o clima nos EUA. As previsões meteorológicas indicam chuvas abaixo do normal e temperaturas acima da média em todo o cinturão norte-americano, o que preocupa quanto a potenciais prejuízos para as lavouras. O último relatório mensal do USDA já trouxe um corte da produtividade e esse padrão mais seco pode resultar em novos cortes nas próximas atualizações.
Por outro lado, chuvas recentes registradas no nordeste da China aliviaram as condições secas em áreas produtoras de milho do país, de acordo com informações do Ministério da Agricultura chinês. Mesmo assim, as preocupações com potenciais impactos do El Niño permanecem ao longo do verão.
As cotações do trigo recuaram no último pregão noturno desta semana, num movimento de realização de lucros, após os ganhos expressivos em decorrência da não renovação do acordo para exportações de grãos pelos portos do Mar Negro.
Destaca-se que a Rússia continua bombardeando regiões portuárias da Ucrânia, com relatos de que cargas de grãos, como cevada, foram atingidas na região de Odesa.
Aqui na América do Sul, a região produtora de trigo da Argentina recebeu boas chuvas na última semana, elevando o percentual das lavouras em condição hídrica adequada/ótima para 71%, segundo a Bolsa de Buenos Aires. O plantio já está 92,2% completo, tendo avançado 6 p.p. em uma semana.
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